dc.description.abstract | The present work seeks, from an interpretative and critical reading, to discuss about the
black love in the poetry of Cidinha da Silva and Gonesa Gonçalves, with emphasis on the poems
The deep voice of the river (SILVA, 2016) and Oxum (GONÇALVES, 2020). The reviews here
proposals are the result of concern about the ways in which black love is represented in the
Brazilian literary canon, focusing on reflections pointed out by Dalcastagnè (2012), Assis
(2020), Evaristo (1996), Souza (2007) to understand the literature produced by
Afro-Brazilian poets. In this sense, the objective is to weave this writing through a
essayistic, memoiristic and autobiographical diction, which begins with a theoretical re-reading
of the experience of contact with the canon. The guiding principle of this study starts from the
Afrodiasporic literary and philosophical perspective to reflect on the categories “love”,
“Brazilian literature”, “black literature” (LOPES; SIMAS, 2020; NOGUEIRA, 2020;
SANTOS, 2018; HOOKS, 2021; LORD, 2021; SILVA, 2018, POLESSO, 2020). THE
In order to have theoretical-methodological coherence, bricolage is chosen as a methodology,
given that the autobiography is woven through several references, including
photographs, poems and songs, in addition to the theoretical framework built through research
bibliography. As a result, two readings about love are presented, understood
as dengo (NUNES, 2017), both starting from the body as a constructor of narratives: the
first, based on Oxum, by Gonesa Gonçalves, showing motherhood,
ancestry and spirituality; the second, stemming from A voz funda do rio, by
Cidinha da Silva, emphasizing sexuality and affection between women. | pt_BR |
dc.description.resumo | O presente trabalho busca, a partir de leitura interpretativa e crítica, discutir sobre o
amor negro na poesia de Cidinha da Silva e Gonesa Gonçalves, com ênfase nos poemas
A voz funda do rio (SILVA, 2016) e Oxum (GONÇALVES, 2020). As análises aqui
propostas são frutos da inquietação sobre formas como o amor negro é representado no
cânone literário brasileiro, enfocando reflexões apontadas por Dalcastagnè (2012), Assis
(2020), Evaristo (1996), Souza (2007) para compreender a literatura produzida por
poetas afro-brasileiros. Nesse sentido, objetiva-se tecer essa escrita por meio de uma
dicção ensaísta, memorialística e autobiográfica, que se inicia em uma releitura teórica
da experiência de contato com o cânone. O fio condutor deste estudo parte da
perspectiva literária e filosófica afrodiaspórica para refletir sobre as categorias “amor”,
“literatura brasileira”, “literatura negra” (LOPES; SIMAS, 2020; NOGUEIRA, 2020;
SANTOS, 2018; HOOKS, 2021; LORDE, 2021; SILVA, 2018, POLESSO, 2020). A
fim de ter coerência teórico-metodológica, opta-se pela bricolagem como metodologia,
haja vista que a autobiografia é tecida por meio de diversas referências, incluindo
fotografias, poemas e músicas, além do arcabouço teórico construído via pesquisa
bibliográfica. Como resultado, apresentam-se duas leituras sobre o amor, entendido
como dengo (NUNES, 2017), ambas partindo do corpo como construtor de narrativas: a
primeira, com base em Oxum, de Gonesa Gonçalves, evidenciando maternidade,
ancestralidade e espiritualidade; a segunda, decorrente de A voz funda do rio, de
Cidinha da Silva, enfatizando sexualidade e afeto entre mulheres. | pt_BR |
dc.relation.references | ADORNO, Theodor Wiesengrund. O ensaio como forma. In: ADORNO, Theodor
Wiesengrund. Notas de literatura. Tradução de Jorge Almeida. São Paulo: Duas
cidades; Ed. 34, 2003. p. 15-46.
ALEIXO, Ricardo. Dendorí: uma poética-muitas. In: FESTIVAL DE INVERNO DA
UFMG, 52, 2020, Belo Horizonte. Ensaios Mundos Possíveis. Belo Horizonte:
DAC/UFMG, 2020. Disponível em: https://issuu.com/culturaufmg. Acesso em: 01 jul.
2021.
ALVES, Rubem. A arte de produzir fome. 2004. Disponível em:
http://www6.ensp.fiocruz.br/visa/files/Texto_Rubens%20Alves_A%20arte%20de%20p
roduzir%20fome.pdf. Acesso em: 13 jun. 2022.
