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Universidade Federal da Bahia |
Repositório Institucional da UFBA
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/42600
Tipo: Dissertação
Título: Surgimento, queda e ressurreição: a história da teoria da reprodução social
Título(s) alternativo(s): Rise, fall and resurrection: the history of social reproduction theory
Autor(es): Pimentel, Alline Jesus
Primeiro Orientador: Sacchet, Teresa
metadata.dc.contributor.referee1: Sacchet, Teresa
metadata.dc.contributor.referee2: Silva, Indianara Lima
metadata.dc.contributor.referee3: Sardenberg, Cecília Maria Bacellar
Resumo: Os debates em torno do trabalho reprodutivo/doméstico marcaram a década de 1970 no interior da corrente teórico-política do feminismo socialista. Desenvolvidas a partir de uma concepção sociomaterial da opressão, essas discussões buscaram, de diferentes maneiras, explicar o papel desse trabalho na determinação da subordinação das mulheres na sociedade capitalista. Derivou-se daí uma série de discussões sobre a natureza da relação e a existência (ou não) de hierarquias entre capitalismo e patriarcado, entre classe e gênero, entre exploração e opressão, entre produção e reprodução etc. Tardiamente a esses debates, surgiu, em 1983, a Teoria da Reprodução Social (TRS) desenvolvida por Lise Vogel, cuja formulação não reverberou significativamente à época. Baseando-se nas categorias marxianas, Vogel propôs uma renovação no interior do marxismo, por meio de uma abordagem integrativa entre a opressão das mulheres e o modo de produção capitalista. Trinta anos após seu surgimento e adormecimento, em meio ao avanço do neofascismo, do conservadorismo, da feminização da pobreza e de uma aguda crise sociorreprodutiva, a TRS vem sendo retomada pelas feministas marxistas contemporâneas, que a consideram uma das formulações mais robustas dentre as discussões do século XX e vislumbram, a partir dela, uma nova direção para o movimento de mulheres. Ao assimilar contribuições de outros feminismos — como os negros, decoloniais, queer, comunitários, entre outros — a reabilitação da TRS configura-se como mais um capítulo na complexa história da articulação entre marxismo e feminismo. Nesse contexto, esta dissertação tem por objetivo desenvolver um panorama histórico da Teoria da Reprodução Social. Para isso, parte-se de dados cientométricos para analisar teoricamente os contextos sociais e históricos de avanço e refluxo dessa construção teórica. Em seguida, por meio de uma análise bibliográfica, aprofunda-se no desenvolvimento histórico da TRS, derivando suas consequências políticas e epistêmicas a partir dos hiatos históricos e dos momentos de retomada que marcaram sua trajetória. Busca-se, ainda, localizar as conexões entre diferentes grupos de autoras, bem como suas aproximações e afastamentos ao longo do tempo. A partir dessa investigação, sustenta-se que o desenvolvimento da TRS é marcado por uma trajetória não linear, profundamente atravessada pelas contingências políticas, sociais e intelectuais de cada período histórico. A análise demonstra que essas variações não ocorrem de forma aleatória ou exclusivamente endógena ao campo teórico, mas respondem a dinâmicas conjunturais concretas e espelham as próprias crises e mutações do sistema capitalista em suas diferentes fases. Trata-se de um trabalho teórico, de caráter crítico e bibliográfico, que visa mapear, historiografar e investigar a retomada da TRS no campo da Teoria Feminista.
Abstract: Debates around reproductive/domestic labor marked the 1970s within the theoretical-political current of socialist feminism. Developed from a sociomaterial conception of oppression, these discussions sought, in different ways, to explain the role of such labor in the subordination of women in capitalist society. This gave rise to a series of debates about the nature of the relationship and the existence (or not) of hierarchies between capitalism and patriarchy, class and gender, exploitation and oppression, production and reproduction. Late to these debates, the Social Reproduction Theory (SRT) emerged in 1983, developed by Lise Vogel, whose formulation did not resonate significantly at the time. Based on Marxian categories, Vogel proposed a renewal within Marxism through an integrative approach to the oppression of women and the capitalist mode of production. Thirty years after its emergence and dormancy, amid the rise of neofascism, conservatism, the feminization of poverty, and a deep socioreproductive crisis, SRT has been revisited by contemporary Marxist feminists, who consider it one of the most robust formulations among twentieth-century debates and envision, through it, a new direction for the women’s movement. By assimilating contributions from other feminisms—such as Black, decolonial, queer, and community-based perspectives—SRT's rehabilitation constitutes yet another chapter in the complex history of the articulation between Marxism and feminism. In this context, this dissertation aims to develop a historical overview of Social Reproduction Theory. To this end, it draws on scientometric data to theoretically analyze the social and historical contexts of the theory’s ebb and flow. Subsequently, through bibliographic analysis, it delves into SRT’s historical development, deriving its political and epistemic consequences from the historical gaps and moments of revival that have shaped its trajectory. It also seeks to identify connections between different groups of authors, as well as their convergences and divergences over time. Based on this investigation, it is argued that the development of SRT follows a non-linear trajectory, deeply shaped by the political, social, and intellectual contingencies of each historical period. The analysis demonstrates that these variations do not occur randomly or solely due to internal theoretical dynamics, but rather respond to concrete conjunctural conditions and reflect the very crises and mutations of the capitalist system in its various phases. This is a theoretical, critical, and bibliographic study that aims to map, historicize, and investigate the contemporary revival of SRT within the field of feminist theory.
Palavras-chave: Teoria da reprodução social
Feminismo marxista
Trabalho reprodutivo
Teoria feminista
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA::HISTORIA DAS CIENCIAS
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM) 
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/42600
Data do documento: 3-Jul-2025
Aparece nas coleções:Dissertação (PPGNEIM)

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