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Universidade Federal da Bahia |
Repositório Institucional da UFBA
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41786
Tipo: Dissertação
Título: Avaliação do impacto dos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) nas hospitalizações psiquiátricas no Brasil no período de 2008 a 2019.
Autor(es): Arcanjo, Thiago Borges
Primeiro Orientador: Alves, Flávia Jôse Oliveira
metadata.dc.contributor.referee1: Jesus, Washington Luiz Abreu de
metadata.dc.contributor.referee2: Conceição, Deborah Santos
metadata.dc.contributor.referee3: Alves, Flávia Jôse Oliveira
Resumo: Atualmente o Brasil conta com 2.755 unidades do CAPS habilitados, e entre os anos de 2019 e 2021. O intuito desta pesquisa foi analisar o efeito dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) sobre as hospitalizações por transtornos mentais no país. Realizou-se um estudo ecológico longitudinal, tendo como unidade de análise os municípios brasileiros, no período de 2008-2019. Resultados: Foram considerados dados de 1.634 municípios, dada a disponibilidade de dados de internações psiquiátricas nesse período. Foi excluído o período da pandemia de COVID-19, devido ao possível impacto deste período na saúde mental. Foram verificadas 3.889.568 internações hospitalares por causas psiquiátricas no Brasil entre 2008 e 2019 nos 1634 municípios, sendo mais de 40% devido a transtornos relacionados com ESQUIZOFRENIA, seguido de causas relacionadas ao uso de ALCOOL. Pessoas do sexo masculino e de raça/cor branca ou parda compõem o perfil preponderante dos internados ao longo da série de dados no Brasil. Entre as regiões brasileiras, Sudeste concentrou a maior parte das internações (52,53%), seguida de Sul (23,30%), Nordeste (17,03%), Centro-oeste (5,65%) e Norte (1,49%). Regiões sul e nordeste destacaram por apresentarem coberturas médias de CAPS superiores aos valores estimados no presente estudo para o Brasil. De modo geral, a maioria dos municípios do presente estudo apresentou, em média, coberturas de CAPS menores do que 2,5 CAPS por 100 mil habitantes ao longo do painel de dados considerado (Figura 4). A região Sudeste liderou em número de internações por ESQUIZOFRENIA, ALCOOL e PSICOATIVAS, totalizando 1.344.104 internações, enquanto o Sul apresentou as maiores taxas de internação TRANSTORNOS DO HUMOR, com 207.615 internações. Foi encontrada uma associação positiva entre a cobertura de CAPS e as taxas de internações por transtornos psiquiátricos, sendo que a cada incremento de cobertura de CAPS nos municípios foi relacionado com 1,30 vezes mais taxas de internações (RR: 1.30; p <0,001). Municípios com baixa cobertura de CAPS (próximo de zero) apresentam elevados números de internações, bem como os com as melhores taxas. Isso pode indicar uma fraca associação entre as duas variáveis, embora o efeito positivo observado nos modelos tenha sido significativo. É provável que incrementos nas taxas de internação a cada incremento de cobertura de CAPS estejam refletindo uma característica do sistema de saúde ou condições econômicas do município, dado que, de modo geral, a probabilidade de ocorrer zeros internações em um município é negativamente relacionada com o número de leitos e o PIB per capita. Assim, é esperado que onde há mais leitos disponíveis, populações maiores e melhores condições econômicas ocorram mais internações. Por fim, analisando a parte binomial dos modelos por tipo de diagnóstico é perceptível que a relação da cobertura de CAPS com a probabilidade de taxas de internação igual a zero é semelhante ao observado no modelo geral para o Brasil, i.e., a probabilidade de um município não experimentar internações pelas quatro principais categorias de diagnósticos psiquiátricos reduz 15% em média para cada incremento de cobertura de CAPS. Uma exceção foi a região norte que mostrou que cada incremento da cobertura de CAPS foi associado com um aumento da probabilidade do município não experimentar internações nos quatros modelos por diagnóstico (Figura 5). O mesmo ocorreu para internações por ALCOOL na região sudeste. Em contrapartida, na Região Centro Oeste, para a cobertura de CAPS no modelo para HUMOR, observa-se que cada incremento de uma unidade está associado com um declínio de 14% (i.e. 0,86 – 1  100) nas taxas de internações dos municípios dessa região. Mesmo com a baixa cobertura de CAPS nos municípios brasileiros, regiões com as melhores coberturas entre os municípios, i.e. sul e nordeste (veja Tabela 3), apresentaram redução nas taxas de internação por HUMOR e ESQUIZOFRENIA a cada incremento de cobertura desses centros. Assim, novos estudos são indispensáveis para se buscar análises distintas, como gestão da rede, análise sobre a efetividade do CAPS através do matriciamento, acolhimento do usuário e família, adesão ao tratamento, qualificação profissional, entre outros aspectos.
