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Universidade Federal da Bahia |
Repositório Institucional da UFBA
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/31291
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Campo DCValorIdioma
dc.contributor.advisorEl-Hani, Charbel Niño-
dc.contributor.authorBrito, Breno Pascal de Lacerda-
dc.creatorBrito, Breno Pascal de Lacerda-
dc.date.accessioned2020-01-21T13:44:35Z-
dc.date.available2020-01-21T13:44:35Z-
dc.date.issued2020-01-21-
dc.date.submitted2019-03-29-
dc.identifier.otherTese-
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31291-
dc.description.abstractNas últimas décadas tem ocorrido um aumento da importância do debate do papel dos valores epistêmicos e não-epistêmicos nas Ciências Biológicas, principalmente devido a uma ampliação dos fenômenos que estas ciências se propõem a estudar e ao aumento de aplicações nas quais conhecimentos biológicos são requeridos, e, por vezes, à relação entre os dois casos, como por exemplo estudos de engenharia genética, ou de conservação. Com essas novas frentes de ação das Ciências Biológicas, a necessidade de se entender melhor as práticas dos biologos, qua cientistas, tem se tornado cada vez maior, inclusive no que diz respeito à escolha de suas Teorias e Modelos, foco do presente trabalho. Isso porque há uma necessidade cada vez maior nas Ciências Biológicas de que se compreenda qual papel os valores desempenham nas práticas envolvidas na proposição e aceitação de modelos. No debate sobre o papel dos valores na prática cientifica, com um foco na aceitação de teorias, há duas possíveis posições: uma que apresenta modelos que sustentam que apenas valores epistêmicos têm papel nessas práticas; e outra com modelos que defendem que tanto valores epistêmicos e não-epistêmicos têm um papel na prática científica. Nesta tese, consideramos que esta segunda posição apresenta uma maior capacidade de explicar as práticas científicas, explicação cada vez mais pertinenete às Ciências Biológicas. Entre os modelos dessa posição, podemos destacar o modelo do Papel dos Valores na Ciência (RVS), de Hugh Lacey, de acordo com o qual a prática científica pode ser entendida considerando-se momentos logicamente distintos, nos quais valores diferentes desempenham papeis específicos, confome o objetivo de cada um dos momentos identificados no modelo. O modelo RVS apresenta uma capacidade de explicar uma grande gama de práticas das Ciências Biológicas, e consegue superar críticas que outros modelos não conseguem enfrentar com igual sucesso. Podemos destacar entre essas críticas a confusão dos momentos de aplicação e aceitação das Teorias T ou Modelos M e como e quais valores atuam nesses momentos distintos, podendo assim explicitar o papel de cada tipo de valor (epistêmico e não-epistêmico). Outro ponto a considerar diz respeito à capacidade do modelo RVS de conseguir articular explicações para práticas científicas tendo na devida conta tanto valores epistêmicos quanto valores não-epistêmicos. Porém, o RVS, como os outros modelos que buscam explicar o papel dos valores nas ciências, ao tratar do momento que analisa como se dá a seleção das Teorias e Modelos científicos foca apenas na expressão dos valores epistêmicos em T e/ou M. Porém, essa postura não consegue ser traduzida em critérios claros do porquê de T e/ou M ter sido selecionada, poís não é empiricamente viável comparar a expressão dos valores expressas em Teorias e/ou Modelos rivais, seja pela falta de um metodo para dizer qual T e/ou M tem o conjunto mais alto de valores ou como comparar valores diferentes com expressão diferentes de seu grau. Outra crítica possível ao RVS é sobre o deslocamento da análise da aceitação em prol das atitudes de Adotar, Endossar e Sustentar. Ao fazê-lo o modelo limita as situações onde os valores epistêmicos tem um papel legitimo a uma quantidade bastante limitada de práticas científicas nas Ciências Biológicas. Para resolver esse problema, propomos nesta tese que se analise a seleção de T ou/e M da perspectiva da Epistemologia das Virtudes. Assim, defendemos que uma boa teoria ou modelo seria aquela escolhida por um Agente Epistêmico Competente. Para ser considerado competente, o Agente deve ser capaz de utilizar sua habilidade reflexiva para acessar as razões que o levam a aceitar T e/ou M, e conseguir dessa forma articulá-las racionalmente com os valores epistêmicos de uma comunidade epistêmica da qual ele faz parte. Dessa forma, um Agente Epistêmico virtuoso, ao realizar uma