Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36277
Tipo: Tese
Título: MICROCEFALIA: ACHADOS CLÍNICOS NEONATAIS E CONDIÇÕES PERINATAIS INFECCIOSAS ASSOCIADAS
Título(s) alternativo(s): Microcephaly: neonatal clinical findings and associated infectious perinatal conditions
Autor(es): GUIMARÃES, JUCIANE ROCHA
Primeiro Orientador: Costa, Maria de Fátima Dias
metadata.dc.contributor.advisor-co1: Vilas-Boas, Ana Luísa
metadata.dc.contributor.referee1: Costa, Maria de Fátima Dias
metadata.dc.contributor.referee2: Souza, Edna Lúcia Santos de
metadata.dc.contributor.referee3: Robazzi, Teresa Cristina Martins Vicente
metadata.dc.contributor.referee4: Vilas-Boas, Ana Luísa
metadata.dc.contributor.referee5: Silva, Carlos Alberto Lima da
Resumo: Introdução – A microcefalia se constituiu, no final de 2015, como emergência de saúde pública de importância internacional. Caracterizada por redução do perímetro cefálico em dois desvios-padrão abaixo da média e malformações do sistema nervoso central, pode ser diagnosticada ainda na fase intrauterina. Diante da diversidade política, social e econômica, dentre outras que o Brasil apresenta, torna-se desafiador para o poder público apontar estratégias que atendam às reais necessidades da população atingida por essa condição neurológica. Objetivos – São objetivos deste estudo avaliar os aspectos clínicos de neonatos com microcefalia e as condições perinatais infecciosas associadas, numa maternidade pública da cidade de Salvador, Bahia, e analisar os aspectos sociais e econômicos das famílias com membro diagnosticado com essa malformação. Métodos – Este é um estudo transversal, que utilizou, em sua primeira etapa, dados de prontuários de 49 recém-nascidos diagnosticados com microcefalia, nascidos na maternidade de referência Professor José Maria de Magalhães Netto. Num segundo momento, realizaram-se entrevistas com 13 genitoras de crianças envolvidas na etapa anterior. Para a análise estatística descritiva e inferencial dos dados, foi utilizada a ferramenta estatística PHStat2 – Suplemento Estatístico da Prentice Hall, R software – Rstudio e o SPSS. Para a comparação entre variáveis, foi aplicado o teste exato de Fisher, considerando-se um nível de 5% de significância. Resultados – Os resultados são apresentados em dois artigos. No primeiro artigo, traça-se o perfil clínico e epidemiológico de recém-nascidos diagnosticados com microcefalia, tendo sido constatado, no perfil das genitoras: faixa etária predominante de 21 a 30 anos, que corresponde a 45% (±31); provenientes da capital do Estado e da região metropolitana (67,35%); primíparas (59,18%); número de consultas pré-natais entre cinco e sete (46,94%); portadoras de doença vascular hipertensiva (34,69%); com diagnóstico de microcefalia no terceiro trimestre de gestação (95,92%). Quanto às patologias associadas, agrupadas com a terminologia TORCHES + ZIKA, houve predomínio sorológico para Zika vírus (37%), com confirmação clínica no terceiro trimestre (78,57%), e presença de outras malformações em 40% da amostra. Com relação ao perfil clínico neonatal, houve predomínio de recém-nascidos a termo (86%), de parto natural (79,59%); do sexo feminino (51,02%); adequados para a idade gestacional (61,22%); diagnosticados com microcefalia associada com forame oval patente (20%), deformidades de membros e alterações hepáticas (6%, cada). Das malformações diagnosticadas por ultrassonografia transfontanelar, houve predomínio das alterações periventriculares bilaterais (20,65%), seguidas de calcificações (11,96%), ventriculomegalia (6,52%), entre outras. Houve significância estatística de 5% para as mães que apresentaram exantema (p 0,050), fizeram ingestão de álcool (0,037) e apresentaram fator RH negativo (p 0,043). No segundo artigo, onde se apresenta o perfil sociodemográfico das famílias com membro diagnosticado com microcefalia, verifica-se que 100% das mães entrevistadas se declararam negras ou pardas, com idade entre 18 e 40 anos (±31 anos e dp de 8 anos) e 85% possuíam ensino médio completo. A renda domiciliar per capita variou de 01 a 02 salários mínimos, 10 (77%). Quanto à ocupação, 69% estavam desempregadas. Quanto ao local de residência, 85% residiam na periferia de Salvador e 77% possuíam imóvel próprio. Sobre os impactos na estrutura familiar, 100% incorporaram novas rotinas familiares, 85% abdicaram do trabalho para cuidar de seus filhos em tempo integral após a gestação, e 76,92% consideraram que os recursos financeiros eram insuficientes. A variável relacionada a ter faltado a alguma consulta, quando associada ao nível de escolaridade, evidenciou que as mães que faltaram a essas consultas não possuíam nível superior e apresentavam renda entre 1 a 2 salários mínimos. Entretanto, essas e outras variáveis não apresentaram significância, muito provavelmente, pela limitação representada pelo tamanho reduzido da amostra. Conclusões – A prematuridade não parece estar associada à microcefalia neonatal; nota-se um aumento da ocorrência de forame oval patente e sorologia positiva para Zika vírus durante o pré-natal, em pacientes com microcefalia. Os diagnósticos intrauterinos ocorreram tardiamente, o que pode sinalizar insuficiência dos serviços públicos de saúde. A proporção de crianças com outras malformações é maior em mães que apresentaram exantema, ingeriram álcool e possuíam fator RH negativo. O perfil sociodemográfico das famílias evidenciou que a epidemia do Zika vírus atingiu fortemente famílias de baixa renda, constituídas de negros e pardos, residentes na periferia. Revelou-se uma provável associação entre escolaridade das genitoras e adesão ao tratamento das crianças.
