Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37462
Tipo: Tese
Título: Autonomia reprodutiva intergeracional em mulheres quilombolas
Título(s) alternativo(s): Intergenerational reproductive autonomy in quilombola women
Autor(es): Marques, Gabriela Cardoso Moreira
Primeiro Orientador: Ferreira, Silvia Lúcia
metadata.dc.contributor.referee1: Ferreira, Silvia Lúcia
metadata.dc.contributor.referee2: Carvalho, Evanilda Souza de Santana
metadata.dc.contributor.referee3: Paiva, Miriam Santos
metadata.dc.contributor.referee4: Gusmão, Maria Enoy Neves
metadata.dc.contributor.referee5: Goes, Emanuelle Freitas
Resumo: A autonomia reprodutiva é definida como o poder que cada mulher tem para decidir e controlar questões associadas ao seu corpo, no que concerne ao uso de contraceptivos, a gravidez e à maternidade. As práticas sexuais e reprodutivas são imbricadas por questões socioeconômicas, culturais, assimetrias de gênero por raça/etnia e por padrões patriarcais, diversificando pelas crenças e conhecimentos vividos em época e contextos históricos diferentes. Esta pesquisa teve como objetivos analisar a autonomia reprodutiva em mulheres quilombolas e os fatores intervenientes na transmissão intergeracional entre mães e filhas; analisar às práticas reprodutivas de mulheres quilombolas e fatores intervenientes em diferentes gerações; verificar a associação entre a autonomia reprodutiva e características sociodemográficas, sexual e reprodutiva em mulheres quilombolas e verificar associação entre o perfil de saúde sexual e reprodutiva e as características sociodemográficas em mulheres quilombolas. Trata-se de estudo analítico do tipo transversal. A pesquisa foi desenvolvida em comunidades quilombolas em município do sudoeste baiano com 160 mulheres (80 mães e 80 filhas) em idade reprodutiva de 18 a 49 anos. Optou-se por um estudo de amostragem estratificada Os dados foram coletados por meio de entrevistas, utilizou-se dois instrumentos: questionário semiestruturado da Pesquisa Nacional de Saúde adaptado para o estudo e a Escala de Autonomia Reprodutiva. A análise dos dados foi realizada por procedimentos da estatística descritiva para expressar os resultados como frequências, medidas de tendência central, dispersão e valores mínimos e máximos. Com o intuito de avaliar a transmissão intergeracional da autonomia reprodutiva e das características sexuais e reprodutivas, cada filha foi pareada a sua mãe. Para comparação das características sociodemográficas, utilizou-se os testes qui-quadrado para as variáveis qualitativas, e o teste Mann-Whitney, para as variáveis quantitativas. Foram respeitados os aspectos éticos dispostos na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados evidenciaram que a vida das mulheres quilombolas é marcada por dificuldade de informações e de acesso aos serviços de saúde o que implica em limitações de práticas e planejamento reprodutivo. O grupo das mães apresentou maior frequência de mulheres casadas ou com companheiro (66,2%), que trabalhavam atualmente (51,2%) maior renda (mediana = 358 reais) e maior frequência de realização de exame citopatológico de colo uterino (72,5%). Por outro lado, as filhas apresentaram mais anos de estudo (10,5 anos), maior frequência de participação em grupo de planejamento familiar (37,2%) e uso de método contraceptivo (80,5%). As mulheres quilombolas apresentaram elevada autonomia reprodutiva, principalmente nos domínios tomada de decisão (2,33) e ausência de coerção (3,40), sendo que mulheres solteiras ou sem companheiro apresentaram maior autonomia reprodutiva geral (3,07), comparadas as mulheres casadas ou com companheiros (2,93). A transmissão intergeracional entre mães e filhas quilombolas, foi identificada sobretudo nos domínios ausência de coerção e comunicação. Os resultados oferecem elementos para a construção de estratégias para melhoria da qualidade de vida e da saúde sexual e reprodutiva garantidos quando as políticas públicas garantirem liberdades individuais considerando as dimensões sociais que essas mulheres quilombolas estão inseridas de modo a reconhecê-las pelas singularidades.
