Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38084
Tipo: Dissertação
Título: Essa dor tem cor: uma análise interseccional no fenômeno da violência obstétrica
Título(s) alternativo(s): This pain has color: an intersectional analysis of the phenomenon of obstetric violence
Autor(es): Santana, Ariane Teixeira de
Primeiro Orientador: Couto, Telmara Menezes
metadata.dc.contributor.advisor-co1: Góes, Emanuelle Freitas
metadata.dc.contributor.referee1: Couto, Telmara Menezes
metadata.dc.contributor.referee2: Santos, Amalia Nascimento do Sacramento
metadata.dc.contributor.referee3: Almeida, Lilian Conceição Guimarães de
metadata.dc.contributor.referee4: Rivemales, Maria da Conceição Costa
Resumo: Introdução: A violência obstétrica atinge mulheres e pessoas com útero de formas irrestrita, sendo as mulheres negras as mais afetadas por esse fenômeno em todo mundo. Diante deste exposto, a temática se revela pertinente no contexto da reflexão sobre as práticas de saúde no cenário obstétrico do Brasil, e como ela se pauta. Uma vez que buscamos pretende aprofundar o conhecimento sobre a ocorrência do fenômeno da violência obstétrica, segundo a percepção de quem vive. Buscando contribuir desta forma, para a construção de práticas assistenciais mais respeitosas, qualificadas, e que proporcione satisfação para as mulheres e pessoas com útero. Objetivos: Este estudo teve buscou: conhecer as percepções de mulheres sobre o fenômeno da violência obstétrica na assistência ao parto e a interface com raça e gênero. Método: Trata-se de pesquisa exploratória, descritiva, com abordagem qualitativa. O estudo foi realizado no Município de Salvador do Estado da Bahia. O cenário de ocorrência foi uma Maternidade Pública da administração direta do Estado, que fornece serviços obstétricos de baixo risco. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2021 a fevereiro de 2022. Participaram deste estudo 25 mulheres. Como instrumento de coleta de dados foram utilizados um roteiro de entrevista semiestruturada e estruturada, onde as entrevistas continham perguntas abertas e fechadas. As falas das participantes foram gravadas após assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido e transcritas. Para estruturar a análise das falas foi utilizado a Análise do Conteúdo proposta por Bardin. O conceito dos marcadores sociais e epistemologia da interseccionalidade foram utilizados para nortear a análise das informações. As participantes desta pesquisa tinham idade entre 16 e 24 anos, todas as participantes declararam-se da raça/cor negra, a maioria exerce atividades não remuneradas e possuía nível médio completo. Resultados: Emergiram unidades temáticas, as quais foram agrupadas em quatro categorias, onde foi possível compreender o fenômeno da violência obstétrica a partir da percepção apresentada pelas entrevistadas. As mulheres atribuíram a violência obstétrica a uma série de condições consideradas degradantes, humilhantes, desrespeitosas e abusivas. As mulheres apontaram o sentimento conflituoso na percepção de serem violentadas por outras mulheres. As mulheres associaram que o gênero e a classe social têm influências diretas na ocorrência da violência obstétrica. Há ainda a percepção da violência obstétrica no contexto das condições precárias presentes nos sistemas de saúde. Conclusão: Reafirmo a necessidade de maiores esforços do Estados, gestores, profissionais e sociedade para avançar no combate à violência obstétrica. Para que todas as mulheres e pessoas com útero possam receber cuidados de alta qualidade, respeitosos, baseados em evidências, integral e equânime, que fortaleça políticas de combate ao racismo e garanta autonomia nas decisões sobre o processo reprodutivo. A fim de proporcionar experiências individuais e prazerosas em toda sua trajetória obstétrica a partir da lente da justiça reprodutiva.
Abstract: Introduction: Obstetric violence affects many women and people with uterus, in unrestricted ways. Although it has already been proven that black women are the ones who experience this phenomenon the most around the world. Given the above, the theme is relevant in the context of reflection on health practices in the obstetric scenario in Brazil, and how it is guided. Since it intends to deepen the knowledge about the occurrence of the phenomenon of obstetric violence, according to the perception of those who live. Seeking to contribute in this way, to the construction of more respectful, qualified care practices, and that provide satisfaction for women and people with uterus. Objectives: This study sought to: understand women's perceptions of the phenomenon of obstetric violence in childbirth care and the interface with race and gender. Method: This is an exploratory, descriptive research with a qualitative approach. The study was carried out in the Municipality of Salvador in the State of Bahia. The scenario of occurrence was a Public Maternity of the direct administration of the State, which provides obstetric services of low risk. Data collection took place from November 2021 to February 2022. Twenty-five women participated in this study. As a data collection instrument, a semi-structured and structured interview script was used, where the interview combined open and closed questions. The participants' speeches were recorded, after signing the Informed Consent Term, and transcribed. To structure the analysis of the speeches, the Content Analysis proposed by Bardin was used. The concept of social markers and the epistemology of intersectionality were used to guide the analysis of the information. The participants in this research were between 16 and 24 years old, all participants declared themselves to be of black race/color, most of them carry out unpaid activities and had completed high school. Results: Thematic units emerged, which were grouped into four categories, where it was possible to understand the phenomenon of obstetric violence from the perception presented by the interviewees. Women attributed obstetric violence to a series of conditions considered degrading, humiliating, disrespectful and abusive. Associating its occurrence with gender and social class, most women in this study were not able to relate the interaction between obstetric violence and racism. The women pointed out the conflicting feeling in the perception of being raped by other women. There is also the perception of obstetric violence in the context of the precarious conditions present in the health systems. Conclusion: I reaffirm the need for greater efforts by States, managers, professionals and society to advance in the fight against obstetric violence. So that all women and people with a uterus can receive high-quality, respectful, evidence-based, comprehensive and equitable care, which strengthens policies to combat racism and guarantees autonomy in decisions about the reproductive process. In order to provide individual and pleasurable experiences throughout your obstetric trajectory from the lens of reproductive justice.
Palavras-chave: Violência obstétrica
Racismo em saúde
Violência de gênero
Assistência ao parto
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEM
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Escola de Enfermagem
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Citação: SANTANA, Ariana Teixeira de. Essa dor tem cor: uma análise interseccional no fenômeno da violência obstétrica. 2022. 93 f. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal da Bahia, Escola de Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde, Salvador, 2022.
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38084
Data do documento: 28-Jun-2022
Aparece nas coleções:Dissertação (PPGENF)

Arquivos associados a este item:
Não existem arquivos associados a este item.


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.