Resumo:
O ponto de partida desse trabalho foi um mergulho na experiência desenvolvida nas telessalas do Telecurso 2000 coordenadas pelo Serviço Social da Indústria/Departamento Regional da Bahia -SESI/BA. O objeto de estudo estava centrado nas práticas de avaliação no interior de um programa de Educação a Distância (EaD). O intuito era perceber qual o sentido que estava sendo atribuído a essa prática pelos sujeitos nela envolvidos. Além disso, foi observado o modo de organização mais geral da experiência em termos da estrutura de sustentação pedagógica, física, administrativa e política. Tudo isso envolvia, inclusive, a necessária análise sobre as formas de pensamento, os papéis e expectativas construídos no cotidiano das relações entre coordenadores, orientadores de aprendizagem e alunos do programa. O marcante caráter conservador da prática da avaliação nas telessalas evidencia o modelo de educação a distância de massa que é assumido pelo programa, no qual prevalece uma lógica de comunicação vertical, unidirecional, de produção centralizada e disseminação de informações padronizadas e em larga escala. Ao mesmo tempo, os conflitos que emergiam no cotidiano da experiência, especialmente em torno da prática de avaliação, vem traduzindo sinais de esgotamento desse modelo. A interface dessa experiência com as tecnologias da comunicação e informação tornava ainda mais evidente a disposição dos sujeitos para uma nova relação com o conhecimento e com um mundo que está em constante e veloz processo de transformação. Por essa perspectiva, a educação a distância está além de uma forma alternativa para solucionar, rápida e economicamente, os desafios relacionados com a educação. Mas constitui-se um campo no qual novos desafios se apresentam como problemas a serem considerados para a busca de uma compreensão sobre a dinâmica das relações vivenciadas contemporaneamente. Sistematizar essas questões sem a pretensão de esgotá-las e problematizar, ainda mais, esse tema tão relevante atualmente é o desafio assumido neste texto.