Práticas pedagógicas inclusivas: percepção das educadoras brasileiras e lusitanas

Abstract

Neste estudo, investigamos as percepções de professoras brasileiras e lusitanas para as ações relacionadas ao processo de inclusão de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) matriculados na Educação Especial e Inclusiva no ensino comum, tendo por base os discursos de dois países: Brasil e Portugal. No que se refere aos aspetos teóricos e práticas pedagógicas desenvolvidas por elas, ancoramos nossos fundamentos na Teoria Sócio Histórico-cultural, de Vygotsky, e na Pedagogia Histórico-crítica, de Saviani, que subsidiaram e evidenciaram os sistemas conceituais e as deliberações discursivas e pedagógicas investigadas. A pesquisa foi empírica qualitativa, do tipo exploratória, com recolha de dados documentais e a partir das oito entrevistas individuais com roteiro semiestruturado que privilegiou os entendimentos das ações docentes vivenciados pelas professoras brasileiras e lusitanas que atuam na Educação Especial e Inclusiva do ensino comum. As categorias de análises contribuíram com as discussões acerca da especificidade do trabalho pedagógico inclusivo das professoras, a saber: Educação Especial e Inclusiva; práticas pedagógicas inclusivas; e as políticas públicas de inclusão evidenciaram em seus discursos e apontaram o desenvolvimento de suas percepções individuais no que diz respeito às práticas pedagógicas inclusivas, ao tempo em que delinearam seus elementos argumentativos. Os resultados corroboram as hipóteses de pesquisa e alegam a necessidade de mais discussões sólidas e aprofundadas sobre a prática pedagógica inclusiva e indicaram seguintes percepções: a) estreita relação entre as experiências escolares e suas atuações, quando as professoras demonstraram conhecimentos diversificados acerca da Educação Especial e Inclusiva; b) diálogos norteadores das políticas públicas com os eixos definidores de seus planejamentos, que podem impulsionar a inclusão do aluno com deficiência; c) reconhecimento de que a formação continuada é imprescindível para atuarem e ampliarem as mediações pedagógicas das aprendizagens específicas de cada aluno incluído; d) adoção dos conteúdos mediados, com possíveis transferências para os contextos escolar e social; e) alegação de que os insuficientes conhecimentos das práticas pedagógicas inclusivas podem interferir negativamente na aprendizagem dos alunos incluídos, pois o sucesso das ações demandam domínios formativos no que tange à competência técnica e política para a que a inclusão de alunos com deficiência se efetive com qualidade. As professoras revelaram, a seu modo, o que concerne a inclusão contemporâneas na Educação Básica e a urgência para os debates a esse respeito, para que tais ações estejam fundamentando as essencialidades dos conhecimentos epistemológicos para a prática profissional docente e a natureza que podem desvelar identidades pedagógicas que suscitam mais interpretações e investigações educacionais por seus atores. O nosso contributo científico para os princípios que regem as práticas pedagógicas fundamentadas nas perspectivas Sócio-Histórico-cultural e na Pedagogia Histórico-crítica resulta em evidências para o caráter histórico-dialético desses processos, corroborando a extensão entre o desenvolvimento psíquico e as atividades pedagógicas inclusivas, a relação entre mediação e o desenvolvimento das funções superiores dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE). Sobre isso ratificamos a importância de colocar no centro dos debates a garantia de permanência desses alunos no espaço escolar comum como elemento fundante dos afazeres docentes.

ABSTRACT Study investigates perceptions of Brazilian and Lusitanian teachers for actions related to inclusion process of students with Special Educational Needs (SEN) enrolled in Special and Inclusive Education in common education, based on the discourses in two countries: Brazil and Portugal. With regard to theoretical aspects and pedagogical practices developed by them, foundations of the study is anchored in Vygotsky's sociohistorical theory and Saviani's historical and critical pedagogy, which supported and evidenced conceptual systems and discursive and pedagogical deliberations which were investigated. Research is empirical, qualitative and exploratory, with collection of documentary data and from the eight single interviews with semi-structured script that favored the understanding of teaching actions experienced by Brazilian and Lusitanian teachers who work in the Special and Inclusive Education of common education. Categories of analyses contributed to discussions about the specificity of inclusive pedagogical work of the teachers, that is: special and inclusive education; inclusive pedagogical practices; and public inclusion policies evidenced in their discourses and pointed out the development of their individual perceptions with regard to inclusive pedagogical practices, at the time when they outlined their argumentative elements. Results corroborate research hypotheses and claim the need for more solid and in-depth discussions on inclusive pedagogical practice and indicated following perceptions: a) close relationship between school experiences and their actions, when teachers demonstrated diversified knowledge about special and inclusive education; b) dialogues that guide public policies with the defining perspectives of their planning, which can boost the inclusion of students with disabilities; c) recognition of the fact that continuing education is essential to act and expand pedagogical mediations of specific learning for each included student; d) adoption of mediated content, with possible transfers to the school and social contexts; e) claim that insufficient knowledge of inclusive pedagogical practices can negatively intervene in learning of included students, because the success of actions require training domains regarding technical and political competence for the inclusion of students with disabilities to be effective with quality. Teachers revealed, in their way, what concerns contemporary inclusion in basic education and the urgency for debates in this regard, so that such actions are underlying the essentialities of epistemological knowledge for the professional teaching practice and the nature that can unveil pedagogical identities that raise more interpretations and educational investigations by their actors. Our scientific contribution to the principles that rule pedagogical practices based on sociohistorical and historical and critical pedagogy perspectives results in evidence for historical and dialectical character of these processes, which corroborates the extent between psychic development and inclusive pedagogical activities, the relationship between mediation and the development of higher functions of students with Special Educational Needs (SEN). On this we confirm the importance of placing at the center of debates the guarantee of permanence of these students in common school space as a founding element for teaching activities.

