Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36026
Tipo: Tese
Título: Conceptualização/categorização do estupro: um estudo socio-histórico-cognitivo
Autor(es): Araújo, Dalva Pereira Barreto de
Primeiro Orientador: Almeida, A. Ariadne Domingues
metadata.dc.contributor.referee1: Almeida, A. Ariadne Domingues
metadata.dc.contributor.referee2: Marengo, Sandro Márcio D. Alves
metadata.dc.contributor.referee3: Duque, Paulo Henrique
metadata.dc.contributor.referee4: Sperandio, Natália Elvira
metadata.dc.contributor.referee5: Santana, Neila Maria Oliveira
Resumo: A Tese, aqui resumida, teve como propósito contribuir para a compreensão de como o ESTUPRO é conceptualizado/categorizado em textos jornalísticos produzidos no Brasil entre os séculos XIX e XXI. Para tanto, o estudo teve como fonte de pesquisa o jornal O Estado de São Paulo e buscou: a) discorrer sobre a Teoria dos Modelos Cognitivos Idealizados, Teoria da Metáfora e Metonímia Conceptuais, Teoria dos Esquemas de Imagem, Semântica de Frames; b) investigar e analisar as expressões metafóricas e metonímicas e explicar a estruturação conceptual, por meio dos esquemas imagéticos; c) analisar, no espaço brasileiro, os fatos sócio-históricos, políticos, ideológicos e culturais imbricados nas conceptualizações encontradas desse ato de violência sexual; d) analisar se a diferença do gênero textual e do conceptualizador interfere na conceptualização/categorização do ESTUPRO; e) verificar manutenções, variações e mudanças no modo de conceptualizá-lo/categorizá-lo no devir do recorte temporal estabelecido; e f) apresentar as metáforas e metonímias conceptuais, os esquemas imagéticos e os frames relacionados à conceptualização/categorização do ESTUPRO a partir do corpus. Teve como aporte teórico os estudos da Linguística Cognitiva, em especial, as contribuições de Lakoff e Johnson (1980; 1999), Lakoff (1987, 1993, 2007), Johnson (1987), Barcelona (2012, 2009[1996]), Peña Cervel (2012), Fillmore (1982), Rosch (1978, 2011), Kövecses (1988, 1990, 2000, 2002, 2010, 2014, 2015), Kleiber (1995), Almeida (2021, 2020, 2018, 2016), Duque (2016), Eco (2013, 2007), Feltes (2007). Adotamos uma perspectiva interdisciplinar e propusemos uma discussão que, além de abarcar pressupostos da Linguística Cognitiva, seguiu o norte da Linguística Histórica, a partir da Semântica Cognitiva-Sócio-Histórica. Ademais, adotou, também, premissas oriundas dos estudos sobre os gêneros textuais e, por fim, recorreu a contribuições da Lexicografia (BLUTEAU, 1728; SILVA, 1789; PINTO, 1832; AURÉLIO, 1986; AULETE, 2020). Buscou, ainda, ampliar o caráter interdisciplinar, inicialmente, proposto entre diferentes vertentes da Linguística, de modo a traçar, também, diálogos com pesquisadores da História (SOARES, 1999; VIEIRA, 2011), da Geografia (CAVALCANTI, 2002), da Filosofia (DESCARTES,1996 [1595-1650]), da Biologia (INGOLD, 1995) e do Direito (VIANNA, 2002; WAITES, 2005). No que concerne ao desenho metodológico, o estudo desenvolvido foi pautado em uma metodologia qualitativa, baseada no paradigma da introspecção, de cunho descritivo-interpretativo, bibliográfico e documental. O corpus foi composto por textos jornalísticos, coletados no jornal O Estado de São Paulo, produzidos do século XIX ao XXI e foi constituído a partir de pressupostos da Teoria dos Fractais (MANDELBROT, 1983; ALMEIDA, 2020) e da Técnica da Saturação Teórica (SANTANA, 2019). Os resultados foram organizados, a partir dos domínios da experiência identificados, como os domínios FLORA e VIOLÊNCIA, e mostraram que a conceptualização/categorização do ESTUPRO é realizada por meio de diversos mapeamentos metafóricos e metonímicos, como a metáfora ESTUPRO É PERDA DA FLOR e a metonímia VIOLÊNCIA POR ESTUPRO, estruturadas por esquemas-I, a partir de variados domínios-fonte, integrantes de diferentes frames que estão interconectados e constituem o domínio ESTUPRO. Além disso, não foram observados no corpus sinais de mudança conceptual no decorrer do tempo, nem em relação ao gênero textual e ao conceptualizador, mas mudança de perspectivação, que produz especificações do conceito, ambos coexistindo em determinados períodos e promovendo a variação, como a metonímia VIOLÊNCIA POR ESTUPRO, que é encontrada em todo o período investigado, mas a especificação VIOLÊNCIA DE GÊNERO POR ESTUPRO só é encontrada no século XXI. Essa perspectivação diferenciada cria outras categorias de uma perspectivação já existente, estando relacionadas ao contexto social, cultural, histórico, político e ideológico no qual foram produzidas. Enfim, o estudo das metáforas e das metonímias, bem como dos esquemas de imagem e dos frames possibilitou a reflexão sobre as conceptualizações/categorizações do ESTUPRO no uso.
