Avaliação como medida: dos testes mentais aos testes pedagógicos ou de Isaías Alves a Afro do Amaral Fontoura (décadas de 1920 a 1960)

Abstract

O presente Trabalho de Conclusão de Curso faz parte do projeto de pesquisa intitulado: “A avaliação escolar na Bahia em perspectiva histórica (1925-1936): proposições e práticas” e resultou do subprojeto, intitulado “Vestígios históricos da avaliação escolar na Bahia: atos, agentes e artefatos”, desenvolvido pela autora. Seu principal objetivo é analisar a concepção de “avaliação como medida” que deixou marcas na educação primária no Brasil, destacando o movimento que se deu dos “testes mentais” aos “testes pedagógicos”. Para dar conta desse objetivo, perguntamos: De onde vieram as referências para essas propostas? Quem esteve à frente na Bahia e também no Brasil? Que providências adotou e o que produziu? Com isso, verifica-se a forte presença de Isaías Alves e Anísio Teixeira na Bahia e, posteriormente no Rio de Janeiro. Como o nosso foco são os testes pedagógicos, incluímos neste trabalho, o livro Manual de Testes (1960) de autoria do professor Afro do Amaral Fontoura por ser uma fonte que não só apresenta os testes aos professores, como também sua correção. Para realização desta pesquisa, optou-se pelo método histórico-documental, base do projeto PIBIC, desenvolvido pela autora, articulando fontes documentais diversas, cujo diálogo se obteve com a produção historiográfica já existente. As fontes principais utilizadas para esse trabalho constam de atos normativos (Legislação), discursos dos sujeitos em cargos ou funções da administração pública (Relatórios); produções dos principais nomes considerados “experts” no assunto testes (Artigos, livros escritos), entre os anos 1925 e 1960. Concluímos que os testes foram vistos como novidades pedagógicas para a época, tendo recebido algumas críticas, mas com uma longa história de permanência na educação que os colocam junto ao paradigma da avaliação como medida, cuja finalidade é examinar, classificar, homogeneizar e excluir.