Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34195
Registro completo de metadados
Campo DCValorIdioma
dc.contributor.advisorCarvalho Filho, Milton Júlio de-
dc.contributor.authorRodrigues, Gabriela Machado Bacelar-
dc.creatorRodrigues, Gabriela Machado Bacelar-
dc.date.accessioned2021-09-09T02:30:28Z-
dc.date.available2021-09-09T02:30:28Z-
dc.date.issued2021-09-08-
dc.date.submitted2021-05-28-
dc.identifier.otherdissertação-
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34195-
dc.description.abstractEssa dissertação trata das dinâmicas de autodeclaração e de heteroclassificação raciais das pessoas negras, com pele clara, em Salvador, a partir da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com base no estudo etnográfico realizado durante os trabalhos da Comissão de Aferição da Autodeclaração Étnico-Racial da Universidade. A pesquisa possibilitou observar o curso de formação dos membros, evento anterior à seleção dos candidatos, e o próprio dia da aferição. Os componentes da banca, estudantes e ex-estudantes da UFBA foram ouvidos, seja por meio de entrevistas ou conversas sobre o tema, como parte do processo metodológico da pesquisa. Entre os estudantes, foi contemplada a audição tanto dos aprovados quanto dos reprovados no processo de heteroclassificação. A pesquisa também se voltou à observação de redes sociais da Internet, visando compreender como discussões sobre o tema estão sendo apropriadas por uma comunidade mais ampla que o espaço acadêmico. Esse trabalho assume que os negros de pele clara são os “pardos” das categorias de cor ou raça do IBGE e, assim observa nos indicadores sociais a posição desse grupo em relação às outras categorias. Isso revelou como, desde a proposição de que pardos mais pretos compõem a população negra brasileira, na década de 70, os indicadores continuam demonstrando a semelhança de posições entre ambos os grupos. Já na pesquisa bibliográfica, a categoria “pardos” foi problematizada, no sentido de compreender as maneiras em que foi usada por teorias sociais, elaboradas a partir do/sobre o Brasil, desde os teóricos do branqueamento e entusiastas da democracia racial, até os dias atuais. Essa busca revela que o “pardo” é utilizado de maneiras diversas, em referência a diferentes estereótipos raciais. A pesquisa analisa também uma atualização recente nas perspectivas sobre as relações raciais no Brasil. Essa nova proposta, ainda em formação no país e pouco apropriada pela sociedade brasileira, incorpora o “colorismo” como chave para discutir miscigenação. O conceito aparece inserido em discussões sobre o “privilégio pardo” ou sobre possíveis trânsitos raciais, como aponta, por exemplo, a ideia de “passabilidade”, tema bastante presente nos discursos sobre o colorismo. O lugar social dos pardos e seus correlatos na sociedade brasileira, desde a atribuição do termo “mulato”, apresenta uma grande variação de denominações, muitas delas com conteúdos pejorativos, como “afrobeges” e “afroconvenientes”. Esses termos, engatilhados pelo colorismo, apontam para falta de legitimidade na autodeclaração negra desses indivíduos de pele clara. O que se chama de anti-colorismo, nesse trabalho, é a proposta de que o conceito, “colorismo”, seja reexaminado pelo contexto das relações raciais do Brasil, dando lugar a uma concepção que pensa a racialização de modos distintos. A diversidade das experiências negras ocorre a partir do posicionamento de diferentes marcadores sociais, como o pertencimento de classe ou a identidade de gênero, por exemplo. A pele clara, ao ser analisada como um desses marcadores, informa um processo de racialização desses pardos desde uma posição complexa, que envolve o mito da democracia racial e a miscigenação dentro da população negra.pt_BR
dc.description.abstractABSTRACT: This dissertation addresses the dynamics of racial self-declaration and heteroclassification of black people, with light-skin, in Salvador, based on an ethnographic study carried out during the Ethnic-racial Self-declaration Assessment Committee of Bahia Federal University (UFBA). The research enabled us to observe the members training course, event prior to the selection of candidates, and the day of assessment itself. Board members as well as current and former students were heard, either by interviews or conversations about the topic, as part of the methodology of the research. The students who passed the heteroidentification process and those who didn’t were heard alike. The research also focused on online social network, in order to understand how debates on this subject are being appropriated by a larger community than that of the academia. The present dissertation assumes that light-skinned black people are the “pardos” of IBGE’s colour or race category and, thus, notices in social indicators the position of this group in relation to other categories. This reveals how the indicators still demonstrate the resemblance of positions between both groups, since the 70s, when it was first suggested that pardos and pretos (dark-skinned black) integrate Brazilian black population. In the bibliographic research, however, “pardos” category was discussed, in an effort to understand the ways in which it was used by social theories, elaborated from/about Brazil, from whitening theorists and racial democracy enthusiasts until present times. This quest reveals that “pardo” is used in different ways, referring to different racial stereotypes. The research also analyses a recent update in the perspectives about racial relations in Brazil. This new proposition, still in formation in Brazil and scarcely appropriated by its society, incorporates “colourism” as a key to discuss miscegenation. Such concept arises in debates regarding “pardo privilege” or the possibility of someone passing for black and/or white, as, for instance, the idea of “passability” shows, which is a usual topic in colourism speeches. Pardos and pardo-like individuals’ social place in Brazilian society, since the emergence of the term “mulato”, have an array of nomenclature, many of which display pejorative content, as in “afrobeiges” and “afrocovenient”. These terms, triggered by colourism, point to the lack of legitimacy when light-skinned individuals self-identify as black. Herein, what is called anti-colourism is the proposition of re-examination of the “colourism” concept in the context of racial relations in Brazil, giving rise to a conception that thinks racialization in different ways. The diversity of black experiences happens by means of different social markers, as class belonging or gender identity, for example. When analysed as one of those social markers, light-coloured skin indicates a racialization process to which these pardos are subject from a complex position that involves the racial democracy myth and miscegenation within black people.pt_BR
dc.description.sponsorshipPrograma de Bolsas Milton Santospt_BR
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectNegros de pele clarapt_BR
dc.subjectComissão de heteroclassificação racialpt_BR
dc.subjectColorismopt_BR
dc.title(Contra)mestiçagem negra: pele clara, anti-colorismo e comissões de heteroidentificação racialpt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
dc.contributor.refereesD’Adesky, Jacques-
dc.contributor.refereesFrança, Denise Carrascosa-
dc.contributor.refereesMüller, Cíntia Beatriz-
dc.contributor.refereesCarvalho Filho, Milton Júlio de-
dc.publisher.departamentFaculdade de Filosofia e Ciências Humanaspt_BR
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Antropologiapt_BR
dc.publisher.initialsUFBApt_BR
dc.publisher.countrybrasilpt_BR
dc.subject.cnpqAntropologiapt_BR
Aparece nas coleções:Dissertação (PPGA)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Dissertacao em Antropologia de Gabriela Bacelar.pdf4,58 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.