Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35231
Tipo: Tese
Título: Construindo narrativas pelos caminhos da salvaguarda: Gustavo Barroso no entorno do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (1930-1945)
Autor(es): Dócio, Vanessa de Almeida
Primeiro Orientador: Oliveira, Laura de
metadata.dc.contributor.referee1: Oliveira, Laura de
metadata.dc.contributor.referee2: Calil, Gilberto Grassi
metadata.dc.contributor.referee3: Christofoletti, Rodrigo
metadata.dc.contributor.referee4: Cerqueira, Érika Morais
metadata.dc.contributor.referee5: Rezende, Vinícius Donizete de
Resumo: Esta tese tem como objeto de estudo o processo de construção da memória pessoal de Gustavo Barroso (1888-1959), intelectual brasileiro cujo nome ficou fortemente marcado pela longa atuação como diretor do Museu Histórico Nacional (MHN), cargo que exerceu por mais de três décadas, e por sua inserção no contexto de criação da política de preservação do patrimônio histórico e artístico nacional, desenvolvida durante o chamado Primeiro Governo Vargas (1930-1945). Esse intelectual multifacetado manejou as suas diversas áreas de atuação profissional de modo a se inserir no contexto político específico do Primeiro Governo Vargas, ora se aproximando das disputas próprias do jogo político empreendido por Getúlio Vargas, ora se distanciando das situações que lhe eram indesejáveis. Nesta pesquisa, por meio da investigação de fontes jornalísticas diversas – notícias de jornais, revistas e periódicos – buscamos perceber como, no âmbito público, Barroso, fazendo uso do seu trabalho como funcionário público, escritor, jornalista e redator, procurou construir três imagens públicas distintas, porém inter-relacionadas: o escritor vinculado à Academia Brasileira de Letras (ABL), o homem do museu e do patrimônio nacional, que emergia da sua atuação junto à direção do MHN, e o político; essa última marcada, principalmente, pela adesão à Ação Integralista Brasileira (AIB), em 1933. Gustavo Barroso, nos anos finais do Primeiro Governo Vargas, manejaria as suas imagens públicas, elegendo o “homem do museu e do patrimônio” como ponto principal da sua trajetória, fio condutor de uma narrativa autobiográfica que visava assegurar a divulgação de uma versão oficial norteada por interesses pessoais e políticos. Tendo em vista que os argumentos elaborados por Barroso em torno da questão do museu e do patrimônio aparecem como representações de suas próprias posições políticas e sociais no momento da escrita, analisamos os motivos que influenciaram as suas opções narrativas, investigando como se articulam e antagonizam as diferentes faces de sua vasta atuação em uma dinâmica complexa de construção e reconstrução memorialística. Ao pesquisar o intercâmbio existente entre a atuação intelectual e política e o espaço ocupado por esse personagem no final do governo Vargas, tornou-se possível analisar a atuação de Gustavo Barroso no processo de elaboração de uma narrativa – repleta de traços autobiográficos – que procurava enquadrar a memória oficial por meio da reinterpretação do passado, colocando-o no centro do processo de construção da política preservacionista empreendida por Getúlio Vargas, ao mesmo tempo em que o colocava à margem dos conflitos políticos característicos dos anos de 1930. Por fim, a iniciativa de Barroso enfrentou resistência de outros atores políticos em atuação na área do patrimônio, a exemplo de Rodrigo de Andrade, que, na condição de diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), construiria a sua própria narrativa dando conta da história da preservação no Brasil, na qual Barroso foi preterido.
Abstract: The subject of study of this dissertation is the process of construction of the personal memory of Gustavo Barroso (1888-1959), a Brazilian intellectual whose name was strongly marked by his long performance as director of the National Historical Museum (MHN), a position he held for more than three decades, and by his insertion in the context of the creation of the policy for the preservation of the national historical and artistic heritage, developed during the so-called First Vargas Government (1930-1945). This multifaceted intellectual managed his various areas of professional activity in order to insert himself in the specific political context of the First Vargas Administration, at times approaching the typical disputes of the political game undertaken by Getulio Vargas, other times distancing himself from situations that were undesirable to him. In this research, through the investigation of various journalistic sources - news from newspapers, magazines and periodicals - we seek to understand how, in the public sphere, Barroso -making use of his work as a public servant, writer, journalist and editorsought to build three distinct, however interrelated public images: the writer linked to the Brazilian Academy of Letters (ABL), the man from the museum and national heritage who emerged from his role in the direction of the MHN, and the politician; the latter mainly marked by the adhesion to the Brazilian Integralist Action (AIB) in 1933. In the final years of the First Vargas Government, Gustavo Barroso would manage his public images, electing the “man of the museum and heritage” as the main point of his trajectory, the guiding principle of an autobiographical narrative that aimed to ensure the dissemination of an official version that was guided by personal and political interests. Considering the fact that the arguments that around the issue of the museum and heritage that were elaborated by Barroso appear as representations of his own political and social positions at the time of his writing, we analyze the reasons that influenced his narrative options, investigating how they articulate and antagonize the different faces of his vast performance in a complex dynamic of memorial construction and reconstruction. By researching the existing interchange between intellectual and political performance and the space that was occupied by this character at the end of the Vargas government, it became possible to analyze the performance of Gustavo Barroso in the process of elaborating a narrative – replete with autobiographical traits – which sought to frame the official memory through the reinterpretation of the past, placing it at the center of the process of construction of the preservationist policy undertaken by Getúlio Vargas, while placing it aside from the characteristic 1930s political conflicts. Finally, Barroso's initiative faced resistance from other political actors operating in the area of heritage, such as Rodrigo de Andrade, who, as director of the National Historical and Artistic Heritage Service (SPHAN), would build his own narrative explaining the history of preservation in Brazil, in which Barroso was passed deferred.
Palavras-chave: Gustavo Barroso
Patrimônio nacional
Memória
Narrativa
Imagem pública
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) 
Citação: DÓCIO, Vanessa de Almeida. Construindo narrativas pelos caminhos da salvaguarda: Gustavo Barroso no entorno do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (1930-1945). 402 f. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35231
Data do documento: 10-Dez-2021
Aparece nas coleções:Tese (PPGH)

Arquivos associados a este item:
Não existem arquivos associados a este item.


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.