Skip navigation
Universidade Federal da Bahia |
Repositório Institucional da UFBA
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41831
Tipo: Tese
Título: Intoxicação natural por Chamaecrista serpens (l) Greene em bovinos, ovinos e equinos na Bahia e comprovação experimental de sua ação fotossensibilizante em ovinos
Autor(es): Mendonça, Múcio Fernando Ferraro de
Primeiro Orientador: Correa, Franklin Riet
metadata.dc.contributor.referee1: Correa, Franklin Riet
metadata.dc.contributor.referee2: Mendonça, Fábio de Souza
metadata.dc.contributor.referee3: Lucena, Ricardo Barbosa de
metadata.dc.contributor.referee4: Barbosa Neto, José Diomedes
metadata.dc.contributor.referee5: Bittencourt, Rodrigo Freitas
Resumo: A comprovação do efeito tóxico de plantas para animais de produção é fundamental, pois possibilita que medidas de controle e profilaxia sejam adotadas. Nos últimos anos, mais de 20 espécies de plantas tóxicas de interesse pecuário foram descritas nas regiões Norte e Nordeste do país. Contudo, ainda persistem incertezas acerca da etiologia de algumas intoxicações observadas no semiárido nordestino. Objetivou-se descrever pela primeira vez os achados epidemiológicos e clínico-patológicos de 11 surtos de fotossensibilização causados por Chamaecrista sp. em bovinos, ovinos e equinos, bem como reproduzir experimentalmente a intoxicação em ovinos. Durante visitas técnicas realizadas em nove propriedades rurais do Agreste e Sertão baiano suspeitaram-se de surtos inéditos de intoxicação natural por Chamaecrista sp. em animais de produção que cursavam com fotossensibilização e prurido. Para comprovação da ação fotossensibilizante da planta foram utilizados 15 ovinos hígidos, jovens e adultos, mestiços da raça Santa Inês e Dorper. Estes foram divididos em sete grupos experimentais, sendo dois controles (GC1 e GC2). A planta suspeita de causar a intoxicação foi identificada botanicamente como Chamaecrista serpens (HUEFS-240995). Para reprodução experimental, a planta foi coletada em uma propriedade com históricos da intoxicação, sendo conservada fresca em câmara fria. Inicialmente, foi realizado um experimento piloto (EP), no qual um ovino recebeu no cocho a planta fresca por 21 dias. Adicionalmente, um grupo experimental (GE) formado por quatro ovinos foram mantidos por 30 dias em uma pastagem intensamente invadida por C. serpens. Neste primeiro estudo, houve indícios de tratar-se de fotossensibilização hepatógena. Posteriormente, com intuito de confirmar o tipo de fotossensibilização envolvido e determinar a dose tóxica da planta para ovinos, 6 ovinos foram divididos em outros 3 grupos experimentais (G1, G2 e G3). O G1 recebeu diariamente dieta exclusiva de C. serpens e, os grupos G2 e G3, receberam diariamente 10g/kg e 20g/kg de C. serpens, respectivamente, por 30 dias. Amostras de sangue foram coletadas (hemograma e bioquímica sérica), assim como amostras de pele e biópsias hepáticas. Nos surtos estudados e nos experimentos realizados, os animais apresentavam x lesões cutâneas fotossensíveis com distribuição, tamanho, intensidade e aparência variadas, além de hiporexia, inquietação, prurido e fotofobia. Nos surtos a morbidade foi variada nos bovinos (6% a 60%), ovinos (18,75% a 62,5%) e equinos (33,3% a 50%), entretanto, a letalidade relatada é rara. Houve discreta elevação nos níveis de GGT em 77,8% (28/36) dos casos naturais de fotossensibilização, cujo exame foi realizado e, em aproximadamente, 30% (4/11) dos casos experimentais. Ao final dos experimentos, esta constatação, associada à ausência de alterações macroscópicas (em 5 ovinos necropsiados) e microscópicas (em 11 ovinos, sendo 5 por biópsias hepáticas e 6 pós necropsia) hepáticas de significado, bem como das alterações anatomopatológicas cutâneas características de fotossensibilização, verificadas nos 11 ovinos (hiperceratose ortoqueratótica, hipergranulose, acantose, necrose e ulceração epidérmica), permitiram concluir que tratar-se, na verdade, de fotossensibilização primária. Desta forma, comprovou-se que C. serpens é uma planta de ação fotossensibilizante para ruminantes e equídeos, sendo responsável por diversos surtos de intoxicação de causa, até então, desconhecida na Bahia. Portanto, a intoxicação por C. serpens deve compor os diagnósticos diferenciais das dermatites fotossensíveis em animais de produção no Nordeste do Brasil.
