Raça e transgeneridade: na construção da identidade cênica

Abstract

A partir do espetáculo Pele Negra, Máscaras Brancas (2019) dirigido por Onisajé, primeira diretora negra da Cia de Teatro da UFBA, e baseado na obra homônima do psiquiatra martiniquenho Frantz Fanon, analisa-se as metodologias e princípios de encenação da montagem teatral, caracterizado por um processo que prima a subjetividade de seus atuantes. Através do estudo do processo de encenação tentamos compreender como os marcadores de raça e transgeneridade contribuem e fomentam uma prática cênica que valorize a intersecção desses elementos como potência para a construção da cena e de personagens, tangenciando, ainda, a discussão por um olhar histórico da presença de artistas negras/os travestis e trans na trajetória do teatro constituído no território demarcado como Brasil.

This undergraduate thesis is based on the show Black Skin, White Masks that Onisajé, the first black director of the Cia de Teatro at the Federal University of Bahia (UFBA), directed in 2019. Inspired by Martinian psychiatrist Frantz Fanon’s book with the same title, this thesis analyzies the performance and its methodologies and principles of stagining the theatrical montage. This analysis is motivated by a process that emphasizes the subjectivity of its participants, that is the performers. By centering the stagining process, I examine how race and transgenerity together form an embodied scenery or a scenic practice that takes into account the intersection of race, gender and territory as a way to understand power. Specifically, I look at how the construction of the scenes and the character development contribute to literature surrounding the historical roles and participation of Black trans artists in their theatrical trajectories within the demarcated territory of Brazil.