ANZALDÚA, Gloria. Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do
terceiro mundo. Estudos Feministas. v.1, n.1, ano 8, jan.-jun. 2000. p. 229-236.
Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/9880/9106. Acesso
em: 07 dez. 2022.
ASSIS, Mariana. Afetos interditos: racismo e literatura na construção do amor e da
família. In: LATINIDADES – FÓRUM LATINO-AMERICANO DE ESTUDOS
FRONTEIRIÇOS, 2020. Anais [...], [s.l.], set. 2020. p.1-19. Disponível em:
https://tupa.claec.org/index.php/latinidades/latinidades2020/paper/viewFile/2552/1131.
Acesso em: 7 dez. 2022.
BARBOSA, Márcio; RIBEIRO, Esmeralda (Org.). Cadernos Negros 39: poemas afrobrasileiros. São Paulo Quilombhoje, 2016.
BILAC, Olavo. Poesias. Rio de Janeiro: H. Garnier, Livreiro Editor, 1902.
BLOOM, Harold. O cânone ocidental. São Paulo: Objetiva, 1995.
BRANCO, Lúcia Castello. Palavra em ponto de p. In.: BRANCO, Lúcia Castello. Os
absolutamente sós: Llansol – A letra – Lacan. Belo Horizonte: Autêntica;
FALE/UFMG, 2000.
CASTRO, Yeda Pessoa de. Falares Africanos na Bahia: um vocabulário afrobrasileiro. Rio de Janeiro: Topbooks, 2001.
CIPÓ, Roger. A revolução do amor. [Vídeo] 15 jun. 2021. YouTube: @TEDxTalks,
2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AtwnRiRexbA. Acesso em:
20 de set. 2022.
DALCASTAGNÈ, Regina. Literatura brasileira contemporânea: um território
contestado. Rio de Janeiro: UERJ, 2012.
DELEUZE, Gilles. "La littérature et la vie", Critique et clinique. Paris, Ed. de
Minuit,1993, p. 11-17.
64
DRUMMOND, Carlos. Brejo das Almas. In: TELES, Gilberto (Org.). Poesia
Completa. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 2006.
DRUMMOND, Carlos. Alguma Poesia. São Paulo: Companhia das Letras. 2013.
DUCASO, Ruth. Florim. Salvador: Paralelo13s, 2021.
EMICIDA. Amarelo. [canção] Intérpretes: Emicida, Majur, Belchior, Pabllo Vittar. In:
EMICIDA. Amarelo. São Paulo: Laboratório Fantasma, 2019. 1 álbum sonoso, faixa 10.
(5min)
EVARISTO, Conceição. Da grafia-desenho de minha mãe um dos lugares de
nascimento da minha escrita. In: ALEXANDRE, Marcos Antônio (Org.).
Representações Performáticas Brasileiras: teorias, práticas e suas interfaces. Belo
Horizonte, Mazza Edições, 2007, p 16-21.
EVARISTO, Conceição. Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade.
Scripta, Belo Horizonte, v. 13, n. 25, p. 17-31, 2º sem. 2009.
EVARISTO, Conceição. Olhos d'água. Pallas Editora, 2016.
EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros movimentos. Belo
Horizonte: Nandyala, 2008.
FERRAÇO, Carlos. Pesquisa com o cotidiano. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 98, p.
73-95, jan./abr. 2007. p.73-95. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/es/a/syPBCCTQ76zF6yTDmPxd4sG/?format=pdf&lang=pt.
Acesso em: 7 dez. 2022.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: história da violência nas prisões. Petrópolis:
Editora Vozes, 1987.
GLISSANT, Édouard. Introdução a uma poética da diversidade. Tradução Enilce
Albergaria. Juiz de Fora: UFJF, 2005.
GONÇALVES, Ana Maria. Um defeito de cor. Rio de Janeiro: Editora Record, 2019.
GONÇALVES, Gonesa. Cata-ventos. Salvador: Segundo Selo, 2020. (Coleção das
pretas).
HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade.
Tradução: Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 2017. 283p.
HOOKS, Bell. Tudo sobre o amor: novas perspectivas. São Paulo: Elefante, 2020.
HOOKS, Bell. Vivendo de Amor. 2010. Traduzido por Maísa Mendonça. Disponível
em: https://www.geledes.org.br/vivendo-de-amor/. Acesso em: 01 jul. 2021.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de
Janeiro: Cobogó, 2009.
LOPES, Nei. Incursões sobre a pele. Rio de Janeiro: Artium, 1996.
65
LOPES, Nei. Novo dicionário Banto no Brasil. Rio de Janeiro: Pallas, 2012.