Abstract: Brazil currently has 2,755 CAPS units enabled, between 2019 and 2021. The purpose of this research was to analyze the effect of Psychosocial Care Centers (CAPS) on hospitalizations for mental disorders in the country. A longitudinal ecological study was carried out, using Brazilian municipalities as the unit of analysis, in the period 2008-2019. Data from 1,634 municipalities were considered, given the availability of data on psychiatric hospitalizations during this period. The period of the COVID-19 pandemic was excluded, due to the possible impact of this period on mental health. There were 3,889,568 hospital admissions due to psychiatric causes in Brazil between 2008 and 2019 in 1634 municipalities, with more than 40% due to disorders related to SCHIZOPHRENIA, followed by causes related to the use of ALCOOL. Males and people of white or mixed race/color make up the preponderant profile of those hospitalized throughout the data series in Brazil. Among Brazilian regions, the Southeast concentrated the majority of hospitalizations (52.53%), followed by the South (23.30%), Northeast (17.03%), Central-West (5.65%) and North (1 .49%). The south and northeast regions stood out for having average CAPS coverage higher than the values estimated in the present study for Brazil. In general, most municipalities in the present study presented, on average, CAPS coverage lower than 2.5 CAPS per 100 thousand inhabitants throughout the data panel considered (Figure 4). The Southeast region led in the number of hospitalizations for SCHIZOPHRENIA, ALCOHOLIC and PSYCHOACTIVES, totaling 1,344,104 hospitalizations, while the South had the highest hospitalization rates for MOOD DISORDERS, with 207,615 hospitalizations. Considering the general hospitalization model for Brazil, a positive association was detected between hospitalization rates per 100 thousand inhabitants and CAPS coverage, i.e., each increase in CAPS coverage in the municipalities was related to 1.30 times more hospitalization rates (RR: 1.30; p <0,001). hospitalizations, that is, in general, considering all AIHs, a reduction in hospital admissions due to psychiatric diagnoses was not observed with the increase in CAPS coverage, a different result from previous studies carried out. It was evident that most municipalities have similar CAPS coverage, although varying numbers of AIHs. Municipalities with low CAPS coverage (close to zero) have high numbers of hospitalizations, as well as those with the best rates. This may indicate a weak association between the two variables, although the positive effect observed in the models was significant. It is likely that increases in hospitalization rates with each increase in CAPS coverage are reflecting a characteristic of the health system or economic conditions of the municipality, given that, in general, the probability of zero hospitalizations occurring in a municipality is negatively related to the number of beds and GDP per capita. Therefore, it is expected that where there are more beds available, larger populations and better economic conditions, more hospitalizations will occur. Finally, analyzing the binomial part of the models by type of diagnosis, it is noticeable that the relationship between CAPS coverage and the probability of hospitalization rates equal to zero is similar to that observed in the general model for Brazil, i.e., the probability of a municipality not experiencing hospitalizations for the four main categories of psychiatric diagnoses reduces 15% on average for each increase in CAPS coverage. An exception was the northern region, which showed that each increase in CAPS coverage was associated with an increase in the probability of the municipality not experiencing hospitalizations in the four models by diagnosis (Figure 5). The same occurred for hospitalizations for ALCOOL in the southeast region. On the other hand, in the Central West Region, for CAPS coverage in the model for HUMOR, it is observed that each increase of one unit is associated with a decline of 14% (i.e. 0.86 – 1  100) in hospital admission rates. municipalities in this region. Even with the low coverage of CAPS in Brazilian municipalities, regions with the best coverage among municipalities, i.e. south and northeast (see Table 3), showed a reduction in hospitalization rates for MOOD and SCHIZOPHRENIA with each increase in coverage of these centers. Therefore, new studies are essential to seek different analyses, such as network management, analysis of the effectiveness of CAPS through matrix support, user and family reception, adherence to treatment, professional qualification, among other aspects.
Palavras-chave: Transtornos Mentais
CAPS
Internações Psiquiátricas
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: ISC-UFBA
metadata.dc.publisher.department: Instituto de Saúde Coletiva - ISC
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC)
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41786
Data do documento: 14-Dez-2023
Aparece nas coleções:Dissertação de Mestrado Profissional (ISC)

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