https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41179| Tipo: | Tese |
| Título: | Fábrica de lesionados/as! Fábrica de inválidos/as? Trabalho, gênero e trajetórias de incapacitação entre trabalhadores/as da indústria automotiva da Bahia. |
| Título(s) alternativo(s): | Injury factory! Factory of invalids? Work, gender and disability trajectories among workers in the automotive industry in Bahia. |
| Autor(es): | Saldanha, Jorge Henrique Santos |
| Primeiro Orientador: | Iriart, Jorge Alberto Bernstein |
| metadata.dc.contributor.advisor-co1: | Lima, Mônica Angelim Gomes de |
| metadata.dc.contributor.referee1: | Esperidião, Monique Azevedo |
| metadata.dc.contributor.referee2: | Torrente, Mônica de Oliveira Nunes de |
| metadata.dc.contributor.referee3: | Jesus, Selma Cristina Silva de |
| metadata.dc.contributor.referee4: | Neves, Robson da Fonseca |
| metadata.dc.contributor.referee5: | Lima, Monica Angelim Gomes de |
| Resumo: | Em condições adversas, o trabalho pode gerar adoecimento e graves consequências, dentre elas a incapacidade para o trabalho. Incapacidade para o trabalho pode ser definida como a situação em que um trabalhador não é capaz de se manter ou retornar ao trabalho por causa de uma lesão ou doença. Vários são os determinantes que podem influenciar o processo de afastamento e retorno ao trabalho. Este estudo buscou compreender, sob uma perspectiva de gênero, as experiências e as trajetórias de incapacitação para o trabalho de trabalhadores e trabalhadoras da indústria automotiva. Essa é uma pesquisa qualitativa, desenhada na perspectiva de um Estudo de Caso Ampliado. A produção de dados contou com uma metassíntese de estudos qualitativos, análise documental e de bancos de dados públicos de interesse; e um trabalho de campo etnográfico, que envolveu observação participante, entrevistas com homens e mulheres trabalhadores da indústria automotiva da região metropolitana de Salvador que vivenciaram experiências de incapacitação para o trabalho, bem como entrevistas com agentes interessados sobre o problema do adoecimento relacionado ao trabalho e da incapacidade para o trabalho na indústria automotiva;A análise dos dados apoiou-se na perspectiva teórica da ciência reflexiva de Burawoy e da sociologia reflexiva de Bourdieu. Os resultados da pesquisa estão apresentados nessa tese em 4 capítulos: O capítulo 1 é uma metassíntese de estudos qualitativos que investigaram as relações entre gênero e incapacidade no período entre 2008 e 2018; O capítulo 2 aborda as trajetórias de entrada na fábrica, a incorporação de disposições para o trabalho na indústria metalúrgica e o processo de se constituir como parte de uma classe em construção e as estratégias de permanência no trabalho. Os resultados deste capítulo buscam explicar como o Gênero medeia esse processo e como diferenças e desigualdades de gênero se expressam; O capítulo 3 apresenta o surgimento do fenômeno do adoecimento relacionado ao trabalho, os dados disponíveis sobre o adoecimento no setor automotivo, os diferentes pontos de vista sobre esse problema, a interseção do gênero na construção da visão sobre o problema e as ações desenvolvidas em torno dessa questão; O capítulo apresenta os achados que se relacionam com a ruptura nas trajetórias dos agentes a partir do marco da incapacidade para o trabalho, mostrando como o adoecimento representa um momento de ruptura com a mobilidade operária e com o pertencimento a uma classe em formação. Aborda ainda como as tensões “Trabalho versus Família” mostram-se como determinantes na decisão de afastar-se do trabalho e evidencia as tomadas de decisão da gestão da força de trabalho na relação com trabalhadores/as com incapacidade. Esse capítulo expõe como trabalhadoras e trabalhadores tomam as decisões de Retorno ao Trabalho, buscando analisar como se dão as interações entre os sistemas de Trabalho, Saúde e Previdência no processo de legitimação do adoecimento, especificamente entre as mulheres. Os resultados sistematizados nesse estudo evidenciam que Gênero é uma importante categoria a ser levada em consideração para a compreensão dos processos de incapacidade para o trabalho, pois as relações de gênero medeiam as trajetórias de trabalhadores/as desde o processo de entrada na fábrica, incorporação de disposições para o trabalho, manutenção dos postos de trabalho e ascensão profissional, bem como nas trajetórias de ruptura com o trabalho devido ao adoecimento. As experiências de incapacidade são marcadas por mediações dos processos de divisão sexual do trabalho na indústria e dos papéis sociais de gênero esperados de homens e mulheres. Gênero também é utilizado na disputa de modelos explicativos do adoecimento na indústria automotiva por diferentes campos envolvidos. Mulheres vivenciam maior dificuldade em legitimar seu adoecimento e incapacidade para o trabalho, bem como maiores dificuldades para retornar ao trabalho, devido a uma interação dos sistemas de Trabalho, Saúde e Previdência que reproduzem desigualdades de gênero. |
