Gancho redondo, puladinho, pião: repensando as concepções das danças de salão

Abstract

Trabalho de Conclusão de Curso composto por: memorial, portfólio e sequência de três artigos. Trata da pesquisa desenvolvida no mestrado profissional em Dança, do Programa de Pós-graduação Profissional em Dança da Universidade Federal da Bahia, apresentou como como objeto a relação entre as aulas de Danças de Salão e as questões de machismo e heteronormatividade. Partiu da compreensão de que um dos lugares de forte reafirmação e reprodução nas Danças de Salão de concepções acerca dos papéis estereotipados e determinados socialmente é a sala de aula. As questões que ganham forte visibilidade e discussão na atualidade tais como o machismo, o sexismo, o feminismo, a heteronormatividade, os estudos de gênero, e as relações de poder atreladas, perpassam as Danças de Salão e seu ensino, fruto de construções sociais patriarcais e eurocentradas. Assim, esta pesquisa pressupõe que nas aulas de Danças de Salão é recorrente a utilização de um formato tradicional e tecnicista de ensino de dança, no qual aspectos críticos relacionados à sociedade não são considerados de forma efetiva, e a ação das instrutoras e dos instrutores vem a ser determinante para reprodução de um status quo. Para tanto, buscou identificar os aspectos presentes nas aulas que funcionam como mecanismos para manutenção do seu formato tradicional machista e heteronormativo, com intuito de possibilitar uma análise crítica acerca dos atuais formatos, constituições e concepções presentes nas aulas, propondo ações para fomentar e difundir discussões que propuseram reflexões acerca das concepções que constituem as Danças de Salão e são reproduzidas em aulas, eventos, apresentações entre outros. Tem como principal referencial teórico D’Ávila e Ferreira (2018), sobre concepções pedagógicas; Pazetto e Samways (2018), e Nunes e Froehlich (2018), Feitoza (2011) nas relações entre a teoria Queer, os estudos de gênero e as Danças de Salão; Carla Akotirene (2018), sobre interseccionalidade; e Guacira Lopes Louro (1997), para as relações entre sexualidade e e ducação.