Dança no ambiente escolar – por um conhecimento com ações emancipatórias

Abstract

Um ensino de Dança pautado sob uma ótica tradicionalista compreende e estuda o corpo em uma perspectiva reguladora (SANTOS, 2009). Nesta proposta formativa perpetua-se um modelo de ensino e aprendizagem voltado para o treinamento de determinados padrões de movimento, reforçando atos, tantos verbais, como não verbais, sobre a Dança e sobre o corpo que dança. Dificulta-se, assim que, aquele que aprende, conheça a Dança sob uma perspectiva da corponectividade (RENGEL, 2007) em uma mundividência da contemporaneidade. Um ensino de Dança partindo de uma proposta emancipatória vem para colaborar com um entendimento ampliado do corpo e da Dança. O principal objetivo desta pesquisa é fazer uma análise, e apresentar argumentações, a partir do ponto de vista do professor de Dança acerca do ensino desta na escola. Enquanto docente de Dança na Escola Municipal de Pituaçu (Salvador – BA), convivendo com colegas e voltada para as ações em todo o Município – sem deixar de compreender os contextos locais são constantemente imbricados em contextos mais globais e vice-versa – discuto acerca de ações emancipadoras, compartilhando experiências e pressupostos teóricos que são referência, não apenas para meu modo de ensinar, mas para grande parte do ensino no país não limitado apenas ao âmbito do ensino de dança. Esta pesquisa, portanto, visa refletir conceitos como autonomia e emancipação e debater questões relativas ao ensinar dança dentro das escolas de educação básica, debruçando um olhar sobre essas vivências docentes cotidianas. Para tanto este estudo se referencia principalmente em Jacques Rancière (2015) e Lenira Rengel (2007). Os procedimentos metodológicos da pesquisa consistem na análise de aspectos relativos aos processos de ensino/aprendizagem na escola, atendo-se principalmente ao tocante à Dança. Debrucei-me sobre análises bibliográficas, relato de experiência articulada ao estudo de caso acerca de minha atuação docente na Rede Municipal de Ensino da cidade de Salvador, bem como da de demais professores desta mesma rede. Para tanto, realizei entrevistas e diálogos com esses profissionais. A relevância desta pesquisa está em apontar como os modelos educacionais de ensino/aprendizagem comprometidos com uma formação emancipatória colaboram para os entendimentos de corpo não dualistas e da Dança como mediação educacional e campo de conhecimento. Ressalto, como parte dos resultados, proveitosas possibilidades de diálogo entre diferentes profissionais, entre professor e alunos bem como entre a escola de educação básica e a universidade.