performance fruto de uma habilidade competente, estará gerando um maior entendimento sobre o fenômeno que T aborda e indicando que ela é, quando comparada a outras, a melhor Teoria ou Modelo, com base nas informações às quais o agente tem acesso e às razões que utiliza reflexivamente, devendo assim ser aceita. Defendemos, ainda, que esse Agente deve agir de acordo com o que definimos como um Princípio de Precaução Epistêmica ao avaliar T e/ou M, pois dessa maneira ele poderá ser mais zeloso quanto aos possíveis riscos epistêmicos associados à aceitação de T e/ou M e, assim, poderá ser um agente mais crítico e responsável no processo de aceitação de T e/ou M. O Princípio de Precaução Epistêmica determina que um Agente deva agir de acordo com o princípio que determina que devemos agir de forma cuidadosa ao tomarmos decisões sobre as atitudes epistêmicas cujas consequências não conhecemos (ou controlamos), especialmente quando estas consequências podem ser inesperadas, graves e/ou até mesmo irreversíveis Dito isso, que o modelo RVS deve ser reinterpretado à luz da ideia de um Agente Epistêmico Competente, possibilitando então que o RVS supere suas criticas. Com base nisso propormos uma nova proposta de Atitude cognitva associada ao momento de aceitação de T e/ou M, denominada Avaliação Reflexiva, de acordo a qual um Agente Epistêmico Competente deve, ao avaliar T e/ou M, fazer uso de sua reflexão para melhor entendimento de T e/ou M e articular suas razões de acordo com os valores epistêmicos de uma comunidade epistêmica da qual ele faça parte, possivelmente composta de pares epistêmicos, que tenham aceitos como relevantes um conjunto de valores, que promova o debate e o dissenso racional e que favorecem aos membros do grupo o acesso às afirmações científicas que o grupo proponha e aceite. Ao assumir uma Atitude Reflexiva, o Agente é capaz então de julgar de forma confiável se aceita, se rejeita ou se suspende seu juízo sobre o valor de T e/ou M, a partir de uma avaliação do melhor entendimento de T/ou M.pt_BR
dc.description.abstractAbstract The importance of the debate on the role of epistemic and non-epistemic values in Biological Sciences has increased in recent decades. That happens mainly due to the widening of the range of phenomena that these sciences propose to study, to the expansion of applications in which biological knowledge is required, and sometimes to the relationship between the two cases, such as genetic engineering studies, or conservation studies. With these new fronts of action in Biological Sciences, the need to better understand the practices of biologists, scientists, has risen, mainly regarding the choice of their Theories and Models, the focus of the present study. This is because there is a growing need in Biological Sciences to understand what role values play in the practices involved in proposing and accepting models. In the debate about the role of values in scientific practice, focusing on the acceptance of theories, there are two possible approaches: one that presents models, which claims that only epistemic values play a role in these practices; and another with models that argue that both epistemic and non-epistemic values have an important role in scientific practice. In this thesis, we consider that this second approach presents a greater capacity to explain the scientific practices, which has become increasingly necessary to the Biological Sciences. Among the models of this position, we can highlight Hugh Lacey's Role of Values in Science (RVS) model. According to that model, the scientific practice can be understood by considering logically distinct moments in which different values play specific roles, under the purpose of each of the moments identified in the model. The RVS model presents an ability to explain a wide range of Biological Sciences practices, and is able to overcome criticism that other models may not cope with equal success. We can highlight among these criticisms the confusion of the moments of application and acceptance of Theories T or Models M and how and which values act in these distinct moments, therefore being able to explain the role of each type of value (epistemic and non-epistemic). Another point to consider is the ability of the RVS model to articulate explanations for scientific practices concerning both epistemic values and non-epistemic values. However, the RVS, like other models that seek to explain the role of values in the sciences, when dealing with the moment that analyzes how the