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Tipo: Tese
Título: Modelos de mistura na análise da síndrome metabólica em mulheres: padrões latentes, fatores associados e relação com o diabetes mellitus tipo 2.
Título(s) alternativo(s): Mixture models in the analysis of metabolic syndrome in women: patterns latents, associated factors and relationship with type 2 diabetes mellitus.
Autor(es): Bahamonde, Nila Mara Smith Galvão
Primeiro Orientador: Amorim, Leila Denise Alves Ferreira
metadata.dc.contributor.advisor-co1: Matos, Sheila Maria Alvim de
metadata.dc.contributor.referee1: Fiaccone, Rosemeire Leovigildo
metadata.dc.contributor.referee2: Fernandes, Lígia Gabrielli
metadata.dc.contributor.referee3: Gonçalves, Luana Giatti
metadata.dc.contributor.referee4: Fonseca, Maria de Jesus Mendes da
metadata.dc.contributor.referee5: Amorim, Leila Denise Alves Ferreira
Resumo: A Síndrome Metabólica (SM) é um distúrbio complexo caracterizado pela coocorrência de anormalidades metabólicas, que apresenta destacada importância do ponto de vista epidemiológico por sua alta prevalência e pela evidência de sua associação com doenças cardiovasculares (DVC) e diabetes mellitus tipo 2 (DM2). O critério mais recente proposto para a definição da SM estabelece seu diagnóstico a partir da presença de pelo menos três dentre os seguintes componentes: obesidade abdominal, hiperglicemia, hipertrigliceridemia, baixos níveis de colesterol HDL e elevada pressão arterial sistêmica. A abordagem comum em pesquisas quantitativas que tratam da SM estabelece a identificação dos casos da síndrome considerando-a como um traço dicotômico (presença/ausência). Ainda que esta abordagem seja útil em pesquisas epidemiológicas, não considera a natureza heterogênea da SM, que se apresenta pela ocorrência de agrupamentos distintos dos seus componentes, o que pode não revelar diferenças importantes na avaliação do risco à saúde. Uma abordagem alternativa busca caracterizar a SM como um construto (ou variável não diretamente observável), identificando, empiricamente, os padrões/subtipos de sua ocorrência a partir da análise das combinações manifestas de seus componentes. Esta abordagem utiliza métodos estatísticos multivariados, incluindo os Modelos de Mistura, que recentemente vêm encontrando amplo potencial de uso na investigação de fenômenos na área da saúde. São modelos flexíveis, que permitem discriminar subgrupos de indivíduos não diretamente observados na população e avaliar a associação entre o pertencimento a estes subgrupos e variáveis antecedentes e consequentes de interesse, em desenhos transversais e longitudinais. No presente trabalho, Modelos de Mistura foram explorados, buscando-se ampliar a compreensão sobre a manifestação da SM na população feminina brasileira, a partir da identificação e análise de padrões/subtipos deste distúrbio, emergentes entre mulheres participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). O ELSA-Brasil é um estudo multicêntrico que acompanha, desde 2008, servidores civis (35 a 74 anos) de instituções de ensino superior e pesquisa em três diferentes regiões do Brasil, com o propósito principal de avaliar a incidência e a progressão de doenças crônicas entre adultos brasileiros. Iniciaram na coorte ELSA-Brasil 15.105 participantes, dos quais 8.218 foram mulheres. Análises foram realizadas utilizando-se tipos particulares de Modelos de Mistura, denominados Modelos de Classes Latentes: a Análise de Classes Latentes (LCA), a Análise de Classes Latentes com Medidas Repetidas, a Análise de Transição Latente e a Análise de Classes Latentes com Desfechos Distais. Em uma abordagem transversal com dados da linha de base do ELSA-Brasil, foram identificados três padrões distintos de SM (denotados por alta, moderada e baixa expressão metabólica) para a população do estudo. Os dois padrões de maior expressão metabólica representaram a maioria (53,8%) das mulheres analisadas. Fatores sociodemográficos e biológicos, como a classe social baixa e a combinação da idade acima de 50 anos com a condição de menopausa, revelaram desigualdades no pertencimento aos subtipos da síndrome. Em uma abordagem longitudinal, a análise da mudança qualitativa da SM, baseada em dados das duas primeiras ondas do ELSA-Brasil, mostrou padrões persistentes de SM ao longo do tempo. Características individuais, como a idade igual ou acima de 50 anos (OR=7,18; IC95%: 5,68-9,06), o nível de escolaridade fundamental (OR=3,26; IC95%: 2,05-5,17) e médio (OR=2,23; IC95%: 1,78-2,79), o tabagismo prévio (OR=1,89; IC95%: 1,50-2,38) e a prática insuficiente de atividade física no lazer (OR=1,52; IC95%: 1,24-1,87), influenciaram a permanência no padrão de maior risco metabólico. Após 4 anos de seguimento, a transição de padrões de menor risco à saúde para padrões de maior risco à saúde foram mais prováveis do que a transição inversa para as mulheres do estudo. Subgrupos de mulheres identificados a partir dos padrões emergentes de SM na linha de base do estudo apresentaram diferenças para o risco de desenvolvimento do DM2, destacando-se a frequência de casos incidentes (11,7%) e a razão de risco (3,21; IC95%: 2,30-4,49) para o DM2 dado o pertencimento ao padrão ‘SM Parcial’, caracterizado pela presença conjunta de obesidade abdominal, hiperglicemia intermediária e elevada pressão arterial. Os resultados deste trabalho apontam para a relevância de se considerar a heterogeneidade na expressão da SM ao se avaliar sua ocorrência, relação com fatores de risco e doenças associadas, bem como para o potencial do uso de modelos de mistura como estratégia analítica nestas investigações.
