Automatismo e fotografia: uma análise a partir da teoria ator-rede

Abstract

Objetivou-se, com esta monografia para conclusão de curso, analisar o processo de desenvolvimento da fotografia a partir do crescimento e transformação de suas formas de automatismo. Tendo-se como base a Teoria Ator-Rede, duas controvérsias foram trabalhadas e destrinchadas: a questão da polarização entre uma fotografia objetiva e indicial e, por outro lado, outra permeada por subjetivações e caráter expressivo; e uma possível diminuição progressiva ou ausência do mediador humano na produção fotográfica. Dessa forma, como primeiro passo, foram traçados os principais pontos de discussão entre teorias da fotografia, tensionando-as a partir da sociologia das associações, propondo-se, assim, uma nova forma de se entender o processo fotográfico. Em segundo lugar, buscou-se delinear as mediações e transformações da fotografia em dois períodos – analógico e digital –, visando destrinchar a constituição da rede de acordo com os processos técnicos e sociais em desenvolvimento a cada momento. Percebeu-se, além do crescente automatismo, uma tendência para simplificação do aparelho fotográfico, ao mesmo tempo em que a rede estabilizada mostra-se cada vez mais complexa e com maiores mediações não-humanas. Em uma terceira parte, foram descritos produtos, projetos e experimentações atuais a partir de uma fotografia com alto índice de automatismo. Uma simplificação e aumento da participação de mediadores não-humanos, no entanto, não confirma uma ausência do humano; pelo contrário, surgem novas formas de fotografia e diferentes possibilidades e apropriação do automatismo do aparelho.