Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37290
Tipo: Dissertação
Título: Poética oral do samba chula sertanejo: o Grupo Pinote e suas identidades culturais entre trânsitos e fronteiras
Título(s) alternativo(s): Oral poetics of samba chula sertanejo: o Grupo Pinote and its cultural identities between transits and borders
Autor(es): Xavier, Luciano Santos
Primeiro Orientador: Santos, Alvanita Almeida
metadata.dc.contributor.referee1: Santos, Alvanita Almeida
metadata.dc.contributor.referee2: Santos, José Henrique de Freitas
metadata.dc.contributor.referee3: Costa, Edil Silva
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo analisar a poética oral do samba chula sertanejo do Grupo Pinote, de Serrolândia/BA, tendo em vista os elementos estéticos, discursivos e performáticos nela implicados, a fim de compreender como são articulados os processos de construção das identidades culturais do grupo e sua operação na mobilização de trânsitos e fronteiras nessas identidades. No ínterim desses movimentos, a perspectiva metodológica adotada parte da abordagem qualitativa, sob as vias da Etnopesquisa crítica, com vistas à ótica de Macedo (2010) e Santos (2017), tendo como métodos de construção de dados: observações das apresentações do Grupo Pinote, aplicação de questionários e realização de grupo de discussão. O referencial teórico que embasa a pesquisa ampara-se principalmente em: Brasil (2006), Döring (2016a; 2016b), Exdell (2017; 2018), Vasconcelos (2012), Moreira (2018), Bhabha (1998), Anderson (2008), Halbwachs (2003), Hall (2003), Zumthor (2010, 2014), Glissant (2021), entre outros, para discutir acerca do samba de roda, samba chula, sertões baianos, poéticas orais, identidades culturais e culturas populares. Por meio deste trabalho, procuro problematizar o (não) lugar do samba praticado nos sertões baianos, os quais por diversas frentes foram postos à margem do discurso identitário e musical da Bahia que se direciona marcadamente, e quase que exclusivamente, ao eixo Salvador-Recôncavo e parte do litoral. Envolvo essa proposta teórico-crítica na concepção das sertanidades (VASCONCELOS, 2012), buscando pensar esses sertões e suas múltiplas identidades, geografias e culturas inseridas no jogo intersemiótico articulado às cosmopercepções (OYÊWÙMÍ, 2021) no/do semiárido. Assim, tensiono o operador analítico samba sertanejo como proposta teórico-crítica para designar o samba de roda praticado nos sertões, ao invés do termo já cunhado “samba rural” (BRASIL, 2006; DÖRING, 2016b), em cuja estética se difere daquela expressa no Recôncavo Baiano, por sinal, território também marcado pela ruralidade. Proponho a denominação samba sertanejo como forma de inscrever categoricamente os sertões no discurso identitário e musical do samba na Bahia e de rasurar os essencialismos e estigmas forjados em torno desse território, indo para além da roça, do ignoto, do arcaico, haja vista as transformações ocorridas no semiárido nos últimos tempos. No escopo poético da pesquisa, busco refletir os procedimentos estéticos e estilísticos utilizados nas chulas, na configuração de uma linguagem poética que toma como fulcro a literariedade a serviço de uma construção discursiva insurgente. Nessa perspectiva, conjeturo as identidades dos sambadores do Grupo Pinote como sertanidades moventes, marcadas por elementos adjacentes, embora colocadas nas fronteiras da globalização, convergido e divergindo entre o local e global, em trânsitos múltiplos que corroboram esses “sertões contemporâneos” (MOREIRA, 2018), alocados em outras cenas sociais, políticas culturais e identitárias aos sertões e sertanejos baianos.
Abstract: This dissertation aims to analyze the oral poetics of samba chula sertanejo by Grupo Pinote, from Serrolândia/BA, considering the aesthetic, discursive, and performative elements concerned it, to understand how the processes of construction of the cultural identities of the group and its operation in the surveillance of transits and borders in these identities. In the meantime of these movements, the adopted methodological approach starts from the qualitative approach, following the paths of critical Ethnoresearch, in the perspective of Macedo (2010) and Santos (2017), having as data construction methods: Grupo Pinote presentations observation, questionnaire application, and a discussion. The theoretical framework that supports this research relies on: Brasil (2006), Döring (2016a; 2016b), Exdell (2017; 2018), Vasconcelos (2012), Moreira (2018), Bhabha (1998), Anderson (2008), Halbwachs (2003), Hall (2003), Zumthor (2010, 2014), Glissant (2021), among others, to discuss samba de roda, samba chula, backlands of Bahia, oral poetics, cultural identities, and popular cultures. Through this work, I try to problematize the (non) place of samba practiced in the backlands of Bahia, which several times was placed on the margins of the identity and musical discourse of Bahia that is markedly, and almost exclusively, directed to the Salvador-Recôncavo axis and part of the coast. I involve this theoretical-critical proposal in the conception of sertanidades (VASCONCELOS, 2012), aiming to think about these backlands and their multiple identities, geographies, and cultures inserted in the intersemiotic game articulated to the cosmoperceptions (OYÊWÙMÍ, 2021) of the semi-arid region. Thus, I stress the analytical operator samba sertanejo as a theoretical-critical proposal to designate the samba de roda practiced in the backlands, instead of the already known term “samba rural” (BRASIL, 2006; DÖRING, 2016b), in whose the aesthetics differ from that expressed in the Recôncavo Baiano, by the way, a territory also marked by rurality. I propose the name samba sertanejo as a way of categorically inscribing the backlands in the identity and musical discourse of samba in Bahia and erasing the essentialisms and stigmas forged around this territory, going beyond the countryside, the unknown, the archaic, given the transformations occurred in the semi-arid region in recent times. In the poetic scope of this research, I seek to reflect on the aesthetic and stylistic procedures used in the chulas, in the configuration of a poetic language that takes literariness as its fulcrum at the service of an insurgent discursive construction. In that sense, I conjecture the identities of Grupo Pinote’s sambadores as moving backlands, marked by adjacent elements, although placed on the borders of globalization, converging and diverging between the local and global, in multiple transits that corroborate these “contemporary backlands” (MOREIRA, 2018), allocated in other social scenes, cultural and identity policies to the backlands and sertanejos of Bahia.
Palavras-chave: Poética oral
Samba de roda
Samba sertanejo
Sertão baiano
Identidades culturais
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA BRASILEIRA
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Instituto de Letras
metadata.dc.publisher.program: Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
Tipo de Acesso: CC0 1.0 Universal
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37290
Data do documento: 17-Abr-2023
Aparece nas coleções:Dissertação (PPGLITCULT)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Luciano Xavier - Dissertação.pdf3,81 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons