Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36895
Tipo: Tese
Título: Processos afetivo-semióticos da experiência de transplante para pessoas com órgãos transplantados
Título(s) alternativo(s): Affective-semiotic processes of the transplant experience for People with transplanted organs
Autor(es): Lima, Agnaldo Júnior Santana
Primeiro Orientador: Ristum, Marilena
metadata.dc.contributor.referee1: Ristum, Marilena
metadata.dc.contributor.referee2: Mattos, Elsa de
metadata.dc.contributor.referee3: Marsico, Giuseppina
metadata.dc.contributor.referee4: Lordelo, Lia da Rocha
metadata.dc.contributor.referee5: Franco, Maria Helena Pereira
Resumo: Diante do crescimento da incidência de doenças crônicas, a realidade do transplante de órgãos se configura como um recurso terapêutico para diversos casos, trazendo um percurso com implicações físicas e psicossociais para os pacientes. A partir desta realidade, o objetivo deste estudo consistiu em compreender a experiência pessoal do transplante construída por pessoas com doenças crônicas. Mais especificamente, buscou-se (1) analisar a trajetória do adoecimento, identificando quais eventos se configuram como rupturas para os indivíduos; (2) identificar os processos afetivo-semióticos envolvidos na experiência; (3) compreender o uso de recursos institucionais, interpessoais, simbólicos e pessoais por parte dos participantes diante de situações disruptivas; e (4) identificar os processos imaginativos. O estudo teve como aporte teórico a Psicologia Cultural. Participaram do estudo cinco adultos com idade entre 25 e 54 anos, que haviam realizado o transplante de um ou dois órgãos (rim, fígado, pulmão, coração e pâncreas e rim). Os dados foram construídos com entrevistas narrativas, entrevistas semiestruturadas e questionário sociodemográfico e foram analisados à luz do Modelo de Equifinalidade de Trajetórias e da construção de eixos temáticos a partir dos objetivos, construtos teóricos da Psicologia Cultural e da literatura. Nas trajetórias dos participantes, eventos como diagnóstico, tratamento, entrada na fila de espera e transplante foram percebidos como disruptivos, deles demandando transições com processos de identidade, aprendizagem de novas habilidades e construção de sentidos. Dentre os processos afetivo-semióticos, os participantes significaram os sintomas iniciais e outras condições de adoecimento, além da presença de incertezas e medos. A ideia da finitude se expressa na narrativa diante do contexto da fila de espera para o transplante, além de significações mais otimistas como boas expectativas, e possibilidade de vida. Sobre a vida e o self após o transplante, os participantes apontam, entre outros signos: o retorno à normalidade, a retomada da rotina, a ausência de restrições, o aumento da qualidade de vida e a possibilidade de superação. A pandemia do Coronavírus fez emergir estados afetivos de ansiedade e pânico, além de relatos que apontam a vivência de uma nova quarentena e sobrecarga de demandas. Entre os recursos utilizados nos processos de transição estavam: reflexões a partir de artefatos culturais; as instituições hospitalares, a religião; a família, amigos e características pessoais dos participantes. Nos processos imaginativos, os participantes trazem expectativas acerca do transplante: liberdade, qualidade de vida, retorno à rotina, estar com a família e projetar o futuro. As trajetórias sombras atuaram como signos catalisadores, como contexto para o fortalecimento dos signos promotores, os quais contribuíram para a manutenção das práticas de autocuidado. A imaginação para o futuro aponta a busca pela continuidade de avanços conquistados e busca de ideais pessoais. Ressalta-se a importância de espaços para a expressão da voz de pessoas com doenças crônicas, bem como do aperfeiçoamento na formação de profissionais de saúde.
Abstract: Faced with the growing incidence of chronic diseases, the reality of organ transplantation is configured as a therapeutic resource for several cases, bringing a path with physical and psychosocial implications for patients. Based on this reality, this research aimed to understand the personal experience of transplantation built by people with chronic diseases. More specifically, we sought to (1) to analyze the trajectory of illness, identifying which events are configured as ruptures for individuals; (2) to identify the affective-semiotic processes involved in the experience; (3) to understand the use of institutional, interpersonal, symbolic and personal resources by participants in disruptive situations; and (4) to identify imaginative processes. The study had as theoretical contribution the Cultural Psychology. Five adults aged between 25 and 54 years old, who had undergone transplantation of one or two organs (kidney, liver, lung, heart and pancreas and kidney) participated in the study. The data were constructed with narrative interviews, semi-structured interviews and a sociodemographic questionnaire and were analyzed in the light of the Trajectories Equifinality Model and the construction of thematic axes from the objectives, theoretical constructs of Cultural Psychology and literature. In the participants' trajectories, events such as diagnosis, treatment, entry into the waiting list and transplantation were perceived as disruptive, demanding from them transitions with identity processes, learning new skills and sense making. Among the affective-semiotic processes, the participants gave meaning to the initial symptoms and other conditions of illness, in addition to the presence of uncertainties and fears. The idea of finitude is expressed in the narrative in the context of the waiting list for the transplant, in addition to more optimistic meanings such as good expectations and the possibility of life. About life and the self after the transplant, the participants point out, among other signs: the return to normality, the resumption of routine, the absence of restrictions, the increase in the quality of life and the possibility of overcoming. The Coronavirus pandemic has given rise to affective states of anxiety and panic, in addition to reports that point to the experience of a new quarantine and overload of demands. Among the resources used in the transition processes were: reflections based on cultural artifacts; hospital institutions, religion; the family, friends and personal characteristics of the participants. In the imaginative processes, the participants bring expectations about the transplant: freedom, quality of life, return to routine, being with the family and projecting the future. The shadow trajectories acted as catalyst signs, as a context for strengthening the promoting signs, which contributed to the maintenance of self-care practices. The imagination for the future points to the search for the continuity of advances made and the search for personal ideals. We emphasize the importance of spaces for the expression of the voice of people with chronic diseases, as well as the improvement in the training of health professionals.
Palavras-chave: Significações
Transplante
Doenças crônicas
Ruptura/transição
Recursos
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Instituto de Psicologia
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI) 
Tipo de Acesso: Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36895
Data do documento: 1-Set-2022
Aparece nas coleções:Tese (PPGPSI)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
tese_agnaldo_lima.pdf4,33 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons