Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/26323
Tipo: Tese
Título: Fiz para me sentir mulher outra vez: corpo, construção de gênero e cirurgia plástica estética entre mulheres de Salvador- Bahia.
Autor(es): Marinho, Márcia Cristina Graça
Autor(es): Marinho, Márcia Cristina Graça
Abstract: A prática de cirurgias plásticas estéticas teve crescimento acentuado no Brasil colocando o país no segundo lugar no mundo na realização de cirurgias sendo que as mulheres respondem por mais de 70% destes procedimentos cirúrgicos. Este estudo buscou compreender, a partir de uma perspectiva de gênero, a experiência e os sentidos construídos por mulheres residentes em Salvador sobre corpo, cirurgias plásticas estéticas e os riscos que lhe são associados. Adotaram-se os referenciais teóricos de corpo como signo de distinção social em Bourdieu e de projeto reflexivo em Giddens, o conceito de cuidado de si em Foucault e o de performatividade de gênero em Butler. Foi realizado um estudo qualitativo que consistiu de entrevistas semiestruturadas junto a 15 mulheres de camadas médias e médias altas residentes na cidade do Salvador que tinham realizado cirurgias plásticas de cunho estético. As mulheres entrevistadas estão sistematicamente engajadas em diferentes projetos de gestão da aparência e assumem estes projetos como uma ação reflexivamente tomada como medida de sua disciplina e monitoramento corporal. Percebeu-se neste grupo de mulheres pesquisado uma intensa vinculação entre aparência e cuidados estéticos organizados em torno ao discurso da saúde, numa busca por legitimar a ênfase nos cuidados corporais e refutação a gordura. Quando os corpos eram percebidos como “imperfeitos” e fonte de “vergonha” e “constrangimento” a cirurgia estética se constituía numa estratégia de alavancar junto a terceiros um julgamento mais favorável e mais enquadrado numa perspectiva de corpo “normal”. Para a maioria das entrevistadas estar fora do padrão corporal socialmente esperado significa ser menos mulher, e a cirurgia plástica estética foi capaz de lhes ter devolvido algum nível de beleza que as permitiram se sentir mulher outra vez. Para outras das entrevistadas as cirurgias plásticas realizadas buscava a retomada de um corpo erótico para afirmar mais sensualidade e atratividade e apagar as marcas do corpo materno. A relação com o risco para este grupo de entrevistadas se deu numa relação ambígua, entre a minimização e o acionamento a um conjunto de elementos (qualificação dos cirurgiões, busca de informantes chaves) que as permitiram assumirem alguma gestão destes riscos. Cirurgias plásticas estéticas colocam-se como recurso médico e tecnologia terapêutica com viés de gênero, que busca recuperar um tipo de feminilidade, restaurar atratividade e proporcionar um novo recomeço com uma identidade com mais possibilidades.
Palavras-chave: Cirurgia plástica estética
Corpo
Gênero
Beleza
CNPq: Saúde Coletiva
País: brasil
Sigla da Instituição: ISC-UFBA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pos Graduação em Saúde Coletiva
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26323
Data do documento: 6-Jul-2018
Aparece nas coleções:Tese (ISC)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
TESE MÁRCIA MARINHO. 2017.pdf1,8 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.