selection of scientific theories and models occurs, focuses only on the expression of the epistemic values in T and/or M. However, this posture are not translated into a clear criteria about why T and/or M are selected. That occurs because it is not empirically feasible to compare the expression of the values in rival Theories and/or Models, either by the lack of a method to say which T and/or M has the highest set of values or for how to compare different values with different expression of their degree.Another possible criticism of RVS is about shifting the acceptance analysis toward Adopt, Endorse, and Sustain attitudes. In doing that, the model limits the situations where epistemic values have a legitimate role to a rather limited amount of scientific practices in the Biological Sciences. To solve this problem, we propose in this thesis to analyze the selection of T or/and M from the perspective of the Epistemology of Virtues. Thus, we argue that a good theory or model would be one chosen by a Competent Epistemic Agent. In order to be considered competent, the Agent must be able to use his reflexive ability to access the reasons that lead him to accept T and/or M and thus be able to articulate them rationally with the epistemic values of an epistemic community of which he does part. In this way, a virtuous Epistemic Agent, by doing a performance based on a competent ability, will generate a greater understanding of the phenomenon that T approaches and indicating that it is, when compared to others, the best Theory or Model, based on the information to which the agent has access and the reasons he uses reflexively and should, therefore, be accepted. We further argue that this Agent must act according to what we define as a Principle of Epistemic Precaution in evaluating T and/or M. We argue that because in this way he may be more zealous about the possible epistemic risks associated with accepting T and/or M and thus may be a more critical and responsible agent in the process of acceptance of T and/or M. The Principle of Epistemic Precaution determines that an Agent must act according to the principle, which proposes that we must act carefully when we make decisions about the epistemic attitudes. Because we do not know (or control) the possible consequences, especially when these may be unexpected, serious and/or even irreversible. That said, the RVS model must be reinterpreted in the light of the idea of a Competent Epistemic Agent, thus allowing RVS to overcome its criticisms. Based on this, we propose a new cognitive Attitude proposal associated with the moment of acceptance of T and/or M, called Reflective Assessment. According to that, when evaluating T and/or M, a Competent Epistemic Agent should make use of his reflection to allow a better understanding of T and/or M. She also should articulate their reasons according to the epistemic values of an epistemic community, possibly composed of epistemic pairs, who have accepted as relevant a set of values. Those values promote debate, rational dissent, and favor the members of the group to have access to the scientific statements that the group proposes and accepts. By assuming a Reflective Attitude, the Agent is able to reliably judge whether to accept, reject or suspend his judgment on the value of T and/or M, from an evaluation of the best understanding of T and/or M.pt_BR
dc.description.sponsorshipCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)pt_BR
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectValorpt_BR
dc.subjectAgente epistêmicopt_BR
dc.subjectLaceypt_BR
dc.subjectAutônomiapt_BR
dc.subjectEpistemologiapt_BR
dc.subjectReflexãopt_BR
dc.titleO papel dos valores na proposição e aceitação de teorias e modelos nas ciências biológicas: uma contribuição desde a epistemologia.pt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.contributor.advisor-coNunes Neto, Nei de Freitas-
dc.contributor.refereesLacey, Hugh-
dc.contributor.refereesCarvalho, Eros Moreira de-
dc.contributor.refereesSantos, Frederik Moreira dos-
dc.contributor.refereesSilva Filho, Waldomiro da-
dc.contributor.refereesNunes Neto, Nei de Freitas-
dc.contributor.refereesEl-Hani, Charbel Niño-
dc.publisher.departamentInstituto de Físicapt_BR
dc.publisher.programEnsino, Filosofia e História das Ciênciaspt_BR
dc.publisher.initialsUFBA/Facedpt_BR
dc.publisher.initialsUEFSpt_BR
dc.publisher.countrybrasilpt_BR
dc.subject.cnpqFilosofiapt_BR
dc.subject.cnpqEducaçãopt_BR
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