Um estudo sobre a atuação de famílias de classe popular no processo de construção da aprendizagem escolar dos seus filhos.

Abstract

As relações que as famílias de classe popular mantêm com a aprendizagem escolar de seus filhos vêm obtendo destaque e repercussões nas pesquisas da atualidade. O objetivo desta pesquisa é conhecer as formas de atuação de famílias de classe popular no processo de construção da aprendizagem escolar dos seus filhos. A metodologia que norteou o presente estudo foi a pesquisa de campo. A amostra foi composta por famílias dos alunos, matriculados regularmente no 2° ano do Ensino Fundamental I, na faixa etária de 8 e 9 anos de idade, com dificuldades de aprendizagem e repetentes, num total de 7 participantes e a professora regente. A entrevista foi utilizada como técnica de coleta de dados, bem como a utilização de questionários para traçar perfil socioeconômico/cultural dos sujeitos. Para desenvolver o estudo foi feita uma revisão bibliográfica sobre a família: seus diversos conceitos (antropológicos, sociológicos e psicanalíticos) e suas mudanças, com destaque para os autores: Freyre (1963); Toscano (2001); Sarti (1995, 2003); Szymansky (2007), Soifer (1994); Romanelli (2008); sua contextualização histórica: Áries (1986); Roudinesco (2003); as novas configurações familiares: Outeiral (2007); Ibrahim (2003); Ceccarelli (2007); Fonseca (1989, 2003) . Para compreender as relações família-escola as principais contribuições vieram dos autores: Libâneo (2005); Polonia e Dessen (2005); Althuon (1999); Thin (2006); Lahire (2004); Caetano (2008); Bossa (2000); Fernandez (1991; Arroyo (2001) e categoria aprendizagem, foi importante para essa pesquisa, que resultou nas contribuições dos autores: Pain (1985); Matos e Tomanari (2002); Piaget (1977); Lemos (2002); Neves e Damiani (2006) e Moreira e Masini (2006). O resultado dessa pesquisa mostrou que as famílias acompanham a aprendizagem dos seus filhos, estão preocupadas com a escolarização destes e que a articulação família-escola é superficial e limitada a situações formais. Conclui-se que é preciso estabelecer uma relação mais efetiva na escola em relação à metodologia e estratégias de articulação com a família.