Resumo:
Este artigo analisa o trabalho docente nas Universidades Federais, em especial na Universidade
Federal da Bahia, entre 2005 e 2008, a partir do fenômeno da precarização social do trabalho e da
consequente alienação do trabalhador, baseando-se nos resultados de pesquisa de doutorado realizada
na UFBA. Descreve as dimensões fundamentais desse processo: a multiplicidade de tarefas, a
captação de recursos internos e externos para a pesquisa, as contradições entre a formação e as
demandas do sistema universitário, a sobrecarga de trabalho e suas consequências, como ausência
do lazer, perda de controle sobre o projeto acadêmico e adoecimento. Conclui que a principal contradição
vivida pelo docente é a de que a autonomia percebida por ele não é a exercida, uma vez que
está submetido a diversos controles internos e externos do sistema meritocrático, cujas exigências
ultrapassam a capacidade física e psíquica do professor para responder adequadamente. Entretanto,
compreender o processo de alienação é a base para a transformação e emancipação daqueles que
possuem o papel fundamental de desenvolver as capacidades do outro.