https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41995| Tipo: | Dissertação |
| Título: | Mulheres do fim do mundo: a velhice de negras chefes de família acompanhadas pela política de assistência social |
| Título(s) alternativo(s): | Women of the End of the World: the old age of black female heads of household assisted by the social assistance policy |
| Autor(es): | Lopes, Alessandra de Jesus Santos |
| Primeiro Orientador: | Rabelo, Dóris Firmino |
| metadata.dc.contributor.referee1: | Rabelo, Dóris Firmino |
| metadata.dc.contributor.referee2: | Tavares, Jeane Saskya Campos |
| metadata.dc.contributor.referee3: | Delgado, Josimara Aparecida |
| Resumo: | O envelhecimento de mulheres negras evidencia a dinâmica de dominação e poder, e demanda que se coloque em pauta o racismo, as relações de gênero e de classe social. A velhice de mu- lheres negras socialmente vulnerabilizadas na posição de chefia familiar caminha junto com a necessidade de prover as gerações subsequentes, dados os impactos do racismo, da violência e da exclusão nas famílias negras, bem como de ser beneficiária dos programas socioassistenciais. O objetivo desta pesquisa foi a idosas identificadas no Estudo 1 que aceitem participar da etapa 2, composta por uma descrever as condições sociofamiliares de idosas negras chefes de família acompanhadas por um Centro de Referência em Assistência Social do interior da Bahia, identificar os acontecimentos da trajetória familiar da idosa, identificar os fatores de risco social ao seu envelhecimento e os fatores de proteção disponíveis e/ou desenvolvidos na velhice des- sas mulheres em situação de vulnerabilidade social. O estudo foi dividido em duas etapas: 1) estudo observacional de corte transversal, de abordagem qualitativa, com base em dados secun- dários obtidos dos prontuários de famílias acompanhadas que são chefiadas por mulheres ne- gras com mais de 60 anos do território; 2) estudo qualitativo, com trumento de coleta de dados. Os resultados do Estudo 1 apontaram 51 idosas que acessaram o CRAS entre 2020 e 2021 com idade média de 63,2 anos. Em sua totalidade são beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada – BPC e Programa Bolsa Família - PBF, sem sua maioria, acumulam acesso a um ou mais serviços, programas e benefícios da PNAS, como Benefícios Eventuais, acompanhamento familiar através do PAIF ou PAEFI, Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV. O segundo estudo conseguiu acessar 19 mulheres idosas, suas narrativas foram produzidas e colhidas no processo de entrevista. As informações colhidas no Estudo 2 apontam para lares numerosos, multigeracionais a partir da presença de filhos e netos, onde a figura de principal responsabilidade familiar está sob a chefe de família idosa. Os acontecimentos da trajetória familiar para a formação dessa chefia, de acordo são: a morte do cônjuge; a co-dependência de renda e de recursos pessoais entre a idosa e outros membros da família; o uso abusivo de álcool e de outras substâncias psicoativas por parte de membros da família da idosa; parentalidade socioafetiva; acolhimento de membros da família externa do cônjuge. Já a segunda parte do Estudo 2 indicam como fatores de risco ao envelhecimento de mulheres negras os seguintes elementos: violência de ordem racial, violência de gênero, vio- lência doméstica, violência criminal, violência patrimonial, trabalho infantil, vínculo de traba- lho precarizado, trabalho em situação análoga à escravidão, discriminação/exclusão comunitá- ria, intolerância religiosa, moradia irregular, vítima de desastre natural. Enquanto fatores de proteção o elementos identificaram foram: renda, rede de apoio institucional, rede de apoio comunitário, rede de apoio familiar, religiosidade, parentalidade socioafetiva, propósito pessoal Entrevista Narrativa como ins- e ativismo político. O envelhecimento das mulheres negras, portanto, precisa ser entendido dentro de um contexto de vida repleto de desafios e resistência. Embora essas mulheres enfren- tem obstáculos significativos, desde a violência doméstica até a dependência financeira, elas também constroem redes de apoio que lhes permitem sobreviver e, em alguns casos, prosperar. Políticas públicas que busquem fortalecer essas redes de apoio e promover maior equidade so- cial são essenciais para garantir que as mulheres negras possam envelhecer com dignidade e segurança. É fundamental que o Estado e a sociedade civil reconheçam as contribuições dessas mulheres e atuem para eliminar as barreiras que ainda as impedem de alcançar uma vida plena e saudável. |