Abstract: Reproductive autonomy is defined as the power that each woman has to decide and control issues associated with her body, regarding the use of contraceptives, pregnancy and motherhood. Sexual and reproductive practices are interlaced by socioeconomic and cultural matters, gender asymmetries by race / ethnicity and patriarchal patterns, diversifying by beliefs and knowledge lived in different times and historical contexts. This research aimed to analyze the reproductive autonomy in quilombola women and the factors that interfere in the intergenerational transmission between mothers and daughters; to analyze the reproductive practices of quilombola women and factors that interfere in different generations; to verify the association between reproductive autonomy and sociodemographic, sexual and reproductive characteristics in quilombola women and to verify the association between sexual and reproductive health profile and sociodemographic characteristics in quilombola women. This is an analytical cross-sectional study. The research was carried out in quilombola communities in a municipality in the southwest of Bahia with 160 women (80 mothers and 80 daughters) of reproductive age from 18 to 49 years. We opted for a stratified sampling study. Data were collected through interviews, using two instruments: a semi-structured questionnaire from the National Health Survey adapted for the study and the Reproductive Autonomy Scale. Data analysis was performed using descriptive statistics procedures to express results such as frequencies, measures of central tendency, dispersion and minimum and maximum values. In order to assess the intergenerational transmission of reproductive autonomy and sexual and reproductive characteristics, each daughter was paired with her mother. To compare sociodemographic characteristics, the chi-square test was used for qualitative variables and the Mann-Whitney test for quantitative variables. The ethical aspects set out in Resolution 466/2012 of the National Health Council were respected. The results showed that the lives of quilombola women are marked by difficulties in information and access to health services, which implies limitations in reproductive planning and practices. The group of mothers had a higher frequency of women who were married or with a partner (66.2%), who were currently working (51.2%), higher income (median = R $ 358) and higher frequency of cytopathological examination of the uterine cervix (72 , 5%). On the other hand, the daughters had more years of study (10.5 years), more frequent participation in a family planning group (37.2%) and use of contraceptive method (80.5%). Quilombola women showed high reproductive autonomy, especially in the decision-making domains (2.33) and lack of coercion (3.40), with single or unmarried women having greater general reproductive autonomy (3.07), compared to women married or with companions (2.93). Intergenerational transmission between quilombola mothers and daughters was identified mainly in the areas of lack of coercion and communication. The results offer elements for the construction of strategies to improve the quality of life and sexual and reproductive health guaranteed when public policies guarantee individual freedoms considering the social dimensions that these quilombola women are inserted in order to recognize them by their singularities.
La autonomía reproductiva se define como el poder que cada mujer tiene para decidir y controlar cuestiones asociadas a su cuerpo, en lo que concierne al uso de anticonceptivos, el embarazo y la maternidad. Las prácticas sexuales y reproductivas están imbricadas por cuestiones socioeconómicas, culturales, asimetrías de género por raza/etnia y por patrones patriarcales, diversificando por las creencias y conocimientos vividos en época y contextos históricos diferentes. Esta investigación tuvo como objetivos analizar la autonomía reproductiva en mujeres quilombolas y los factores que intervienen en la transmisión intergeneracional entre madres e hijas; analizar a las prácticas reproductivas de mujeres quilombolas y factores que intervienen en diferentes generaciones; verificar la asociación entre la autonomía reproductiva y características sociodemográficas, sexual y reproductiva en mujeres quilombolas y verificar la asociación entre el perfil de salud sexual y reproductiva y las características sociodemográficas en mujeres quilombolas. Se trata de un estudio analítico del tipo transversal. La investigación fue desarrollada en comunidades quilombolas en municipio del suroeste baiano con 160 mujeres (80 madres y 80 hijas) en edad reproductiva de 18 a 49 años. Se optó por un estudio de muestreo estratificado Los datos fueron recogidos por medio de entrevistas, se utilizaron dos instrumentos: cuestionario semiestructurado de la Investigación Nacional de Salud adaptado para el estudio y la Escala de Autonomía Reproductiva. El análisis de los datos fue realizado por procedimientos de la estadística descriptiva para expresar los resultados como frecuencias, medidas de tendencia central, dispersión y valores mínimos y máximos. Con el fin de evaluar la transmisión intergeneracional de la autonomía reproductiva y de las características sexuales y reproductivas, cada hija fue pareada a su madre. Para la comparación de las características sociodemográficas, se utilizaron las pruebas chi-cuadrado para las variables cualitativas, y la prueba Mann-Whitney, para las variables cuantitativas. Se respetaron los aspectos éticos dispuestos en la Resolución 466/2012 del Consejo Nacional de Salud. Los resultados evidenciaron que la vida de las mujeres quilombolas está marcada por dificultad de informaciones y de acceso a los servicios de salud lo que implica en limitaciones de prácticas y planificación reproductiva. El grupo de las madres presentó mayor frecuencia de mujeres casadas o con compañero (66,2%), que trabajaban actualmente (51,2%) mayor ingreso (mediana = 358 reales) y mayor frecuencia de realización de examen citopatológico de cuello uterino (72,5%). Por otro lado, las hijas presentaron más años de estudio (10,5 años), mayor frecuencia de participación en grupo de planificación familiar (37,2%) y uso de método anticonceptivo (80,5%). Las mujeres quilombolas presentaron elevada autonomía reproductiva, principalmente en los dominios toma de decisión (2,33) y ausencia de coerción (3,40), siendo que mujeres solteras o sin compañero presentaron mayor autonomía reproductiva general (3,07) en comparación con las mujeres casadas o con compañeros (2,93). La transmisión intergeneracional entre madres e hijas quilombolas, fue identificada sobre todo en los dominios ausencia de coerción y comunicación. Los resultados ofrecen elementos para la construcción de estrategias para la mejora de la calidad de vida y de la salud sexual y reproductiva garantizados cuando las políticas públicas garanticen libertades individuales considerando las dimensiones sociales que estas mujeres quilombolas están insertadas para reconocer-Lo haría por las singularidades.
Palavras-chave: Gênero
Mulheres
Grupos Étnicos
Saúde Sexual e Reprodutiva
Autonomia
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Escola de Enfermagem
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Citação: MARQUES, Gabriela Cardoso Moreira Marques. Autonomia reprodutiva intergeracional em mulheres quilombolas. 2021. 227f. Tese (Doutorado em Enfermagem e Saúde) – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37462
Data do documento: 10-Fev-2021
Aparece nas coleções:Tese (PPGENF)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Tese - Gabriela Cardoso Moreira Marques.pdfTese6,37 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.