RESUMÉ Dans cet article, nous étudions les perceptions des enseignants brésiliens et portugais concernant les actions liées au processus d'inclusion des élèves ayant des besoins éducatifs spéciaux (BEP) inscrits dans l'éducation spéciale et inclusive dans l'éducation commune, sur la base des discours des deux pays, Brésil et Portugal, pays concernant les aspects et pratiques pédagogiques développés par eux. Nous ancrons nos fondements dans la théorie socio-historique et culturelle de Vygotsky et la pédagogie historique et critique de Saviani, qui ont subventionné et mis en évidence les systèmes conceptuels et les délibérations discursives et pédagogiques étudiées. Il s'agit d'une recherche qualitative, exploratoire et empirique, avec collecte de données documentaires et à partir de huit entretiens individuels avec un script semi-structuré qui a favorisé la compréhension des actions pédagogiques vécues par les enseignants brésiliens et portugais qui travaillent dans l'éducation spéciale et inclusive dans l'enseignement ordinaire. Les catégories d'analyse ont contribué aux discussions sur la spécificité du travail pédagogique inclusif de ces enseignants, à savoir: l'éducation spéciale et inclusive; pratiques d'enseignement inclusives; et les politiques publiques d'inclusion dont témoignent leurs discours et ont souligné le développement de leurs perceptions individuelles à l'égard des pratiques pédagogiques inclusives, tout en délimitant leurs éléments argumentatifs. Les résultats corroborent les hypothèses de recherche et allèguent la nécessité de discussions plus solides et plus approfondies sur la pratique pédagogique inclusive et ont indiqué les perceptions suivantes: a) relation étroite entre les expériences scolaires et leurs actions, lorsque les enseignants ont démontré des connaissances diversifiées sur l'éducation spéciale et inclusive; b) des dialogues qui orientent les politiques publiques avec les axes structurants de leurs projets, qui peuvent favoriser l'inclusion des étudiants handicapés; c) la reconnaissance que la formation continue est indispensable pour agir et élargir les médiations pédagogiques des apprentissages spécifiques de chaque étudiant inclus; d) contenus médiatisés adoptés, avec d'éventuels transferts vers des contextes scolaires et sociaux; e) ils ont affirmé qu'une connaissance insuffisante des pratiques pédagogiques inclusives peut interférer négativement dans l'apprentissage des étudiants inclus, car le succès des actions exige des domaines de formation en termes de compétences techniques et politiques afin que l'inclusion des étudiants handicapés soit effective et de qualité. Les enseignants ont révélé à leur manière ce qui concerne l'inclusion contemporaine dans l'éducation de base et l'urgence des débats à cet égard, de sorte que de telles actions fondent l'essentiel de ces connaissances épistémologiques pour la pratique enseignante professionnelle et la nature qui peut dévoiler des identités pédagogiques qui soulèvent plus interprétations et investigations pédagogiques par leurs acteurs. Nous réaffirmons les principes généraux qui régissent leurs pratiques pédagogiques basées sur les perspectives socio-historiques culturelles et sur la pédagogie historique-critique. qui sont les preuves claires du caractère historique-dialectique de ces processus, corroborant l'extension entre le développement psychique et les activités pédagogiques inclusives à la relation entre médiation et développement des fonctions supérieures des élèves à Besoins Éducatifs Spéciaux (BEP), dont nous confirmons l'importance de placer au centre des débats la garantie de la permanence de ces élèves dans l'espace scolaire commun comme élément fondamental de l'enseignement Tâches.