Abstract: Introduction – Microcephaly developed into a public health emergency of international importance at the end of 2015. Characterized by reduction of head circumference in two standard deviations below the mean and malformations of the central nervous system, it can be diagnosed even in the intrauterine phase. Given the political, social and economic diversity, among others that Brazil presents, it becomes challenging for the government to point out strategies that meet the real needs of the population that is affected microcephaly. Objectives – To evaluate the clinical aspects of neonates with microcephaly and associated infectious perinal conditions in a public maternity in the city of Salvador, Bahia, and to analyze social and economic aspects of families with a member who is diagnosed with microcephaly. Methods – It is a cross-sectional study, which used, in its first stage, data from medical records of 49 newborns that are diagnosed with microcephaly and were born in the reference maternity Professor José Maria de Magalhães Netto. In a second moment, interviews were conducted with 13 children that were involved in the previous stage. For descriptive and inferential statistical analysis of the data, was used statistical tools PHStat2 - Statistical Supplement of Prentice Hall, R software - Rstudio and SPSS. For the comparison among variables, the Exact test of Fisherwas applied, considering a level of 5% significance. Results - The results are presented in two articles. In the first article , the clinical and epidemiological profile of newborns that were diagnosed with microcephaly is outlined, and it was found, in the profile of parents: predominant age group from 21 to 30 years, which corresponds to 45% ( ± 31); from the state capital and the metropolitan region (67.35%); primiparous (59.18%); number of prenatal consultations between five and seven (46.94%); hypertensive vascular disease patients (34.69%); with diagnosis of microcephaly in the third trimester of pregnancy (95.92%). As for the associated pathologies, which were grouped with the terminology TORCHES + ZIKA, there was a predominance of serological zika virus (37%), with clinical confirmation in the third trimester (78.57%), and presence of other malformations in 40% of thesample. Regarding the neonatal clinical profile, there was a predominance of full-term newborns (86%), of natural delivery (79.59%); female (51.02%); appropriate for gestational age (61.22%); diagnosed with microcephaly associated with patent foramen ovale (20%), deformities of limbs and liver alterations (6%, each). Of the malformations diagnosed by transfontanelar ultrasonography, bilateral periventricular changes (20.65%), followed by calcifications (11.96%), ventriculomegaly (6.52%), among others, predotitude. There was statistical significance of 5% for mothers who presented exantheus (p 0.050), had alcohol intake (0.037) and presented negative RH factor (p 0.043). In according to article, which presents the sociodemographic profile of families with a member diagnosed with microcephaly, it was found that 100% of the mothers interviewed declared themselves black or brown, aged between 18 and 40 years ( ± 31 years and sd of 8 years) and 85% had complete high school. Household income per capita ranged from 1 to 2 minimum wages, 10 (77%). Regarding occupation, 69% were unemployed. As for the place of residence, 85% lived on the outskirts of Salvador and 77% had own property. On the impacts on the family structure, 100% incorporated new family routines, 85% gave up work to care for their children full-time after pregnancy and 76.92% considered that the financial resources were insufficient. The variable related to having missed any consultation, when associated with the level of education, showed that mothers who missed these consultations had no higher education and had income between 1 and 2 minimum wages. However, these and other variables were not significant, most likely due to the limitation represented by the reduced sample size. Conclusions – Prematurity does not appear to be associated with neonatal microcephaly; there is an increase in the occurrence of patent foramen ovale and positive serology for Zika virus during prenatal care in patients with microcephaly. Intrauterine diagnoses occurred late, which may indicate insufficient public health services. The proportion of children with other malformations is higher in mothers who presented exanthropic, ingested alcohol and had a negative RH factor. The sociodemographic profile of the families showed that the Zika virus epidemic strongly affected low-income families, consisting of blacks and browns, living in the periphery. A probable association was revealed between the parents' schooling and the treatment of children.
Palavras-chave: Microcefalia
Neonatos
pré-natal
zika-vírus
levantamento demográfico
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Instituto de Ciências da Saúde - ICS
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas (PPGORGSISTEM) 
Citação: Guimarães JR. Microcefalia: achados clínicos neonatais e condições perinatais infecciosas associadas [tese]. Salvador, BA: Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Bahia; 2021.
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36277
Data do documento: 10-Nov-2021
Aparece nas coleções:Tese (PPGPIOS)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Microcefalia.pdfMicrocefalia: achados clínicos neonatais e condições perinatais infecciosas associadas4,06 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.