Modelagem de séries temporais em Epidemiologia Aplicação dos modelos autorregressivos integrados com média móvel em contextos epidemiológicos.

Abstract

A Epidemiologia, enquanto campo constituído do saber, tem incorporado historicamente aportes teóricos e metodológicos proveniente de outras ciências, cujas contribuições têm variado conforme a dinâmica das concepções científicas ou políticas ao longo do tempo. Em sua formulação didática clássica tem sido apresentada como uma ciência que estuda os processos de saúde/doença e agravos à saúde, relativos à pessoa, ao lugar e ao tempo. A partir da década de 60 ocorreu uma sistematização dos seus métodos de investigação através de uma tipologia de desenhos de estudo, que essencialmente procuram captar, na sua vertente mais quantitativa, medidas que descrevam a velocidade com que pessoas são acometidas por agravos relativos à saúde, a prevalência desses agravos, possíveis relações associativas ou de causalidade entre grupos considerados expostos e não expostos e a identificação de prováveis fatores de risco. Com o advento da computação eletrônica, o investimento e desenvolvimento metodológicos aumentaram substancialmente. Entretanto, nesse ímpeto de crescimento metodológico, os estudos epidemiológicos efetuados sobre eventos agregados ao longo do tempo, não acompanharam a evolução e a disponibilidade de técnicas empregadas com sucesso em outras áreas do conhecimento científico desde a década de 70, como por exemplo, na Econometria, deixando com isso de oferecer aos usuários do conhecimento epidemiológico, medidas menos enviesadas e estimativas mais confiáveis dos eventos organizados e analisados como séries históricas dinâmicas.