Abstract: Proof of the toxic effect of plants for production animals is essential, as it allows control and prophylaxis measures to be adopted. In recent years, more than 20 species of toxic plants of livestock interest have been described in the North and Northeast regions of the country. However, there are still uncertainties about the etiology of some intoxications observed in the northeastern semi-arid region. The objective was to describe for the first time the epidemiological and clinicopathological findings of 11 outbreaks of photosensitization caused by Chamaecrista sp. in cattle, sheep and horses, as well as experimentally reproducing intoxication in sheep. During technical visits carried out in 9 rural properties in the agreste and sertão of Bahia, unprecedented outbreaks of natural poisoning by Chamaecrista sp. in production animals with photosensitization and pruritus. To prove the photosensitizing action of the plant, 15 healthy, young and adult crossbred Santa Inês and Dorper sheep were used. These were divided into 7 experimental groups, being 2 controls (GC1 and GC2). The plant suspected of causing poisoning was botanically identified as Chamaecrista serpens (HUEFS-240995). For experimental reproduction, the plant was collected on a property with a history of intoxication, being kept fresh in a cold chamber. Initially, a pilot experiment (EP) was carried out, in which a sheep received the fresh plant in the trough for 21 days. Additionally, an experimental group (EG) formed by 4 sheep were kept for 30 days in a pasture heavily invaded by C. serpens. In this first study, there were indications of treating hepatogenous photosensitization. Subsequently, in order to confirm the type of photosensitization involved and determine the toxic dose of the plant for sheep, 6 sheep were divided into 3 other experimental groups (G1, G2 and G3). G1 received an exclusive diet of C. serpens daily, and groups G2 and G3 received daily 10g/kg and 20g/kg of C. serpens, respectively, for 30 days. Blood samples were collected (blood count and serum biochemistry), as well as skin samples and liver biopsies. In the outbreaks studied and in the experiments carried out, the animals presented photosensitive skin lesions with varied distribution, size, intensity and appearance, in addition to hyporexia, restlessness, pruritus and photophobia. In the outbreaks, xii morbidity was varied in cattle (6% to 60%), sheep (18.75% to 62.5%) and horses (33.3% to 50%), however, the reported lethality is rare. There was a slight increase in GGT levels in 77.8% (28/36) of the natural cases of photosensitization, whose examination was performed, and in approximately 30% (4/11) of the experimental cases. At the end of the experiments, this finding, associated with the absence of significant hepatic macroscopic (in 5 necropsied sheep) and microscopic (in 11 sheep, 5 by liver biopsies and 6 post necropsy) changes, as well as the anatomopathological cutaneous alterations characteristic of photosensitization , verified in 11 sheep (orthokeratotic hyperkeratosis, hypergranulosis, acanthosis, necrosis and epidermal ulceration), allowed us to conclude that it was, in fact, primary photosensitization. In this way, it was proved that C. serpens is a plant of photosensitizing action for ruminants and equines, being responsible for several outbreaks of intoxication of causes, until then, unknown in Bahia. Therefore, C. serpens poisoning should be part of the differential diagnoses of photosensitive dermatitis in production animals in Northeast Brazil.
Palavras-chave: Fotossensibilização primária
Fotodermatite necrosante
Intoxicação por planta
Plantas fotossensibilizantes
CNPq: CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal nos Trópicos (PPGCAT)
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41831
Data do documento: 29-Abr-2022
Aparece nas coleções:Tese (PPGCAT)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
T-Múcio Fernando.pdfT-Múcio Fernando3,48 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir
Mostrar registro completo do item Visualizar estatísticas


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.