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Tipo: Dissertação
Título: O papel da intuição na tomada de decisão de líderes em contexto de crise organizacional
Autor(es): Silva, Daniel Lima da
Primeiro Orientador: Figueiredo, Paulo Soares
metadata.dc.contributor.referee1: Figueiredo, Paulo Soares
metadata.dc.contributor.referee2: Moscon, Daniela Campos Bahia
metadata.dc.contributor.referee3: Costa, Luana Folchini da
Resumo: A pandemia de COVID-19 disseminou um cenário de crise inédito para as organizações de serviços no Brasil, exigindo de seus líderes executivos a habilidade de tomar decisões em um ambiente complexo e incerto. Quando o ambiente organizacional muda rapidamente e exige respostas ágeis, coerentes e criativas, líderes experientes tendem a decidir com o auxílio de julgamentos e percepções intuitivas (HODGKINSON; LANGAN-FOX; SADLER-SMITH, 2008). Compreendidas como julgamentos formados sem a necessidade de análise deliberada e uma justificativa clara, as intuições surgem acompanhados de estados afetivos e têm como origem o aprendizado tácito adquirido pela experiência prática em uma área ou função específica (DANE; PRATT, 2007). As pesquisas sobre tomada de decisão de líderes, ao agregar avanços da psicologia cognitiva e neurociência, reposicionaram a intuição como recursos válido e com potencial contribuições relevantes para a o desempenho dos líderes (AKINCI; SADLER-SMITH, 2012). Partindo da problematização sobre a presença da intuição no processo decisório dos líderes e as necessidades de liderar equipes no ambiente turbulento da crise de COVID-19, esta dissertação teve o propósito de identificar a influência da intuição na tomada de decisão de líderes de empresas de serviços. Dois estudos foram realizados para este objetivo. O primeiro deles verifica a relação entre a experiência como líder e a capacidade de adaptar seu desempenho às mudanças provocadas pela pandemia e se essa relação foi mediada pela preferência e habilidade de tomar decisões intuitivamente. A amostra não probabilística de 120 líderes de empresas de serviços participantes do estudo foi obtida por meio de um questionário estilo survey, as escalas utilizadas - Rational Experiential Inventory (REI) e a escala de desempenho adaptativo desenvolvida por Charbonnier Voirin e Roussel (2012) - foram traduzidas e adaptadas para finalidades do estudo. Os resultados foram analisados seguindo a técnica de análise de mediação desenvolvida por Baron e Kenny (1986). A análise de resultados não confirmou o efeito de mediação, mas indicou a existência de uma relação positiva e estatisticamente significativa da intuição com o desempenho adaptativo de líderes. No segundo estudo, explorou-se em quais decisões os líderes mais frequentemente usam a intuição. 15 líderes selecionados da amostra inicialmente obtida do estudo 1 foram entrevistados e as transcrições foram submetidas a análise de conteúdo temática. A partir da análise indutiva dos dados, elaborou-se o modelo de uso da intuição por líderes (MUIL). O modelo é composto pelas categorias de decisão que os líderes mais usam a intuição para decidir, as definições que os líderes atribuem a intuição e quais fatores contextuais contribuem para a presença de decisões intuitivas. As categorias temáticas de decisões orientadas a pessoas e decisões orientadas a processos emergiram da análide dos dados que representam duas orientações de aplicação da intuição na tomada de decisão. A primeira se dedica a questões e problemas relacionados a aspectos relacionais, sociais e subjetivos, enquanto a segundo se volta para os problemas técnicos na execução dos processos de trabalhos, desde a identificação de problemas a criação de novas soluções. Fatores como incerteza das informações, estrutura organizacional flexíveis e aspectos subjetivos das decisões são elementos contextuais que aumentam a ocorrência de decisões intuitivas. As implicações práticas e teóricas de ambos os estudos, assim como as limitações dos estudos, são discutidas.
Abstract: The COVID-19 pandemic has brought about an unprecedented crisis for service organizations in Brazil, requiring their executive leaders to have the ability to make decisions in a complex and uncertain environment. Crises are characterized by pressure, sense of urgency, and a shared perception that decisions must be made quickly (PEARSON; CLAIR, 1998). Under these conditions, leadership decision-making require adapting behavior to changes while exerting influence over subordinates to achieve organizational objectives. Studies on decision-making show that in organizations, decisions made by executive leaders are rarely based solely on statistical evidence or logical analysis (BAZERMAN; MOORE, 2014). When the organizational environment changes rapidly and requires agile, coherent, and creative responses, experienced leaders tend to decide with the help of intuitive judgments and perceptions (HODGKINSON; LANGAN-FOX; SADLER-SMITH, 2008). Understood as judgments formed without the need for deliberate analysis and a clear justification, intuitions are accompanied by affective states and originate from tacit learning acquired through practical experience in a specific area or function (DANE; PRATT, 2007). Research on leader’s decision-making, by incorporating advances in cognitive psychology and neuroscience, has repositioned intuition as a valid resource with potentially relevant contributions to leaders' performance. (AKINCI; SADLER-SMITH, 2012). Based on the problematization related to the presence of intuition in leaders' decision-making process and the needs associated with leadership in the turbulent environment of the COVID-19 crisis, this dissertation aimed to identify the influence of intuition on decision-making by leaders of service companies. Two studies were conducted for this purpose. The first study examined the relationship between leadership experience and the ability to adapt performance to changes provoked by the pandemic, and whether this relationship was mediated by the preference and ability to make decisions intuitively. The non-probabilistic sample of 120 leaders of service companies participating in the study was obtained through a survey-style questionnaire. The scales used - Rational-Experiential Inventory (REI) and the adaptive performance scale developed by Charbonnier-Voirin and Roussel (2012) - were translated and adapted for the purposes of the study. The results were analyzed using the mediation analysis technique developed by Baron and Kenny (1986). The results did not confirm the mediating effect but indicated the existence of a positive and statistically significant relationship between intuition and leaders' adaptive performance. In the second study, it was explored which decisions leaders most frequently use intuition. 15 leaders selected from the initial sample obtained in study 1 were interviewed, and the transcriptions were subjected to thematic content analysis. Based on the inductive analysis of the data, the Model of Intuition Use by Leaders (MUIL) was elaborated. The model consists of decision categories in which leaders most commonly use intuition, the definitions that leaders attribute to intuition, and the contextual factors that contribute to the presence of intuitive decisions. The practical and theoretical implications of both studies, as well as the limitations of the studies, are discussed.
Palavras-chave: Intuição
Tomada de decisão
Liderança
Desempenho adaptativo
Crise
COVID-19
CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ADMINISTRACAO
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Escola de Administração
metadata.dc.publisher.program: Núcleo de Pós-Graduação em Administração (NPGA)
Tipo de Acesso: Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Brazil
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37349
Data do documento: 9-Mai-2023
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