Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34856
Tipo: Tese
Título: Avaliação da influência do estradiol sobre mecanismos da resposta imunológica em monócitos/macrófagos induzidos por Gardnerella vaginalis
Autor(es): Bittencourt, Rafaela de Souza
Primeiro Orientador: Marques, Lucas Miranda
metadata.dc.contributor.advisor-co1: Figueiredo, Tiana Baqueiro
Resumo: Gardnerella vaginalis é uma bactéria comensal da microbiota vaginal e o principal agente da vaginose bacteriana (VB), uma infecção vaginal estabelecida devido ao desequilíbrio nesse ecossistema. A patogênese da vaginose bacteriana não está bem estabelecida, no entanto é considerada a principal desordem vaginal que acomete mulheres em idade reprodutiva o que pode hipotetizar a influência dos hormônios sexuais femininos em sua patogênese. Objetivo: Avaliar a influência do 17β-estradiol (E2) na resposta imunológica induzida por Gardnerella vaginalis em modelos in vitro de macrófagos peritoneais murinos (MPMs) fêmeas e monócitos humanos do sangue periférico (hPMs) de mulheres, com ou sem atividade ovariana fisiológica. Metodologia: Realizado experimentos in vivo e in vitro. Para os experimentos in vivo nos animais, foram realizados: peso corporal, índice uterino e dosagem de estradiol e em humanos, foram realizados exames laboratoriais como hemograma, bioquímicos e hormonais. Para os experimentos in vitro os macrófagos peritoneais de fêmeas BALB/C cirurgia simulada (SHAM) ou ovariectomizadas (OVX) e os monócitos humanos do sangue periférico (hPMs) de mulheres em período fértil e menopausa foram subdivididos em três grupos: células inoculadas com G. vaginalis, células com salina estéril, ambas por 6 horas, e células pré-tratadas com 17β-Estradiol (E2), por 6 horas, e inoculadas com G. vaginalis, também por 6 horas. Marcadores inflamatórios como: citocinas GM-CSF, IL-1β, TNF-α, IL-6, IL-12, IL-23, IL-27 e IL-10, nitritos totais, peróxido de hidrogênio (H2O2), foram mensurados em sobrenadante de cultura e a expressão dos genes TLR-2, NF-kB e ERα e ERβ Além disso, uma curva de crescimento foi realizada em dois grupos. O grupo um, apenas com G. vaginalis e o grupo dois, G. vaginalis com 17β-estradiol, durante um período de 24 horas. Resultados: Para a análise da curva de crescimento, pode ser constatada a atividade inibitória do E2 sobre a G. vaginalis. Para os experimentos em animais: In vivo, fêmeas SHAMs apresentaram maior peso uterino e maior concentração de estradiol, enquanto fêmeas OVX apresentaram maior peso corporal. In vitro, a concentração das citocinas, IL-6, IL-8, IL-10 e os marcadores inflamatórios, nitritos totais e o peróxido de hidrogênio (H2O2), apresentaram níveis elevados em MPMs de fêmeas SHAM e OVX inoculadas com G. vaginalis quando comparados com salina estéril. Ao tratamento com E2, os MPMs das fêmeas OVX apresentaram maiores níveis de IL-10 e peróxido de hidrogênio quando com parados com OVX sem tratamento. Entretanto, apenas o peróxido de hidrogênio se equiparou aos MPMs das fêmeas SHAM. Para as expressões gênicas de TLR-2, NF-kB e ERα e ERβ resultado similar foi observado nos modelos SHAM e OVX entre infectados e salina estéril. As comparações entre as células infectadas dos modelos SHAM, OVX e OVX tratados com E2 também apresentaram maiores níveis de citocinas e marcadores inflamatórios e expressões gênicas para células do modelo SHAM, com exceção apenas para expressão do ERβ. Para os experimentos em humanos: In vivo, todos os sujeitos de pesquisa selecionados estavam saudáveis, porém foi observado maior concentração de glicose, colesterol total, LDL e TGP nas mulheres na fase de menopausa e maior concentração de leucócitos nas mulheres em período fértil. Para a dosagem sérica dos hormônios sexuais foi observado que mulheres em período fértil apresentaram maiores concentrações de 17β-estradiol e progesterona, enquanto as mulheres na menopausa, concentrações elevadas dos hormônios folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH). In vitro, os hPMs infectados com G. vaginalis de mulheres no período reprodutivo e na menopausa apresentaram maiores níveis de nitritos totais, H2O2 e citocinas quando comparado com salina. Entretanto, os hPMs infectados de mulheres na menopausa apresentaram maiores níveis de H2O2 em comparação com hPMs de mulheres no período reprodutivo. Em se tratando das citocinas as células tratadas com E2 não se equipararam às com E2 endógeno, exceto IL-10. Conclusão: Aos experimentos em animais e humanos, em relação à influência do E2 na resposta inflamatória aguda ao desafio, in vitro, por G. vaginalis, observa-se que o hormônio apresenta característica imunomodulatória, mas não podendo ser, exclusivamente, definida como pró ou antiinflamatória. Neste estudo, para o E2 endógeno, todas as citocinas, marcadores inflamatórios e expressões gênicas apresentaram maiores níveis, tanto em MPMs quanto para hPMs. Ao tratamento com E2, os MPMs de fêmeas OVX e hPMS de mulheres na menopausa apresentaram similaridade de resposta para os níveis de IL-10 em relação as células com E2 endógeno, indicando uma ação anti-inflamatória. Porém, os genes de reconhecimento e desencadeamento de inflamação aguda também apresentaram similaridade entre MPMs tratadas com E2 em relação às células com E2 exógeno. Influências fisiológicas, como a progesterona endógena, podem contribuir para que células apresentem características de resposta inflamatória aguda, e o tratamento de células, exclusivamente com E2, não tenha resultado em uma equiparação de resposta de células com hormônios sexuais endógenos. Entretanto, o E2 apresentou característica bacteriostática em relação a proliferação G. vaginalis, podendo este hormônio modular fatores de virulência deste microrganismo, assim, contribuindo para uma ausente ou discreta resposta imunológicas no curso da vaginose bacteriana.
