https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36979
Tipo: | Tese |
Título: | Cuidado entre mulheres no Sistema Único de Saúde: análise posicionada na psicologia social construcionista e no feminismo interseccional |
Autor(es): | Medrado, Ana Carolina Cerqueira |
Primeiro Orientador: | Jesus, Mônica Lima de |
metadata.dc.contributor.referee1: | Jesus, Monica Lima de |
metadata.dc.contributor.referee2: | Dantas, Benedito Medrado |
metadata.dc.contributor.referee3: | Pedrosa, Claudia Mara |
metadata.dc.contributor.referee4: | Costa, Eliane Silva |
metadata.dc.contributor.referee5: | Brigagão, Jacqueline Isaac Machado |
Resumo: | Esta tese analisa os sentidos construídos pelas trabalhadoras de saúde do Sistema Único de Saúde sobre o adoecimento mental feminino e sobre o cuidado dirigido a tais mulheres em uma intersecção entre raça, classe social e gênero. Adota como referencial teórico a psicologia social construcionista, o feminismo interseccional e as narrativas históricas sobre o eu feminino, tanto por uma perspectiva do patriarcado, quanto por uma perspectiva de resistência ao poder patriarcal. No que tange à metodologia discorre sobre os passos realizados para a construção das informações da pesquisa. Os espaços escolhidos para produção de dados foram serviços do Sistema Único de Saúde de dois Distritos Sanitários de Salvador (identificados como Distrito Sanitário 1 e Distrito Sanitário 2). Foram entrevistadas cinco trabalhadoras de saúde: uma psicóloga e uma terapeuta ocupacional que compõe a equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família do Distrito Sanitário 1; uma psicóloga de um Centro de Atenção Psicossocial II do Distrito Sanitário 2; uma psicóloga e uma estagiária de psicologia de outro Núcleo Ampliado de Saúde da Família do Distrito Sanitário 1. A análise das informações ocorreu a partir de uma composição entre os mapas de associação de ideias e a análise de conteúdo temática. Dessa forma, os resultados foram divididos em três categorias temáticas/capítulos intitulados como: “Consororizar: sobre os grupos de mulheres”; “Outros espaços de cuidado e sua relação com as políticas públicas e documentos de domínio público”; e “‘Essas mulheres não têm problema para parir’: sobre as diversas violências nos serviços de saúde”. A primeira categoria, “Consororizar: sobre os grupos de mulheres”, refere-se aos grupos desenvolvidos pelas profissionais participantes da pesquisa voltados para mulheres em adoecimento psíquico, atividade comum a todas as participantes. Tais sofrimentos foram reconhecidas como tendo a mesma raiz: as relações de poder que se configuram na intersecção entre raça, classe e gênero. Como resultados da tese destaca-se a essencialização do ser mulher em torno da maternidade, o que pode ser percebido tanto pelos repertórios linguísticos das profissionais entrevistadas quanto das atividades disponíveis no serviço. Tal essencialização se dá em acordo com as políticas públicas que constroem e são construídas a partir dos discursos sociais que associam o ser mulher à maternidade e ao cuidado. As políticas públicas têm se organizado a partir do maternalismo e do familismo e ambas as correntes retroalimentam o processo de adoecimento mental feminino, bem como invisibilizam as demandas específicas de raça e classe social. Embora seja reconhecido um esforço das trabalhadoras participantes em dar conta do adoecimento mental feminino através tanto dos grupos de mulheres, quanto de outros espaços de cuidado, as usuárias têm sofrido violência institucional que se expressam tanto em violência institucional de gênero como em racismo institucional. Na intersecção entre raça, classe e gênero, as mulheres negras e/ou pobres são as principais vítimas. |
Abstract: | This thesis analyzes the meanings constructed by health workers of the Brazilian National Health System about female mental illness and the care directed to such women in an intersection between race, social class, and gender. It adopts as a theoretical reference the constructionist social psychology, intersectional feminism, and the historical narratives about the female self, both from a patriarchal perspective and from a perspective of resistance to patriarchal power. In terms of methodology, it discusses the steps taken to construct the research information. The spaces chosen for data production were services of the Unified Health System in two Health Districts of Salvador (identified as Health District 1 and Health District 2). Five health workers were interviewed: one psychologist and one occupational therapist who make up the team of the Expanded Center for Family Health of Health District 1; one psychologist from a Psychosocial Care Center II of Health District 2; one psychologist and one psychology intern from another Expanded Center for Family Health of Health District 1. The analysis of the information occurred from a composition between the association maps of ideas and the thematic content analysis. Thus, the results were divided into three thematic categories/chapters entitled: "Consorting: on women's groups"; "Other care spaces and their relation with public policies and public domain documents"; and "'These women have no problem giving birth': on the various acts of violence in health services". The first category, "Consorting: about women's groups", refers to the groups developed by the professionals participating in the research aimed at women with psychological illness, an activity common to all the participants. Such sufferings were recognized as having the same root: the power relations that are configured in the intersection between race, class, and gender. As a result of the thesis, the essentialization of being a woman around maternity stands out, which can be perceived both by the interpretative repertoires of the professionals interviewed and the activities available in the service. Such essentialization occurs under the public policies that construct and are constructed based on social discourses that associate being a woman with maternity and care. Public policies have been organized based on maternalism and familism, and both currents feedback the process of female mental illness, as well as invisibilize the specific demands of race and social class. While an effort by the participating workers to account for female mental illness through both women's groups and other care spaces is acknowledged, users have suffered institutional violence that expresses itself in both institutional gender violence and institutional racism. In the intersection between race, class, and gender, black and/or poor women are the main victims |
Palavras-chave: | Saúde Mental Mulher Cuidado em saúde Gênero Psicologia Social |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editora / Evento / Instituição: | Universidade Federal da Bahia |
Sigla da Instituição: | UFBA |
metadata.dc.publisher.department: | Instituto de Psicologia |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI) |
Tipo de Acesso: | Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil |
metadata.dc.rights.uri: | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
URI: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36979 |
Data do documento: | 2-Set-2022 |
Aparece nas coleções: | Tese (PPGPSI) |
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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