LOPES, Nei; SIMAS, Luiz Antonio. Filosofias africanas: uma introdução. 3. Ed. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021.
LORDE, Audre. Irmã Outsider: ensaios e conferências. Tradução de Stephanie
Borges. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
MAKOTA Valdina. Ancestralidade por Makota Valdina. [Vídeo] 12 de dez. de 2017.
YouTube: @AgoMusicaeAncestralidade, 2017. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=N9l4diwjRbU. Acesso em: 29 de nov. 2022.
MARTINS, Leda. Maria. Performance do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela.
Rio de Janeiro: Cobogó, 2021.
MARTINS, Leda. O feminino corpo da negrura. Aletria: Revista De Estudos De
Literatura, n.4, 1996. p.111–121.
MOREIRA, Maria. Cânone e cânones: um plural singular. Letras, [S. l.], n. 26, p. 89–
94, 2003. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11883. Acesso
em: 7 dez. 2022.
NASCIMENTO, Tatiana. Lundu, poemas. Brasília: Padê editorial, 2017.
NEIRA, Marcos Garcia; LIPPI, Bruno Gonçalves. Tecendo a colcha de retalhos: a
bricolagem como alternativa para a pesquisa educacional. Educ. Real., Porto Alegre, v.
37,n. 2, p. 607-625, ago. 2012.
NJERI, Aza. O que é Sankofa? | Série Adinkras Ep.01. [Vídeo] 28 de jan. de 2022.
YouTube: @AzaNjeri, 2022. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=3wOAVLlKhZU. Acesso em: 12 de ago. 2022.
NOGUERA, Renato. Por que amamos: o que os mitos e a filosofia têm a dizer sobre o
amor. Rio de Janeiro: HarperCollins Brasil, 2020.
NUNES, Davi. A palavra não é amor, é dengo. [s.l.], 2017. Disponível em:
https://www.geledes.org.br/palavra-nao-e-amor-e-dengo/. Acesso em: 01 jul. 2021.
OLIVEIRA, Eduardo D. A Ancestralidade na Encruzilhada: dinâmica de uma
tradição inventada. 2001. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) –
Universidade Federal do Paraná, Curitiba: UFPR, 2001.
ORLANDI, Eni. As formas do silêncio no movimento dos sentidos. 6. ed. Campinas:
Unicamp, 2007.
PLATÃO. O Banquete. In.: PLATÃO. Diálogos. Tradução de Jorge Paleikat e João
Cruz Costa. Victor Civita (Ed.). São Paulo: Abril Cultural, 1972. 269 p. (Coleção Os
Pensadores).
POLESSO, Natália. Sobre literatura lésbica e ocupação de espaços. Estud. lit. bras.
contemp., Brasília, n. 61, 2020.
66
QUADROS, Eilton. Eros, Fília e Ágape: o amor do mundo grego à concepção cristã.
Maringá, v. 33, n. 2, p. 165-171, 2011.
QUEIROZ, Louise. Gonzo. Salvador: Editora Ogum’s Toques Negros, [no prelo].
RATTS, Alex. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São
Paulo: Instituto Kuanza, 2006.
SANTOS, Claudiana. A Bruta Flor do Querer: amor, performance e
heteronormatividade na representação das personagens lésbicas. 2018. Dissertação
(Mestrado em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa) – Faculdade
de Filosofia Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
SANTOS, Mirian. Intelectuais Negras: Prosa Negro-Brasileira Contemporânea. Rio de
Janeiro: Editora Malê, 2018.
SEGUNDO Selo. História. [20--]. Disponível em: http://editorasegundoselo.com.br/.
Acesso em 7 dez. 2022.
SILVA, Cidinha. Canções de amor e dengo. São Paulo: Edições Me Parió Revolução,
2016.
SILVA, Patrícia. A vulva absoluta: ressignificações do amor e do erotismo na
lírica de Rita Santana. Salvador, 2018.
SILVA, Patrícia. Ouroboros. Salvador: Segundo Selo, 2020. (Coleção Das Pretas).
SOUZA, Florentina. Memória e performance nas culturas afro-brasileiras. In:
ALEXANDRE, Marcos (Org.). Representações performáticas brasileiras: teoria,
práticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007.
WALSH, Caterine. Interculturalidade Crítica e Pedagogia Decolonial: in-surgir, reexistir e re-viver. In: CANDAU, V. M. (Org.) Educação Intercultural na América
Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009. | pt_BR |