Abstract: Gardnerella vaginalis is a commensal bacterium of the vaginal microbiota and the main agent of bacterial vaginosis (BV), a vaginal infection established due to an imbalance in this ecosystem. The pathogenesis of bacterial vaginosis is not well established; however, it is considered the main vaginal disorder that affects women of reproductive age, which may hypothesize the influence of female sex hormones in its pathogenesis. Objective: To evaluate the influence of 17β-estradiol (E2) on the immune response induced by Gardnerella vaginalis in in vitro models of female murine peritoneal macrophages (MPMs) and human peripheral blood monocytes (hPMs) from women, with or without physiological ovarian activity. Methodology: in vivo and in vitro experiments were carried out. For the in vivo experiments in animals, the following were performed: body weight, uterine index and estradiol dosage; and in humans, laboratory tests such as blood count, biochemical and hormonal tests were performed. For the in vitro experiments, peritoneal macrophages from BALB/C sham surgery (SHAM) or ovariectomized (OVX) females and human peripheral blood monocytes (hPMs) from fertile and menopausal women were subdivided into three groups: cells inoculated with G. vaginalis, cells with sterile saline, both for 6 hours, and cells pretreated with 17β-Estradiol (E2), for 6 hours, and inoculated with G. vaginalis, also for 6 hours. Inflammatory markers such as: cytokines GM-CSF, IL-1β, TNF-α, IL-6, IL-12, IL-23, IL-27 and IL-10, total nitrites, hydrogen peroxide (H2O2), were measured in culture supernatant, and the expression of TLR-2, NF-kB and ERα and ERβ genes. In addition, a growth curve was performed in two groups. Group one, with only G. vaginalis and group two, G. vaginalis with 17β-estradiol, for a period of 24 hours. Results: For the analysis of the growth curve, the inhibitory activity of E2 on G. vaginalis can be verified. For animal experiments: In vivo, SHAM females had higher uterine weight and higher estradiol concentration, while OVX females had higher body weight. In vitro, the concentration of cytokines, IL-6, IL-8, IL-10 and inflammatory markers, total nitrites and (H2O2), showed high levels in MPMs of SHAM and OVX females inoculated with G. vaginalis when compared to G. vaginalis with sterile saline. When treated with E2, the MPMs of OVX females showed higher levels of IL-10 and hydrogen peroxide, when compared to untreated OVX. However, only the hydrogen peroxide matched the MPMs of the SHAM females. Similar results were observed for gene expressions of TLR-2, NF-kB and ERα and ERβ in the SHAM and OVX models between infected and sterile saline. Comparisons between infected cells from the SHAM, OVX and OVX treated with E2 models also showed higher levels of cytokines and inflammatory markers and gene expressions for cells from the SHAM model, with the exception only for the expression of ERβ. For the human experiments: In vivo, all selected research subjects were healthy, but a higher concentration of glucose, total cholesterol, LDL and TGP was observed in menopausal women and a higher concentration of leukocytes in women in their fertile period. For the serum dosage of sex hormones, it was observed that women in the fertile period had higher concentrations of 17β-estradiol and progesterone, while women in menopause had high concentrations of follicle-stimulating (FSH) and luteinizing (LH) hormones. In vitro, hPMs infected with G. vaginalis from women in the reproductive period and menopause showed higher levels of total nitrites, H2O2 and cytokines when compared to saline. However, infected hPMs from menopausal women had higher levels of H2O2 compared to hPMs from women in the reproductive period. With regard to cytokines, cells treated with E2 did not match those with endogenous E2, except for IL-10. Conclusion: In animal and human experiments, in relation to the influence of E2 on the acute inflammatory response to G. vaginalis, it is observed that the hormone has an immunomodulatory characteristic, but it cannot be exclusively defined as pro or anti-inflammatory. In this study, for endogenous E2, all cytokines, inflammatory markers and gene expressions showed higher levels, both in MPMs and hPMs. When treated with E2, MPMs from OVX females and hPMS from menopausal women showed similar response for IL-10 levels in relation to cells with endogenous E2, indicating an anti-inflammatory action. However, acute inflammation recognition and triggering genes also showed similarity between MPMs treated with E2 and cells with exogenous E2. Physiological influences, such as endogenous progesterone, may contribute for cells to present characteristics of an acute inflammatory response, and the treatment of cells, exclusively with E2, has not resulted in an equivalence of cell response with endogenous sex hormones. However, E2 showed a bacteriostatic characteristic in relation to G. vaginalis proliferation, and this hormone can modulate virulence factors of this microorganism, thus contributing to an absent or discrete immune response in the course of bacterial vaginosis.
Palavras-chave: Estradiol
Gardnerella vaginalis
Resposta inflamatória
CNPq: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS
CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS)
metadata.dc.publisher.program: Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas (PMPGCF) 
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34856
Data do documento: 16-Dez-2021
Aparece nas coleções:Tese (PMPGCF)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
tese_rafaela_final_repositorio.pdf2,45 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.