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Tipo: Dissertação
Título: Crítica da razão pornográfica: a economia do gozo no universo do camming
Autor(es): Dal'orto, Caroline Coutinho
Primeiro Orientador: Silva, Moisés Vieira de Andrade Lino e
metadata.dc.contributor.referee1: Silva, Carolina Parreiras
metadata.dc.contributor.referee2: Diaz-Benitez, Maria Elvira
metadata.dc.contributor.referee3: Silva, Moisés Vieira de Andrade Lino e
Resumo: A proposta de uma “crítica da razão pornográfica” funda-se no exercício crítico (MARCUS, FISCHER, 2014) a uma racionalidade erguida sobre as pretensões de uma razão pura, universal e desinteressada (FOUCAULT, 2002; DERRIDA, 2007; MBEMBE, 2014). O exercício de pornificar essa racionalidade questiona um tipo de moral - ascética (NIETZSCHE, 2000) - presente nas teorias econômicas, da comunicação e da antropologia, na medida em que essas tendem a invisibilizar a intrínseca relação entre o desenvolvimento de novas modalidades de produção e consumo, construção de popularidade, experimentações sexuais e a comercialização de conteúdos porno-eróticos que emergem das chamadas “empresas-plataforma” (SLEE, 2019). O trabalho etnográfico apresentado foi produzido no interior das “redes do sexo” no digital, buscando incorporar a literatura e as vivências do trabalho sexual às discussões acerca do florescimento de um “capitalismo de plataforma”, “capitalismo de vigilância” (ZUBOFF, 2021) e “uberização ou imaterialidade do trabalho” (LAZZARATO, NEGRI, 2022) enquanto novos paradigmas produtivos do capitalismo pós-industrial. Proponho, ainda, um olhar crítico acerca da “desdiferenciação” das fronteiras entre público/privado e de consumo/produção promovida pelo ambiente digital (e online) a partir da “espetacularização do eu”, da celebração de um “eu público” (SIBILIA, 2015; BRUNO, 2004) ou de micro-celebridades online (JIMROGLOU, 1999; WHITE, 2003; BZURA, 2007; SENTF, 2008). Por fim, o que ofereço é uma crítica etnográfica da sexualidade emergente do advento das tecnologias digitais e de novos paradigmas do prazer sexual contemporâneo (PAASONEN, 2010; PARREIRAS, 2012; ROST, 2016; MIRANDA, 2016; FRANÇA, 2020). Posicionando-me em campo enquanto um híbrido antropóloga-camgirl, desafio a própria construção celibatária (KULICK, WILLSON, 1995) de uma certa antropologia que preserva a assimetria entre sexo, dinheiro, pesquisa e subjetividade (LINO E SILVA, 2014).
Abstract: The “critique of pornographic reason” here proposed is based on the criticism (MARCUS, FISCHER, 2014) of a rationality built on the pretensions of a pure, universal and disinterested reason (FOUCAULT, 2002; DERRIDA, 2007; MBEMBE, 2014). The exercise of pornifying this rationality questions an ascetic morality (NIETZSCHE, 2000) present in economic, communication, and anthropology theories, insofar as these tend to make invisible the intrinsic relationship between the development of new modes of production and consumption, construction of popularity, sexual experimentation, and the commercialization of porno-erotic content that emerge from the so-called “platform companies” (SLEE, 2019). The ethnographic work presented was produced within digital “sex networks”, seeking to incorporate the literature and experiences of sex work into discussions regarding the flourishing of a “platform capitalism”, “surveillance capitalism” (ZUBOFF, 2021) and the “uberization or immateriality of work” (LAZZARATO, NEGRI, 2022; SLEE, 2019) as new productive paradigms of post-industrial capitalism. I also propose a critical look at the “de-differentiation” of the boundaries between public/private and consumption/production promoted by the digital (and online) environment based on the “spectacularization of the self”, the celebration of a “public self” (SIBILIA , 2015; BRUNO, 2004) or “online micro-celebrities” (JIMROGLOU, 1999; WHITE, 2003; BZURA, 2007; SENTF, 2008). Finally, what I offer is an ethnographic critique of sexuality emerging from the advent of digital technologies and new paradigms of contemporary sexual pleasure (PAASONEN, 2010; PARREIRAS, 2012; ROST, 2016; MIRANDA, 2016; FRANÇA, 2020). Positioning myself in the field as a anthropologist-camgirl hybrid, I challenge the very celibate construction (KULICK, WILLSON, 1995) of a certain anthropology that preserves the asymmetry between sex, money, research and subjectivity (LINO E SILVA, 2014).
Palavras-chave: Webcamming erótico comercial
Etnografia digital
Empresas-plataforma
Mídias digitais
Trabalho sexual telemediado
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) 
Tipo de Acesso: CC0 1.0 Universal
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36630
Data do documento: 28-Out-2022
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