Concepções e práticas avaliativas no 4º e 5º ano do ensino fundamental

Abstract

Este trabalho tem por objetivo analisar as práticas avaliativas desenvolvidas nos 4° e 5º anos do Ensino Fundamental em escolas do Município de Salvador/BA. Desse modo, o enfoque foi no seguinte problema de pesquisa: Em quais concepções - no avaliar ou examinar - as práticas avaliativas dos 4º e 5º anos têm sido desenvolvidas? O referencial teórico foi construído com a fundamentação de autores especialistas na área de Avaliação, tais como: Esteban (2003; 2006; 2010; 2019), Freitas e Fernandes (2007), Hoffmann (2010), Luckesi (2011; 2018) e Villas Boas (2007; 2019). Quanto ao percurso metodológico, desenvolvemos uma pesquisa qualitativa, do tipo descritiva, iniciada com um levantamento bibliográfico na área da Avaliação e aprofundada com a realização de um questionário com sete questões abertas que foi respondido por quatro professoras atuantes na rede municipal de Educação de Salvador/BA. Analisamos as respostas por meio de temáticas, inspiradas nas categorias de Bardin (2011) e os principais achados da pesquisa sinalizaram que: 1) Compreensão de que avaliar é um processo enquanto examinar é uma ação que resulta de atividades pontuais; 2) A prática avaliativa envolve professor/a e aluno/a tomando decisões coletivas, mas o Sistema Municipal de Educação tem determinado o preenchimento de formulários; 3) As professoras participantes da pesquisa possuem uma visão de Avaliação como acompanhamento, mas esbarram nas normas e regras da SMED que impõe um formato a ser seguido de preenchimento de planilhas; 4) A concepção de Avaliação da/para Aprendizagem precisa ser compreendida pela escola, por nossos governantes, legisladores e gestores públicos (da União dos Estados e dos Municípios) para que haja uma profunda mudança nas diretrizes e nos olhares das Instituições responsáveis por avaliar as escolas brasileiras, a fim de não reduzirem a prática de avaliar por preenchimento de planilhas. 5) A prática do avaliar amplia a possibilidade de aprendizagem, ao contrário do que ocorre quando optamos pela prática do exame e as professoras têm esse entendimento porque são sensíveis à condição socioeconômica dos/as estudantes; 6) Há uma necessidade de formação continuada para as professoras da Rede Municipal de Educação, sobretudo em Avaliação da/para Aprendizagem a fim de que, tenhamos nas escolas práticas avaliativas ao invés de examinadoras. Concluímos que as práticas avaliativas ainda precisam ser planejadas e desenvolvidas com base em orientações pedagógicas comprometidas com a construção de aprendizagens de todos os sujeitos envolvidos no processo educacional. Isto porque entendemos que, no âmbito do avaliar, todos podem aprender, ao contrário do que ocorre na prática do Exame que só visa a memorização, decoreba e aprendizagens superficiais, focadas em resultados e classificações.