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Tipo: Dissertação
Título: Movendo-se entre as flores do asfalto: mobilidade urbana e a saúde mental de mulheres negras em Salvador na pandemia da covid-19
Título(s) alternativo(s): Moving between the asphalt flowers: urban mobility and the mental health of black women in Salvador the covid-19 pandemic
Moviendo entre las flores de asfalto: movilidad urbana y la salud mental de las mujeres negras en Salvador la pandemia de covid-19
Autor(es): Almeida, Alessandra Santos de
Primeiro Orientador: Andrade, Darlane Silva Vieira
metadata.dc.contributor.referee1: Gonzaga, Paula Rita Bacellar
metadata.dc.contributor.referee2: Pinto, Ilce Marilia Dantas
metadata.dc.contributor.referee3: Macedo, Marcia dos Santos
Resumo: Falar sobre mulheres é uma escolha que passa por dentro das dores da gente, é lamber as feridas abertas a gerações, é olhar os pés calejados das ancestrais, os lombos pesados das nossas iguais, acalmar úteros enfurecidos pelas violações, bocas costuradas, lágrimas secas, almas manchadas, mas, sobretudo, é saber que cada cicatriz é uma escrita eminentemente política. Este trabalho buscou lançar luz sobre uma questão do cotidiano de mulheres negras trabalhadoras que usam transporte público num contexto de crise sanitária e social. Com a pandemia da COVID19 acresceram-se as dificuldades econômicas e sociais e os episódios de violência contra as mulheres foi exacerbado. O transporte coletivo foi considerado um dos espaços de maior transmissibilidade do vírus. Aliou-se a isto a precipitação da crise do serviço, exibindo a fragilidade da política, suas características estruturalmente racista e sexista, bem como a ineficiência de garantir uma mobilidade socialmente acessível de qualidade. Partindo deste ponto de vista, o objetivo deste estudo foi compreender em que medida a atual Política de Mobilidade Urbana no Brasil, especialmente em Salvador, impactou na saúde mental de mulheres negras trabalhadoras de baixa renda, que durante a pandemia da Covid- 19 não puderam ficar em isolamento, pois, desenvolveram seus trabalhos formal ou informalmente, distantes de seus domicílios.Neste caminho nebuloso, mas também (por isto) inédito, considerou-se como objetivos específicos deste trabalho: identificar as condições de mobilidade para um grupo de mulheres negras de baixa renda que permaneceram trabalhando fora de casa durante a pandemia da Covid-19 em Salvador; analisar a percepção e vivências destas mulheres acerca das suas condições de mobilidade urbana; mapear nas narrativas de mulheres negras trabalhadoras de baixa renda, suas opiniões sobre como a mobilidade urbana contribui para saúde mental em tempo de pandemia e refletir sobre a mobilidade socialmente acessível e o direito das mulheres a cidade. Trata-se de uma Pesquisa Narrativa, a partir de epistemologias Feministas, que se apóia em estudo bibliográfico para construir o arcabouço teórico no qual se interseccionam raça, gênero, território, classe social como determinantes sócio econômicos da saúde mental. Mulheres-flores puderam expressar suas vozes silenciadas pela naturalização do sofrimento social através de suas narrativas sobre mobilidade urbana, cujos elementos analisados levaram a violência institucional contra as mulheres, perpetrada pela ineficiência da política, pela insegurança, pela presença constante do assédio sexual, pela violência psicológica como recurso silenciador e as micro agressões racial de gênero cotidianas. A partir de suas vozes ativas foi possível concluir afirmando a relação entre mobilidade, transporte público e saúde mental de mulheres negras e a urgência deste debate para a psicologia no Brasil e para as políticas sociais e de gestão pública.
Abstract: Talking about women is a choice that goes through our pain, it is licking open wounds for generations, it is looking at the callused feet of ancestors, the heavy loins of our equals, calming uterus raging by violations, sewn mouths, dry tears, tarnished souls, but, above all, it is knowing that each scar is an eminently political writing. This work sought to shed light on an issue in the daily life of black working women who use public transport in a context of health and social crisis. With the COVID19 pandemic, economic and social difficulties were added and the episodes of violence against women were exacerbated. Public transport was considered one of the spaces with the greatest transmission of the virus. Allied to this was the precipitation of the service crisis, showing the fragility of the policy, its structurally racist and sexist characteristics, as well as the inefficiency of guaranteeing quality socially accessible mobility. From this point of view, the objectives of this study were to understand to what extent the current Urban Mobility Policy in Brazil, especially in Salvador, has impacted on the mental health of low-income black women workers, who during the covid-19 pandemic could not stay in isolation, as they developed their work formally or informally, far from their homes. In this nebulous path, but also (because of this) unprecedented, Identify the mobility conditions for a group of low-income black women who remained working outside the home during the Covid-19 pandemic in Salvador; Analyze the perception and experiences of these women about their conditions of urban mobility; To map, in the narratives of low-income black women workers, their views on how urban mobility contributes to mental health during a pandemic; Reflect on socially accessible mobility and women's right to the city. This is a Narrative Research, based on Feminist epistemologies, which is based on a bibliographical study to build the theoretical framework in which race, gender, territory, social class intersect as socio-economic determinants of mental health. Flower women were able to express their voices silenced by the naturalization of social suffering through their narratives about urban mobility, whose analyzed elements led to institutional violence against women, perpetrated by the inefficiency of politics, by insecurity, by the constant presence of sexual harassment, by violence psychological as a silencing resource and everyday gender racial micro aggressions. From their active voices, it was possible to conclude affirming the relationship between mobility, public transport and the mental health of black women and the urgency of this debate for psychology in Brazil and for social and public management policies. Keywords:
Palavras-chave: Mobilidade urbana
Saúde mental
Mulheres negras
Violência institucional contra mulheres
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM) 
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36363
Data do documento: 6-Dez-2021
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