Abstract: Metabolic Syndrome (MS) is a complex disorder characterized by the co-occurrence of metabolic abnormalities, which has outstanding importance from an epidemiological point of view due to its high prevalence and the evidence of its association with cardiovascular diseases (CVD) and type 2 diabetes mellitus (DM2). The most recent criterion proposed for MS diagnosis establishes the presence of at least three of the following components: abdominal obesity, hyperglycemia, hypertriglyceridemia, low levels of HDL cholesterol and high systemic blood pressure. Sex-gender differences in the expression of MS have been reported in the literature. In several studies, there is evidence that women, especially after the age of 50, are more susceptible to developing the syndrome and its associated comorbidities. The most common approach in quantitative research with MS establishes the identification of cases considering a dichotomy (presence/absence). Alternatively, MS can be considered as a heterogeneous entity, with variation in grouping of its components. Thus, an interesting approach seeks to characterize MS as a construct (unobserved variable), identifying, empirically, the patterns of its occurrence based on the analysis of the response profiles of its components. This approach uses multivariate statistical methods, particularly the Mixture Models, which have recently been used in MS research. These are flexible models that allow discriminating non-observed subgroups of individuals throughout the population and evaluating the relationship between belonging to these subgroups and other variables in both cross-sectional and longitudinal studies. The present study explores the use of Mixture Models to expand the knowledge about the MS occurrence among Brazilian women, identifying distinct latent patterns of this disorder in participants of the first two waves of the Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). For the analyses, different LCMs were used, namely: Latent Class Analysis, Latent Class Analysis with Repeated Measures, Latent Transition Analysis and Latent Class Analysis with Distal Outcomes. At the baseline of ELSA-Brasil, MS patterns were discriminated, and the effects of sociodemographic characteristics and menopause status were examined. Using longitudinal latent approaches, shifts and transition profiles for MS were evaluated using data from the two first waves of the study. The risk for the development of type 2 diabetes mellitus was estimated according to different patterns of MS. Initially, three distinct patterns of MS were identified for the women in the study. Longitudinal analysis mainly revealed permanence of MS patterns. Individual characteristics, such as elementary or middle schooling level, and insufficient leisure-time physical activity, increased the chance to non-changing patterns over time, especially for those with greater metabolic expression. After 4 years of follow-up, the transition from lower to higher health risk patterns was more likely than the reverse transition. The risk of developing DM2 differs according to MS patterns, confirming the relevance of considering the heterogeneous expression of the syndrome. Particularly, we found high prevalence and risk for developing DM2 among the women characterized by the joint occurrence of abdominal obesity, hyperglycemia and high blood pressure. Additionally, the analyzes suggest that abdominal obesity is the main initial abnormality in triggering the syndrome in this population. These results point to the relevance of considering the heterogeneity in evaluating MS expression, its relationships with risk factors and associated diseases. Furthermore, it contributes for drawing the attention for the potential use of mixture models as analytical strategy when studying MS and other heterogeneous health outcomes.
Palavras-chave: Modelos de Mistura
Modelos de Classes Latentes
Síndrome Metabólica
Mulheres
Diabetes Mellitus Tipo 2
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva
Sigla da Instituição: ISC-UFBA
metadata.dc.publisher.department: Instituto de Saúde Coletiva - ISC
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC)
Tipo de Acesso: Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Brazil
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37766
Data do documento: 3-Ago-2021
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