| Tipo: | Tese |
| Título: | Musicalentar, mulheres negras em movimento: uma etnomusicologia negra multissituada em Salvador/BA |
| Autor(es): | Nascimento, Gabriela do Nascimento Gabriela |
| Primeiro Orientador: | Rosa Laila, Laila Rosa |
| metadata.dc.contributor.advisor-co1: | Acosta Pedro, Pedro Acosta |
| metadata.dc.contributor.referee1: | Rosa Laila, Laila Rosa |
| metadata.dc.contributor.referee2: | Santos Eurides, Eurides Santos |
| metadata.dc.contributor.referee3: | Lago Jorgete, Jorgete Lago |
| metadata.dc.contributor.referee4: | Carneiro Anni, Anni Carneiro |
| metadata.dc.contributor.referee5: | Almeida Eliane, Eliane Almeida |
| Resumo: | A presente tese de doutorado em etnomusicologia é uma autoetnografia (MAIA,
Suzana; BATISTA, 2020) e pretende compreender, através de um trabalho
etnográfico, os processos sonoro-musicais que englobam e aprisionam corpos
femininos das mulheres, em sua grande maioria de pele negra, em territórios
distintos. O primeiro espaço refere-se ao Conjunto Penitenciário Feminino da Mata
Escura, em Salvador (BA), onde realizei minha pesquisa com quatro mulheres, na
faixa etária dos 35 aos 53 anos, que cumprem sentenças prisionais, no pavilhão do
“seguro”, na referida penitenciária. O segundo território engloba espaços diversos e
faz referências à cantora negra de bloco afro, Karina Neres, de 53 anos, e eu. Das seis
mulheres que escolhi para dissertar sobre quatro são negras e duas não negras.
Escolhi abordar sobre tais interlocutoras, tendo como problemas de pesquisa os
aprisionamentos territoriais, culturais e estruturais concomitantemente às violências
sociais inerentes não só a este espaço prisional, mas também em relação às dificuldades
existentes em territórios musicais que fazem com que nós, cantoras negras, nos
vejamos aprisionadas em um contexto de invisibilidade social, preconceito, machismo
e estereótipos sociais, impostos pela sociedade. Para tanto, faço uso da etnografia
multissituada (Marcus, 1995) como forma de descrição e análises desses movimentos,
em especial da cantora Karina Neres e o meu, que durante a pesquisa circulamos em
locais distintos. Fato que não nos difere das demais interlocutoras, visto que nossas
vidas se entrecruzam pela condição étnico, social inerentes a nossa cor da pele. Nesse
sentido, em meu trabalho procurei entender como essas mulheres percebem os
processos das sonoridades, músicas, poesias, memórias musicais, percepção de si
mesmas e do outro em diferenciados contextos. Por estas razões, e como devolutiva
de uma etnomusicologia feminista, negra e engajada, proponho o conceito do
Musicalentar Feminino a partir de pedagogias vivenciadas e co-criadas no âmbito da
Feminaria Musical: grupo de pesquisa e experimentos sonoros, do qual sou integrante desde
2020, sobretudo no que se refere à compreensão da música/experimentos sonoros e
da voz/canto como ferramenta de cura e de Bem Viver (tema da I Marcha das
Mulheres Negras) para todas as mulheres como direito humano, sem distinção.
Através da observação participante, diários de campo, entrevistas, registros de
imagens, rodas de conversas, escritas e reflexões sobre a vida dessas mulheres,
buscarei elucidar qual o papel da música na reconstrução e afirmação identitária
desses corpos femininos e para compor o meu lastro teórico. Esta pesquisa tem como
principais referenciais, os autores: Jon Lomax (1936); Jason Benjamin (2010); Laila
Rosa (2013); Nana Queiroz (2015); Noemi Viana (2015); Angela Davis (2018); Juliana
Borges (2019); Ossimar Franco (2021), entre outros pesquisadores(as) que nos
ajudam a pensar a etnomusicologia em diversos territórios com e a partir da música
e da sonoridade. Essas percepções serão interpretadas através das escrevivências e
memórias dessas seis colaboradoras. Tais pesquisas, em múltiplos campos, nacionais,
internacionais e virtuais, foram realizadas nos períodos entre abril de 2022 e
novembro de 2023. |
| Abstract: | This doctoral thesis in ethnomusicology is an autoethnography (MAIA, Suzan;
BATISTA, 2020) aims to understand, through ethnographic work, the sound-musical
processes that encompass and imprison female bodies, the vast majority of whom are
black, in distinct territories. The first space refers to the Mata Escura Women's
Penitentiary Complex, in Salvador/BA, where I conducted my research with four
women, aged 35 to 53, who are serving prison sentences in the “safe” pavilion of the
aforementioned penitentiary. The second territory encompasses different spaces and
makes references to the black singer of the Afro block, Karina Neres, aged 53, and
myself. Of the six women I chose to discuss, four are black and two are non-black. I
chose to address these interlocutors, having as research problems the territorial,
cultural and structural imprisonments concomitantly with the social violence inherent
not only to this prison space, but also in relation to the difficulties existing in musical
territories that make us, black singers, see ourselves imprisoned in a context of social
invisibility, prejudice, machismo and social stereotypes, imposed by society.To this
end, I use multi-sited ethnography (Marcus, 1995) as a way of describing and
analyzing these movements, especially those of singer Karina Neres and myself, who
circulated in different places during the research. This fact does not differentiate us
from the other interlocutors, since our lives intersect due to the ethnic and social
conditions inherent to our skin color. In this sense, in my work I sought to understand
how these women perceive the processes of sounds, music, poetry, musical memories,
perception of themselves and others in different contexts. For these reasons, and as a
feedback from a feminist, black and engaged ethnomusicology, I propose the concept
of Feminine Musicalentar based on pedagogies experienced and co-created within the
scope of Feminaria Musical: a research and sound experiments group, of which I have
been a member since 2020, especially with regard to the understanding of
music/sound experiments and voice/singing as a tool for healing and Well-Being
(theme of the 1st March of Black Women) for all women as a human right, without
distinction. Through participant observation, field diaries, interviews, image records,
conversation circles, writings and reflections on the lives of these women, I will seek
to elucidate the role of music in the reconstruction and identity affirmation of these
female bodies and to compose my theoretical basis, having as main references the
authors: Jon Lomax (1936); Jason Benjamin (2010); Laila Rosa (2013); Nana Queiroz
(2015); Noemi Viana (2015); Angela Davis (2018); Juliana Borges (2019); Ossimar
Franco (2021) among other researchers who help us think about ethnomusicology in
different territories with and from music and sound. These perceptions will be
interpreted through the writings and memories of these six collaborators. The
aforementioned research, in multiple fields, national, international and virtual, was
carried out between April two thousand and twenty-two and November two thousand
and twenty-three. |
| Palavras-chave: | etnomusicologia negra e feminismo; música; sonoridade; Musicalentar; superação; cura. |
| CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS |
| Idioma: | por |
| País: | Brasil |
| Editora / Evento / Instituição: | Universidade Federal da Bahia |
| Sigla da Instituição: | UFBA |
| metadata.dc.publisher.department: | Escola de Música |
| metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Música (PPGMUS) |
| Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
| URI: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/42083 |
| Data do documento: | 2024 |
| Aparece nas coleções: | Tese (PPGMUS)
|
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.