A política das embalagens tabagistas o conflito entre a publicidade e a propaganda

Abstract

Esse trabalho constitui-se de argumentos teóricos que têm como sustentáculo principal a reflexão sobre elementos que permitem afirmar que a embalagem é uma síntese discursiva. A reflexão desenvolvida a partir da explicitação da embalagem como canal de comunicação, traz as tabagistas, como importante elo entre as indústrias do setor fumageiro e seus consumidores. Nacionalmente, mudanças foram promovidas pela legislação brasileira nas embalagens de cigarro, a partir de fevereiro de 2002. Inicialmente são apresentados aspectos históricos do tabaco como principal substância do cigarro, por meio de sua evolução, seu uso e disseminação, inclusive no Brasil. São levantadas características discursivas inerentes à publicidade tabagista, fazendo uma retrospectiva da embalagem enquanto forma e função. Avalia-se por meio de uma análise geral, a face que corresponde o verso da embalagem, contendo imagens e frases de advertência do Ministério da Saúde, os possíveis impactos positivos ou negativos, na sensibilização dos fumantes, através de alguns depoimentos e indicadores de consumo. Finalmente, analisamos a face que corresponde à publicidade dos fabricantes, a face frontal. Ela minimiza os aspectos negativos do cigarro, ameniza as advertências sanitárias, e transmite por meio da linguagem visual (texturas, grafismos, cores, acabamentos especiais, fontes, artifícios para esconder os alertas, entre outros elementos) aspectos positivos ao produto. A face frontal da embalagem é um dos únicos espaços legais de ação da indústria tabagista, além dos pontos de comercialização, para tanto, o último capítulo consiste em executar uma análise introdutória do corpus composto por uma embalagem.