Abstract: | A presente tese parte das origens milenares do teatro napolitano e passa através do anti-herói homérico e picaresco para abordar o modus operandi do Pulcinella, máscara que funde em si o eo ipso do povo napolitano. O trabalho se propõe a criar uma conexão, uma ponte imaginária e analógica entre Bahia e Nápoles em que o drama de Eduardo de Filippo emerge e forma um elo entre as duas culturas. O estudo da biografia de Eduardo De Filippo revela um autor integrado na mentalidade napolitana: a gênese da sua comédia surge como um espelho fiel do povo dessa cidade com que ele tanto se identifica. O curto período do neo–realismo italiano e as suas interseções com a tradição napolitana constituem o fio condutor, o lastro sobre o qual se fundamenta a segunda parte do trabalho que abrange, e não poderia ser de outro jeito, também alguns aspectos do cinema italiano pós Segunda Guerra. A experiência de De Filippo no cinema se estende ao longo de toda sua vida entrecruzando-se intimamente com a sua carreira no teatro e consolidando-o como ator cinematográfico e como roteirista. O terceiro capítulo é focalizado na peça Filumena Marturano (1946), indagando como a figura da mulher é vista e tratada no decorrer da obra de De Filippo. A tradução da peça para o português, as notas e os comentários sobre aspectos da sua dramaturgia e problemas inerentes à sua versão portuguesa, são incluídos neste trabalho para um maior entendimento da obra e sua ponte entre a cultura napolitana e a baiana. |