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Universidade Federal da Bahia |
Repositório Institucional da UFBA
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40727
Tipo: Tese
Título: Para além da visão: percepção racial e a crítica ao paradigma visuocêntrico na experiência de um cego congênito
Título(s) alternativo(s): Beyond vision: racial perception and a critique of the visuocentric paradigm in the experience of a congenitally blind person
Autor(es): Abreu, Márcio Nunes de
Primeiro Orientador: Marsico, Giuseppina
metadata.dc.contributor.advisor-co1: Tateo, Luca
metadata.dc.contributor.referee1: Guimarães, Antônio Sérgio Alfredo
metadata.dc.contributor.referee2: Valsiner, Jaan
metadata.dc.contributor.referee3: Lordelo, Lia da Rocha
metadata.dc.contributor.referee4: Jesus, Mônica Lima de
metadata.dc.contributor.referee5: Santana, Ramiro Rodrigues Coni
Resumo: Apesar do avanço das abordagens construcionistas sobre a raça, ainda encontramos dificuldade em desconstruir os pressupostos do senso comum a respeito das diferenças raciais. No Brasil, essa dificuldade tem se manifestado de maneira particularmente preocupante, tanto no meio acadêmico quanto na esfera política. Especificamente, isso se reflete na persistência em se tratar a aparência física como ponto de partida epistemológico para explicar a discriminação racial e seus efeitos correlatos. Neste trabalho, argumento que a crença de que a percepção racial resulta da apreensão visual de características físicas está diretamente ligada à ideia de que a visão é inerentemente capaz de fornecer informações objetivas sobre a realidade. A presente tese consiste em uma crítica do paradigma visuocêntrico, pelo qual a percepção racial tem sido compreendida como um fenômeno essencialmente visual. Para isso, realizo um estudo da percepção racial pela perspectiva da Psicologia Cultural Semiótica. A pesquisa parte de uma ampla contextualização do fenômeno, considerando seus aspectos histórico-sociológicos, antropológicos e psicossociais, com ênfase na sua manifestação no contexto brasileiro. Em seguida, introduzo o conceito de “imagens corporais racializadas” como unidade de análise, propondo uma compreensão da percepção racial como fenômeno psicocultural. Por fim, foi realizado um estudo de caso único, envolvendo entrevistas em profundidade com uma pessoa cega congênita. Com isso, procurei demonstrar que nossa capacidade de perceber a raça está além da visão, configurando-se como um processo inerentemente construtivo e impulsionado por demandas intersubjetivas que levam à participação ativa e integrada do indivíduo em uma sociedade racializada.
Abstract: Despite the advancement of constructionist approaches to race, we still encounter difficulty in deconstructing common assumptions about racial differences. In Brazil, this difficulty has manifested in a particularly concerning manner, both in academic and political spheres. Specifically, this is reflected in the persistence of treating physical appearance as an epistemological starting point to explain racial discrimination and its related effects. In this work, I argue that the belief that racial perception results from visual apprehension of physical characteristics is directly linked to the idea that the visual sense is inherently capable of providing objective information about reality. This thesis is a critique of the visuocentric paradigm, by which racial perception has been understood as an essentially visual phenomenon. To this end, I conduct a study of racial perception from the perspective of Cultural Psychology of Semiotic Dynamics. The research begins with a broad contextualization of the phenomenon, considering its historical-sociological, anthropological, and psychosocial aspects, with an emphasis on its manifestation in the Brazilian context. I then introduce the concept of “racialized body images” as a unit of analysis, proposing an understanding of racial perception as a psychocultural phenomenon. Finally, a single case study was conducted, involving in-depth interviews with a congenitally blind person. Through this, I aimed to demonstrate that our ability to perceive race goes beyond vision, constituting an inherently constructive process driven by intersubjective demands that lead to the active and integrated participation of individuals in a racialized society.
Palavras-chave: Percepção racial
Racialização
Imagens corporais
Cegueira congênita
Visuocentrismo
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA SOCIAL
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
CNPQ::OUTROS::CIENCIAS SOCIAIS
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI) 
Citação: De Abreu, M. N. (2024). Para além da visão: percepção racial e a crítica ao paradigma visuocêntrico na experiencia de um cego congênito. Tese de Doutorado, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Federal da Bahia, Salvador.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40727
Data do documento: 12-Nov-2024
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TESE - MÁRCIO NUNES DE ABREU.pdfTese de Doutorado em Psicologia defendida em 12 de novembro de 2024 pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal da Bahia6,03 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir
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