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https://repositorio.ufba.br/handle/ri/11457
metadata.dc.type: | Tese |
Título : | Derivas do texto, derivas da vida. Corpo, escrita e cultura em Virgílio de Lemos, Waly Salomão e Al Berto. |
Autor : | Ornellas, Sandro Santos |
metadata.dc.creator: | Ornellas, Sandro Santos |
Resumen : | A tese parte do valor indecidível da escrita. Sendo historicamente, por um lado, avaliada como uma técnica a serviço do poder, a escrita emerge como materialidade instrumental de inscrição e impressão de uma memória cultural e histórica de uso monumentalizante do passado. Sob a guarda onipresente da língua, uma escrita pode ser alçada à condição de “tesouro da língua”, se se conforma à idéia de imaterialidade, isto é, à condição de valor social em si. Isso acaba por naturalizar a língua enquanto discurso e engendra uma cena originária como motivo organizador de uma dada cultura. Por outro lado, a escrita também arrasta consigo formas mais sutis e finas de transgressão à ordem institucional da língua, sendo colocada, pois, junto ao corpo como força de deslocamento, pela sua precariedade, instabilidade e polimorfismo. Paralelo a isso, a tese detém-se também no corpo como importantíssimo ator no arranjo que constrói a escrita nesse limiar, optando-se, no entanto, em tomá-lo no seu sentido forte, isto é, de mídia primeira dos processos tanto históricos quanto cognitivos de criação e de transgressão. No caso dos poetas Virgílio de Lemos, Waly Salomão e Al Berto, respectivamente, de Moçambique, do Brasil e de Portugal, a prática da escrita se quer – cada uma à sua maneira – saturada dos ruídos do corpo, ganhando o contorno de gestos que vão de figuras de erotização até o flerte com a morte, passando pela vocalidade presente no gesto de escrever. Se o sistema-escrita lançou o homem no tempo linear da razão, esses poetas exploram possíveis fendas selvagens do sistema-escrita em língua portuguesa, inscrevendo traços que podem ser lidos como a emergência de corpos tribais em uma história transnacional. Na medida em que eles subvertem a língua – “tesouro do luso” – pelo uso que fazem da suas economias significantes, também deslocam, às vezes mais, às vezes menos sutilmente, a violência da cena originária de suas culturas. |
Palabras clave : | Literatura comparada Al Berto - 1948-1998 - crítica e interpretação Salomão, Waly - 1944-2003 - crítica e interpretação Lemos, Virgílio-1929 - crítica e interpretação Corpo Erotismo na literatura Escrita Poesia |
Editorial : | Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da UFBA |
URI : | http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11457 |
Fecha de publicación : | 2005 |
Aparece en las colecciones: | Tese (PPGLL) |
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