A Oi e o processo de concorrência no setor de telecomunicações: uma análise do período pós privatização

Abstract

Este estudo tem como objetivo analisar como a Oi, uma das maiores operadoras de telecomunicações da América Latina, perdeu espaço no mercado brasileiro. Para isso, serão avaliados a evolução de dados históricos da companhia, como dívida bruta, dívida líquida, Ebitda e Market-Share e as demonstrações financeiras padronizadas da companhia desde o período de divulgação até 2019, último período atualizado disponível. A Oi, que é uma operadora resultante da cisão e privatização do sistema Telebras, sujeita ao cumprimento de metas de qualidade e de universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), observou seu valor de mercado ruir, ano após ano, devido ao seu alto grau de endividamento e perdas constantes de posição de mercado. O alto endividamento da companhia, inclusive, ocasionou um pedido de recuperação judicial, para evitar que fosse decretada a sua falência. A prestadora já foi líder no segmento de banda larga, lançou a tecnologia GSM, que permitia o uso da telefonia móvel através do chip (sim card), pioneira em liberdades ao consumidor, como celulares desbloqueados e ligações ilimitadas para outras operadoras. Mesmo diante dessas iniciativas, a companhia perdeu espaço significativo no país, em todos os setores, com exceção da telefonia fixa. Conclui-se que a chegada de novas tecnologias que permitiram mais velocidade e estabilidade de conexão ao consumidor contribuiu fortemente para a perda de espaço da Oi, assim como o fato de a companhia ser uma concessionária do STFC e, também, o endividamento expressivo da empresa.

This study aims to analyze how Oi, one of the largest telecommunications operators in Latin America, lost space in the Brazilian market. For this, the evolution of the company's historical data, such as gross debt, net debt, Ebitda and Market-Share, and the company's standardized financial statements from the reporting period to 2019, the last updated period available, will be evaluated. Oi, which is an operator resulting from the spin-off and privatization of the Telebras system, subject to the fulfillment of quality and universalization targets for the Fixed Switched Telephone Service (STFC), saw its market value fall, year after year, due to its high degree of indebtedness and constant losses of market position. The company's high indebtedness even led to a request for judicial reorganization, to prevent its bankruptcy from being declared. The provider was already a leader in the broadband segment, launched the GSM technology, which allowed the use of mobile telephony through the chip (sim card), pioneer in consumer freedoms, such as unlocked cell phones and unlimited calls to other operators. Even in the face of these initiatives, the company lost significant space in the country, in all sectors, with the exception of fixed telephony. It is concluded that the arrival of new technologies that allowed more speed and stability of connection to the consumer contributed strongly to Oi's loss of space, as well as the fact that the company is an STFC concessionaire and also the company's expressive indebtedness.