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Tipo: Tese
Título: Pós Humanidade Negra: isto não é ficção científica
Autor(es): Góes, Jancleide Teixeira
Primeiro Orientador: Souza, Florentina da Silva
metadata.dc.contributor.referee1: Souza, Florentina da Silva
metadata.dc.contributor.referee2: França, Denise Carrascosa
metadata.dc.contributor.referee3: Souza, Arivaldo Sacramento
metadata.dc.contributor.referee4: Oliveira, Megg Rayara Gomes de
metadata.dc.contributor.referee5: Vasconcelos, Vânia Maria Cerqueira
Resumo: Uma pessoa, qualquer que seja, é um pedaço de tempo dentro de uma história maior. Por isso, questionamentos existenciais são inesgotáveis, se repetem e não são os mesmos, pois ao mudar o/a questionador/a se despontam novas demandas, perspectivas, necessidades e compreensões. Este texto traz consigo, desde o título, problemáticas existenciais que são, efetivamente, questões muito antigas e ao se renovarem afirmam a importância de retomadas constantes e reflexivas sobre a humanidade dentro dos espaços sociais. Neste caso, é relevante destacar que os espaços discursivos são disputados, e por metáfora, são disputas sangrentas, tendo em vista suas violências. Por consequência, há o epistemicídio crônico de populações minorizadas nas relações de poder. Nesta tese, questiona-se o conceito de humanidade, a partir da desumanização crônica. Não se objetiva promover questionamentos sobre a relevância ou sobre a etimologia do termo, mas sim, avançar em direção aos operadores genocidas e animalizadores da contemporaneidade. Cabe a esse trabalho o debate sobre o presente, sem deixar de lado, os mitos de futuro, compreendendo o que está por vir enquanto disputas de narrativas. Minha hipótese é que a pós-humanidade negra é um conceito em trânsito, e, por esse motivo, em constante incompletude, que afronta as decadências sociais, ou seja, aquilo entendido como humanidade dentro da sociedade pós-moderna. Para organizar e apresentar algumas perspectivas sobre a pós-humanidade negra, estudaremos e analisaremos o cenário contemporâneo das relações étnicas e de gênero, a partir de corpos, narrativas e arte negra, como operadores de uma realidade extravasadora de limites, insurgente e reivindicante. Para isso, serão trazidos para a discussão alguns dos trabalhos músico-artístico de Linn da Quebrada e em alguns contos de Ruth Ducaso de seu livro Contos Ordinários de Melancolia. O trabalho artístico de Linn da Quebrada destaca-se por sua incisiva colocação discursiva e performática sobre os direitos das pessoas fora dos limites da cis-hetero-normatividade e sobre as violências físicas e subjetivas das pessoas constantemente destituídas de humanidade por diversas instituições de poder. Enquanto nos escritos de Ruth Ducaso intenciona-se investigar como as mães, negras e interioranas são destituídas de suas humanidades a favor de um lugar de super-heroína e de super oprimido de mãe, daquelas que não precisam sentir, pois estão essencialmente prontas para serem mulheres-cuidadoras e abdicadas de si. Considera-se relevante, as reflexões sobre as lutas contra o racismo de muitas autoras. São de fundamental relevância para estas discussões, dentre elas; ANGELA DAVIS (1995); FLORENTINA SOUZA (2003); LÉLIA GONZALEZ (2003). Tal qual, STUART HALL (2003), FANON (1983), GILROY (2001; 2005), FREITAS (2017) sobre as questões políticas e sociais na afro-diáspora. Assim, como as discussões de MEGG RAYARA (2017) e DODI LEAL (2019), JAQUELINE SANTOS (2018) contribuem para confrontar as questões de identidade de gênero e raça.
Abstract: A person, whatever the person, is a piece of time within a larger story. Therefore, existential questions are inexhaustible, they are repeated and they are not the same, because when the questioner changes, new demands, perspectives, needs and understandings emerge. This text brings with it, from the title, existential problems that are, effectively, very old questions and, when renewed, they affirm the importance of constant and reflective retakes about humanity within social spaces. In this case, it is relevant to highlight that the discursive spaces are disputed, and by metaphor, they are bloody disputes, in view of their violence. Consequently, there is the chronic epistemicide of populations that are minorized in power relations. In this thesis, the concept of humanity is questioned, based on chronic dehumanization. It is not intended to promote questions about the relevance or etymology of the term, but rather to advance towards the genocidal operators and animalizers of contemporaneity. It is up to this work to debate the present, without leaving aside the myths of the future, understanding what is to come as narrative disputes. My hypothesis is that black posthumanity is a concept in transit, and, for this reason, in constant incompleteness, which confronts social decay, that is, what is understood as humanity within post-modern society. In order to organize and present some perspectives on black post-humanity, we will study and analyze the contemporary scenario of ethnic and gender relations, based on bodies, narratives and black art, as operators of a reality that overflows limits, insurgent and claiming. For this, some of Linn da Quebrada's musical-artistic works and some stories by Ruth Ducaso from her book Contos Ordinarios de Melancholia will be brought to the discussion. Linn da Quebrada's artistic work stands out for its incisive discursive and performative placement on the rights of people outside the limits of cis-hetero-normativity and on the physical and subjective violence of people constantly deprived of humanity by various institutions of power. While Ruth Ducaso's writings intend to investigate how mothers, black and from the countryside, are deprived of their humanities in favor of a place of superheroine and super-oppressed mother, of those who do not need to feel, as they are essentially ready to be womencaregivers and self-abdicated. It is considered relevant, the reflections on the struggles against racism of many authors. They are of fundamental relevance to these discussions, among them; ANGELA DAVIS (1995); FLORENTINA SOUZA (2003); LÉLIA GONZALEZ (2003). Just like, STUART HALL (2003), FANON (1983), GILROY (2001; 2005), FREITAS (2017) on political and social issues in the Afro-Diaspora. Thus, as the discussions by MEGG RAYARA (2017) and DODI LEAL (2019), JAQUELINE SANTOS (2018) contribute to confronting issues of gender and race identity.
Palavras-chave: Literatura e sociedade
Pós-modernismo - Aspectos sociais
Negros - Identidade racial
Identidade de gênero
Maternidade
Humanidades
Liinda Quebrada, 1990 - Crítica e interpretação
Ducaso, Ruth - Crítica e interpretação
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Instituto de Letras
metadata.dc.publisher.program: Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
Tipo de Acesso: CC0 1.0 Universal
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38435
Data do documento: 25-Nov-2022
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