| Abstract: | The aging of Black women highlights the dynamics of domination and power and demands that racism, gender relations, ad social class be brought to the forefront. The old age of socially vulnerable Black women who head households goes hand in hand with the need to provide for subsequent generations, given the impacts of racism, violence, and exclusion on Black families, as well as being recipients of social assistance programs. The objective of this research was to describe the socio-family conditions of elderly Black women heads of households monitored by a Social Assistance Reference Center in the interior of Bahia, to identify the events in the elderly woman's family trajectory, to identify the social risk factors for their aging, and the protective factors available and/or developed in the old age of these women in a situation of social vulnerability. The study was divided into two stages: 1) an observational cross-sectional study, with a qualitative approach, based on secondary data obtained from the records of families headed by Black women over 60 years of age in the territory; 2) a qualitative study with elderly women identified in Study 1 who agreed to participate in stage 2, composed of a Narrative Interview as the data collection instrument. The results of Study 1 identified 51 elderly women who accessed the CRAS between 2020 and 2021, with an average age of 63.2 years. All of them are beneficiaries of the Continuous Cash Benefit (BPC) and the Bolsa Família Program (PBF), and the majority of them have access to one or more services, programs, and benefits of the PNAS, such as Emergency Benefits, family monitoring through PAIF or PAEFI, and the Service for Strengthening Bonds (SCFV). The second study was able to access 19 elderly women, whose narratives were produced and collected in the interview process. The information gathered in Study 2 points to large, multigenerational households, including the presence of children and grandchildren, where the elderly female head of the family bears the primary responsibility. The events in the family trajectory leading to this leadership, according to the study, are: the death of the spouse; the co-dependence of income and personal resources between the elderly woman and other family members; the abusive use of alcohol and other psychoactive substances by family members; socio-affective parenting; the welcoming of members from the spouse's extended family. The second part of Study 2 indicated the following elements as risk factors for the aging of Black women: racial violence, gender violence, domestic violence, criminal violence, patrimonial violence, child labor, precarious employment, labor in conditions analogous to slavery, community discrimination/exclusion, religious intolerance, irregular housing, and natural disaster victimization. The identified protective factors were: income, institutional support networks, community support networks, family support networks, religiosity, socio-affective parenting, personal purpose, and political activism. The aging of Black women, therefore, needs to be understood within a life context filled with challenges and resilience. Although these women face significant obstacles, ranging from domestic violence to financial dependency, they also build support networks that allow them to survive and, in some cases, thrive. Public policies that seek to strengthen these support networks and promote greater social equity are essential to ensuring that Black women can age with dignity and security. It is crucial that the state and civil society recognize the contributions of these women and act to eliminate the barriers that still prevent them from achieving a full and healthy life. |
| Palavras-chave: | Envelhecimento populacional Racismo sistemático Fatores de risco Fatores de proteção Chefe de família |
| CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO |
| Idioma: | por |
| País: | Brasil |
| Editora / Evento / Instituição: | Universidade Federal da Bahia |
| Sigla da Instituição: | UFBA |
| metadata.dc.publisher.department: | Instituto de Psicologia |
| metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI) |
| Citação: | LOPES, Alessandra de Jesus Santos. Mulheres do fim do mundo: a velhice de negras chefes de família acompanhadas pela política de assistência social. 2024. 180 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Instituto de Psicologia, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2024. |
| Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
| URI: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41995 |
| Data do documento: | 25-Nov-2024 |
| Aparece nas coleções: | Dissertação (PPGPSI) |
| Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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| Alessandra Lopes_dissertação_PPGPSI.pdf | 2,47 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
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