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Tipo: Dissertação
Título: Coorte Nascer Prematuro: Restrição do Crescimento Extrauterino e Perfil de utilização de medicamentos em prematuros internados em unidades de terapia intensiva neonatal
Autor(es): Vieira, Verônica Cheles
Autor(es): Vieira, Verônica Cheles
Abstract: Introdução: O acompanhamento do processo de crescimento tem sido bastante utilizado para o diagnóstico das condições de saúde das populações. Nos neonatos prematuros, a falha do crescimento no período pós-natal, conhecida como Restrição do Crescimento Extrauterino (RCEU), é marcador de grave déficit nutricional durante as primeiras semanas de vida e pode acarretar em sérias consequências a curto e longo prazo. A utilização de terapia medicamentosa em prematuros internados nas unidades neonatais também desperta atenção em decorrência da alta prelavência do uso de fármacos classificados como off label ou não licenciados e da suscetibilidade desse grupo para a ocorrência de efeitos farmacológicos adversos e tóxicos. Objetivos: Estimar a incidência de RCEU e investigar os fatores de risco associados em uma população de prematuros internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTIN) no município de Vitória da Conquista – Bahia. Avaliar o uso de medicamentos off label e sem licença e fatores associados em recém-nascidos prematuros internados nessas unidades. Métodos: Estudo de coorte não concorrente, com análise em prontuários de prematuros internados acompanhados durante o período neonatal. Avaliou-se a ocorrência de RCEU em prematuros com idade gestacional corrigida (IGC) de 36 semanas durante o período de permanência na UTIN. Foram investigadas associações entre RCEU e doença materna, características do nascimento, morbidades neonatais e práticas clínicas através de análises descritivas, bivariadas e multivariadas dos dados. O uso e número de medicamentos foram registrados e categorizados segundo classificação Anatomical Therapeutic Chemical. Foram realizadas análises descritivas e bivariadas dos dados para avaliar associações entre o número de medicamentos utilizados (total, off label e sem licença) e as variáveis explicativas de interesse. Resultados: Dos 91 prematuros, 59,3% (IC95% 48,9-69,0%) desenvolveram RCEU na IGC de 36 semanas. As Infecções de Transmissão Vertical (ITV) foram observadas em 4,4% da população, sendo que todos os acometidos apresentaram RCEU. O modelo final de análise demonstrou que a presença de ITV permaneceu positivamente associada a RCEU (RR=1,57, IC95% 1,07-2,30%); as covariáveis sexo feminino (RR=1,49, IC95% 1,11-2,02%), classificação prematuro moderado (RR=1,41, IC95% 1,06-1,87) e nascer pequeno para a idade gestacional (RR=2,69, IC95% 1,85-3,90%) também influenciaram este desfecho. Os 400 neonatos prematuros utilizaram 16.143 medicamentos, com 86 especialidades diferentes; 51,9% desses itens foram classificados como off label e 23,5% como sem licença. Os mais prescritos foram gentamicina e ampicilina (17,5% e 15,5% dos off label , respectivamente) e cafeína (75,5% dos não licenciados). O estudo demonstrou associações significativas do uso de medicamentos off label com a menor idade gestacional, baixo peso ao nascer, menor escore de Apgar do 5° minuto, manobra de reanimação avançada em sala de parto e óbito. Com os medicamentos não licenciados, verificou-se associações com a menor idade gestacional, baixo peso ao nascer e escore de Apgar do 5° minuto menor que 7. Conclusão: Neste estudo encontramos as ITV como importante fator de morbidade, condicionando o aumento da incidência de RCEU. São doenças passíveis de serem evitadas ou de terem suas consequências minimizadas com a otimização das ações de atenção ao planejamento familiar, pré-natal e assistência à saúde neonatal. Os neonatos internados em UTIN são muito expostos ao uso de medicamentos off label e sem licença. Tornam-se necessários maiores investimentos em estudos para alcançar maior segurança e qualidade da terapêutica medicamentosa empregada em neonatologia.
Introduction: Growth monitoring process has been widely used to diagnose the health conditions of population. In premature neonates, growth failure during the postnatal period, known as Extrauterine Growth Restriction (EUGR), is a marker of severe nutritional deficit during the first weeks of life and it can have serious consequences in the short and long term. The use of drug therapy in preterm infants admitted to neonatal units also draws attention due to the high prevalence of off label or unlicensed drug use and the susceptibility of this group to the occurrence of adverse pharmacological or toxic effects. Objectives: To estimate the incidence of EUGR and investigate its associated risk factors in a population of preterm infants admitted to Neonatal Intensive Care Units (NICU) in the city of Vitoria da Conquista - Bahia. To evaluate the use of off-label and unlicensed medications and associated risk factors in premature newborns hospitalized in these units. Methods: This was a non-concurrent cohort study, with analysis of medical records of hospitalized premature infants followed up during the neonatal period. The occurrence of EUGR in preterm infants at 36 weeks corrected gestational age (CGA) during the period of stay in the NICU was evaluated. Associations between EUGR and maternal disease, characteristics of birth, neonatal morbidities and clinical practices were investigated through descriptive, bivariate and multivariate data analysis. The use and number of medications were recorded and categorized according to Anatomical Therapeutic Chemical classification. Descriptive and bivariate analyzes of the data were performed to assess associations between the number of drugs used (total, off label and unlicensed) and the explanatory variables of interest. Results: Out of the 91 premature infants, 59.3% (95%CI 48.9-69.0%) developed EUGR. Vertically transmitted infection (VTI) were observed in 4.4% of the population; all infants affected had EUGR. The VTI found were syphilis, cytomegalovirus disease (CMV) and toxoplasmosis. The final analysis has showed a positive association between VTI and EUGR (RR = 1.57, 95% CI 1,07-2,30%); the covariables female (RR = 1.49, 95%CI 1,11-2,02%), moderate premature classification (RR = 1.41, 95%CI 1,06-1,87) and small premature classification for gestational age (RR = 2.69, 95%CI 1,85-3,90%) have also influenced this outcome. The 400 premature infants used 16,143 medications, with 86 different specialties; 51.9% of these items were classified as off label and 23.5% as unlicensed. The most prescribed were gentamicin and ampicillin (17.5% and 15.5% of off-label, respectively) and caffeine (75.5% of unlicensed). The study demonstrated significant associations between the use of off-label medications with lower gestational age, low birth weight, lower Apgar score at the 5th minute, advanced resuscitation maneuver in the delivery room and death. With unlicensed drugs, associations were found with lower gestational age, low birth weight and Apgar score of the 5th minute less than 7. Conclusion: In this study, we found VTI as an important morbidity factor, conditioning the increased incidence of EUGR. These are diseases that can be avoided or have their consequences minimized by optimizing actions for family planning, prenatal care and neonatal health care. Neonates admitted to the NICU are highly exposed to the use of off-label and unlicensed drugs. Greater investments in studies are needed to achieve greater safety and quality of drug therapy used in neonatology.
Palavras-chave: Prematuro
UTI neonatal
neonato
uso de medicamentos
crescimento
transmissão vertical
CNPq: Saúde Coletiva
País: brasil
Sigla da Instituição: IMS CAT UFBA
metadata.dc.publisher.program: Pós- Graduação em Saúde Coletiva, Instituto Multidisciplinar em Saúde, Universidade Federal da Bahia
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33881
Data do documento: 11-Ago-2021
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