| Abstract: | Under adverse conditions, work can lead to illness and serious consequences, including work disability. Work disability can be defined as the situation in which a worker is unable to maintain or return to work due to injury or illness. There are several determinants that can influence the process of leave and return to work. This study sought to understand, from a gender perspective, the experiences and trajectories of work disability of male and female workers in the automotive industry. This is a qualitative research, designed from the perspective of an Extended Case Study. Data production relied on a meta-synthesis of qualitative studies, document analysis, and public databases; and an ethnographic fieldwork, which involved participant observation, interviews with men and women that worked in the automotive industry in the metropolitan region of Salvador and experienced work disability, as well as interviews with agents interested in the problem of work-related illness and work disability in the automotive industry. Data analysis was based on the theoretical perspective of Burawoy's reflective science and Bourdieu's reflective sociology. The research results are presented in this thesis in 4 chapters: Chapter 1 is a meta-synthesis of qualitative studies that investigated the relationship between gender and disability in the period between 2008 and 2018; Chapter 2 addresses the trajectories of entering the factory, the incorporation of dispositions to work in the metallurgical industry, and the process of constituting oneself as part of a class under construction, and the strategies for staying at work. The results of this chapter seek to explain how Gender mediates this process and how gender differences and inequalities are expressed; Chapter 3 presents the emergence of the phenomenon of work-related illness, the available data on illness in the automotive sector, the different points of view on this problem, the intersection of gender in the construction of this point of view, and the actions developed on this theme; The chapter presents the findings that are related to trajectories disruption of agents from the point of work disability, showing how the illness represents a moment of rupture with the laborer’s mobility and with belonging to a social class in formation. It also discusses how the “Work x Family tensions” are shown to be decisive in the decision to leave work and highlights the decision-making of workforce management in relation to workers with disabilities. This chapter discuss how male and female workers make return-to-work decisions, seeking to analyze how the interactions between the Labor, Health and Social Security systems occur in the process of recognizing the illness, specifically among women. The results systematized in this study show that Gender is an important category to be considered for understanding the processes of work disability, as gender relations mediate the trajectories of workers since the process of entering the factory, to incorporation of provisions for work, maintenance of jobs, and professional rise in the career, as well as in the trajectories of breaking with work due to illness. Disability experiences are marked by mediations of the processes of sexual division of labor in the industry and the social gender roles expected of men and women. Gender is also used in the dispute over explanatory models of illness in the automotive industry by different fields involved. Women experience greater difficulty in legitimizing their illness and incapacity for work, as well as greater difficulties in returning to work, due to an interaction of the Work, Health and Social Security systems that reproduce gender inequalities. |
| Palavras-chave: | Incapacidade para o Trabalho Gênero Trabalho Saúde do Trabalhador LER/Dort Saúde Pública |
| CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA |
| Idioma: | por |
| País: | Brasil |
| Editora / Evento / Instituição: | Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva |
| Sigla da Instituição: | ISC-UFBA |
| metadata.dc.publisher.department: | Instituto de Saúde Coletiva - ISC |
| metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC) |
| Tipo de Acesso: | Acesso Restrito/Embargado |
| URI: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41179 |
| Data do documento: | 12-Abr-2023 |
| Aparece nas coleções: | Tese (ISC) |
| Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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| 26.03.25-TESE_DOUTORADO_JORGE_HENRIQUE_SANTOS_SALDANHA_2023.pdf | 5,95 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
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