Abstract: The Thesis, summarized here, aimed to contribute to the understanding of how RAPE is conceptualized/categorized in journalistic texts produced in Brazil between the 19th and 21st centuries. Therefore, the study had as research source the newspaper O Estado de São Paulo and sought to: a) discuss the Theory of Idealized Cognitive Models, Theory of Conceptual Metaphor and Metonymy, Theory of Image Schemes, Frame Semantics; b) investigate and analyze metaphorical and metonymic expressions and explain conceptual structuring through imagery schemes; c) analyze, in the Brazilian space, the socio-historical, political, ideological and cultural facts intertwined in the conceptualizations found of this act of sexual violence; d) analyze whether the difference between the textual genre and the conceptualizer interferes in the conceptualization/categorization of RAPE; e) check maintenance, variations and changes in the way of conceptualizing/categorizing it in the course of the established time frame; and f) to present conceptual metaphors and metonymies, imagery schemes and frames related to the conceptualization/categorization of RAPE from the corpus. The theoretical support was the studies of Cognitive Linguistics, in particular the contributions of Lakoff and Johnson (1980; 1999), Lakoff (1987, 1993, 2007), Johnson (1987), Barcelona (2012, 2009[1996]), Peña Cervel (2012), Fillmore (1982), Rosch (1978, 2011), Kövecses (1988, 1990, 2000, 2002, 2010, 2014, 2015), Kleiber (1995), Almeida (2021, 2020, 2018, 2016), Duque (2016), Eco (2013, 2007), Feltes (2007). We adopted an interdisciplinary perspective and proposed a discussion that, in addition to embracing assumptions of Cognitive Linguistics, followed the north of Historical Linguistics, based on Cognitive-Socio-Historical Semantics. Furthermore, it also adopted premises from studies on textual genres and, finally, it resorted to contributions from Lexicography (BLUTEAU, 1728; SILVA, 1789; PINTO, 1832; AURÉLIO, 1986; AULETE, 2020). It also sought to expand the interdisciplinary character, initially proposed between different strands of Linguistics, in order to also trace dialogues with researchers from History (SOARES, 1999; VIEIRA, 2011), Geography (CAVALCANTI, 2002), Philosophy (DESCARTES, 1996 [1595-1650]), Biology (INGOLD, 1995) and Law (VIANNA, 2002; WAITES, 2005). With regard to the methodological design, the study developed was based on a qualitative methodology, based on the paradigm of introspection, with a descriptive-interpretive, bibliographical and documentary nature. The corpus was composed of journalistic texts, collected in the newspaper O Estado de São Paulo, produced from the 19th to the 21st century and was constituted from the assumptions of the Theory of Fractals (MANDELBROT, 1983; ALMEIDA, 2020) and the Theoretical Saturation Technique ( SANTANA, 2019). The results were organized from the identified domains of experience, such as the FLORA and VIOLENCE domains, and showed that the conceptualization/categorization of RAPE is carried out through several metaphorical and metonymic mappings, such as the metaphor RAPE IS LOSS OF THE FLOWER and the metonymy VIOLENCE THROUGH RAPE, structured by I-schemas, from various source domains, members of different frames that are interconnected and constitute the RAPE domain. In addition, no signs of conceptual change over time were observed in the corpus, nor in relation to the textual genre and the conceptualizer, but a change in perspective, which produces concept specifications, both coexisting in certain periods and promoting variation, such as metonymy VIOLENCE BY RAPE, which is found throughout the period investigated, but the specification GENDER VIOLENCE BY RAPE is only found in the 21st century. This differentiated perspective creates other categories of an existing perspective, being related to the social, cultural, historical, political and ideological context in which they were produced. Finally, the study of metaphors and metonymies, as well as image schemes and frames, made it possible to reflect on the conceptualizations/categorizations of RAPE in use.
Palavras-chave: Linguística Cognitiva
Linguística Histórica
Semântica Cognitiva-Sócio-Histórica
Conceptualização
Categorização
Jornais
Gêneros textuais
Estupro
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Instituto de Letras
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36026
Data do documento: 22-Out-2021
Aparece nas coleções:Tese (PPGLINC)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
tese_dalva_pereira_barreto_de_araujo.pdfDALVA PEREIRA BARRETO DE ARAÚJO5,37 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.