O Programa Saúde na Escola: significados e práticas

Abstract

A presente pesquisa investiga o Programa Saúde na Escola (PSE), particularmente os significados que os professores e a equipe de Saúde da Família (eSF) — médico, enfermeiro, agente comunitário e odontólogo — atribuem às práticas de educação em saúde. Implementado nacionalmente em 2007, o PSE nasceu de uma política intersetorial, entre a saúde e a educação. Partindo de uma abordagem qualitativa, este estudo valeu-se de observação participante e entrevistas semiestruturadas para a coleta dos dados, feita em uma escola do ensino fundamental I do município de Sapeaçu, na Bahia, que aderiu ao PSE. Tendo como base teórica algumas das ideias centrais de autores como Vigotski, Bruner e Valsiner, na análise, parte-se do pressuposto de que a experiência humana é uma realidade subjetiva culturalmente organizada e constantemente recriada. Nesse sentido, estudaram-se as ações do PSE em Sapeaçu explorando as práticas de educação em saúde e seus significados para profissionais envolvidos no programa. A análise dos dados pautou-se no discurso dos sujeitos sobre o PSE e nas observações em campo e revelou que, embora a implantação do PSE tenha trazido dificuldades e desafios, também foram identificadas ações que contribuíram para a formação dos estudantes, considerando a atenção e promoção da saúde e a prevenção de doenças. Os significados de educação em saúde oscilam de acordo com o estilo de pensamento adotado por cada sujeito, mas as atividades desenvolvidas no PSE são verticalmente decididas pelos ministérios da Saúde e da Educação, ou pela Coordenação Municipal do Programa. Avanços foram identificados principalmente na atenção à temática da saúde nas escolas após a implantação do programa no município, mas a falta de interação entre as equipes escolares e de saúde é um empecilho à boa condução e continuidade do programa.

ABSTRACT This research aims to investigate the School Health Programme (Programa Saúde na Escola: PSE) by examining the meanings that teachers and the Family Health team – a doctor, a nurse, a community health agent and a dentist – attribute to health education practices. Established nationally in 2007, the PSE grew out of an intersectoral policy between health and education. Based on a qualitative approach, data was collected through participant observation and semi-structured interviews and the study was conducted in a Level I Primary School in the municipality of Sapeaçu, Bahia, which implements the School Health Programme. Based on certain theoretical ideas central to authors such as Vygotsky, Bruner and Valsiner, the analysis sets out from an assumption that the human experience is a culturally organized and constantly recreated subjective reality. In this sense, it seeks to study PSE activities, within a municipality in Bahia, by exploring health education practices and their meanings for the professionals involved in the programme. Data analysis was based on subjects’ discourse about the School Health Programme and field observations. The data analysis revealed that the implementation of the PSE creates a number of difficulties and challenges for both Family Health professionals and teachers. However, it is worth noting that certain activities were identified that contributed to students’ education in relation to health care, promotion and prevention. The meanings of health education are related to each subject’s life history, experience, knowledge and beliefs. The activities implemented by the PSE are, in general, decided vertically, through the Ministries of Health and Education and the Programme’s Municipal Coordination Department. Important progress was identified in the areas of health and education, principally in the attention paid to the theme of health in schools, following the establishment of the PSE within the municipality. The study identified a lack of interaction between the school and health teams, which was the principal