https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40275
metadata.dc.type: | Tese |
Title: | Ofício dos erveiros e a face do patrimônio vivido: turistas, paraenses e não humanos em rede no Ver-o-Peso/Pa |
metadata.dc.creator: | Tupinambá, Khalla |
metadata.dc.contributor.advisor1: | Tavares, Fátima |
metadata.dc.contributor.referee1: | Brussio, Josenildo Campos |
metadata.dc.contributor.referee2: | Alves, Maria Lúcia Bastos |
metadata.dc.contributor.referee3: | Bassi, Francesca Maria Nicoletta |
metadata.dc.contributor.referee4: | Pinto, Roque |
metadata.dc.contributor.referee5: | Tavares, Fátima |
metadata.dc.description.resumo: | Esta tese é sobre os erveiros do Ver-o-Peso, de Belém do Pará, que dominam a medicina natural, na tradição da biointeração das ervas amazônicas, no agenciamento dos seus guias de cura. Nas incursões em campo foi possível perceber que os erveiros vivem na mediação de agências que afetam o seu cotidiano de forma direta. A primeira é a imagem midiática exótica e “autêntica” deles e seus produtos, que atrai uma demanda turística ávida por encontrar, nos erveiros e seus produtos, essa imagem palatável ao capitalismo. A segunda é o discurso patrimonial hegemônico, que emerge em decorrência do aparelhamento dos Órgãos regionais de patrimônio e turismo. Esse discurso hegemônico opera na percepção dos turistas que visitam os erveiros, que não os enxergam como parte do patrimônio no Mercado, ou seja, percebem somente a projeção do discurso patrimonial oficial do Ver-o-Peso, enquanto “Cartão Postal da Belle Époque”. Esta tese buscou compreender o ofício dos erveiros por meio de suas narrativas, vivências e na prática da medicina natural ancestral, compreendidas como formas de resistência ao discurso patrimonial hegemônico, que desconsidera o valor do saber das ervas enquanto alteridade local. Para desvelar esses mecanismos de resistência a pesquisa investigou a medicina natural dos erveiros, percorrendo suas narrativas no processo de ocupação do Ver-o-Peso, rastreando quatro redes ancestrais de erveiros que estabelecem laços de consideração e vicinalidade ao longo de cinco gerações. O processo investigativo dessa tese deu-se pelo método etnográfico, norteado pelo viés latouriano, em que o significado endógeno do ofício dos erveiros, bem como os dilemas enfrentados por eles no Ver-o-Peso foram sendo rastreados pelas conexões entre os atores humanos e não humanos das ervas. A pesquisa trouxe como principal contribuição a proposta do “patrimônio vivido”, consubstanciada na percepção dos erveiros sobre o patrimônio no Ver-o-Peso como uma categoria múltipla, que borra as fornteiras do material e imaterial, se diferenciado da perspectiva da ordem discursiva hegemônica. Assim, espera-se contribuir com a linha de pesquisa do patrimônio de cunho antropológico, que vem lutando para colocar os “outros”, enquanto a alteridade no centro dos debates em torno do patrimônio, e não, como mero objeto de patrimonialização. |
Abstract: | This thesis is about the erveiros of Ver-o-Peso, from Belém do Pará, who dominate natural medicine, in the tradition of the biointeraction of Amazonian herbs, in the agency of their healing guides. During field trips, it was possible to see that herbalists live in the mediation of agencies that directly affect their daily lives. The first is the exotic and “authentic” media image of them and their products, which attracts a tourist demand eager to find, in erveiros and their products, this image palatable to capitalism. The second is the hegemonic heritage discourse, which emerges as a result of the rigging of regional heritage and tourism bodies. The second is the hegemonic heritage discourse, which emerges as a result of the rigging of regional heritage and tourism bodies. This hegemonic discourse operates in the perception of tourists who visit the erveiros, who do not see them as part of the heritage in the Market, that is, they only perceive the projection of the official heritage discourse of Ver-o-Peso, as a “Postcard of the Belle Époque”. This thesis sought to understand the craft of erveiros through their narratives, experiences and the practice of ancestral natural medicine, understood as forms of resistance to the hegemonic heritage discourse, which disregards the value of herbal knowledge as a local alterity. To uncover these mechanisms of resistance, the research investigated the natural medicine of erveiros, going through their narratives in the process of occupation of Ver-o-Peso, tracing four ancestral networks of herbalists that establish ties of consideration and neighborhood over five. generations. The investigative process of this Thesis was carried out using the ethnographic method, guided by the Latourian bias, in which the endogenous meaning of the erveiros craft, as well as the dilemmas faced by them in Ver o-Peso, were traced through the connections between human actors and non-humans of herbs. The research brought as its main contribution the proposal of “lived heritage”, embodied in the he perception of heritage in Ver-o-Peso as a multiple category, which blurs the boundaries of material and immaterial, differentiated from the perspective of the discursive order hegemonic. Thus, it is expected to contribute to the line of anthropological heritage research, which has been struggling to place the “others”, as alterity, at the center of debates surrounding heritage, and not as a mere object of patrimonialization. |
Keywords: | Erveiros Ver-o-Peso Patrimônio vivido Discurso patrimonial hegemônico |
metadata.dc.subject.cnpq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS |
metadata.dc.language: | por |
metadata.dc.publisher.country: | Brasil |
Publisher: | Universidade Federal da Bahia |
metadata.dc.publisher.initials: | UFBA |
metadata.dc.publisher.department: | Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH) |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) |
metadata.dc.rights: | Acesso Aberto |
URI: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40275 |
Issue Date: | 31-Jul-2024 |
Appears in Collections: | Tese (PPGA) |
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