Tempo sentado e fatores associados em trabalhadores de uma cidade do interior da Bahia

Abstract

Devido a mudanças organizacionais contínuas e introdução de novas tecnologias observa-se um aumento de atividades laborais sedentárias que contribuem para o desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis entre trabalhadores. O trabalhador pode passar a maior parte da sua jornada de trabalho realizando tarefas na posição sentada, que estão relacionados a um aumento de morbidades e mortalidade por todas as causas. Foi realizado um estudo transversal, linha de base de um estudo longitudinal, com uma população de trabalhadores no período de agosto de 2017 a julho de 2018. O tempo sentado diário relatado foi o evento estudado, a medida foi obtida através de pergunta referente ao tempo total sentado presente no Questionário Internacional de Atividade Física IPAQ, em sua versão curta. O tempo sentado foi categorizado em menor que 6 horas por dia sentado, considerado não sedentário e 6 horas ou mais por dia, sedentário. Variáveis sociodemográficas, relacionadas a hábitos e comportamentos e saúde e doença foram testadas como explicativas. Foram realizadas análises bivariadas e multivariadas, com estimativas de Razões de Prevalência (RP) e cálculo dos respectivos p-valor e intervalo de confiança por meio de regressão de Poisson com variância robusta. Todas as análises foram realizadas no Stata 14.2 e adotado 5% como nível de significância. A prevalência do tempo sentado foi de 24,22% (IC95%: 21,6 26,9). Mantiveram-se associados ao tempo sentado: escolaridade maior ou igual a nove anos de estudos, renda maior ou igual a três salários mínimos, indivíduos que tiveram uma pior percepção em relação à qualidade de vida e trabalhadores classificados com sobrepeso e obesidade. Indivíduos com 30 anos ou mais e aqueles classificados como ativos fisicamente foram negativamente associados ao desfecho. Os resultados do presente estudo são importantes para a compreensão dos fatores relacionados ao tempo sentado entre trabalhadores do sexo masculino. Pesquisas como esta são relevantes para auxiliar no planejamento e ações, que podem reduzir todos os prejuízos causados pelo excesso de tempo sentado, como agravamentos e doenças, além dos custos aos serviços de saúde. Além disso, podem nortear, junto às empresas, quais condutas devem ser elaboradas, a fim de que os trabalhadores possam adotar hábitos mais saudáveis, evitando passar muito tempo sentado, seja em seu local de trabalho ou no seu tempo de lazer.

Due to continuous organizational changes and the introduction of new technologies, there is an increase in sedentary work activities that contribute to the development of chronic noncommunicable diseases among workers. Workers can spend most of their work hours performing tasks in a sitting position that are related to increased morbidity and mortality from all causes. A cross-sectional baseline study of a longitudinal study was conducted with a worker population from August 2017 to July 2018. The daily sitting time reported was the event studied, the measurement was obtained through a question regarding the total sitting time present in the International Physical Activity Questionnaire - IPAQ, in its short version. Sitting time was categorized as less than 6 hours per day sitting, considered non-sedentary and 6 hours or more per day, sedentary. Sociodemographic variables related to habits and behaviors and health and disease were tested as explanatory. Bivariate and multivariate analyzes were performed, with estimates of prevalence ratios (PR) and calculation of the respective p-values and confidence intervals using Poisson regression with robust variance. All analyzes were performed in Stata 14.2 and adopted 5% as significance level. The prevalence of sitting time was 24.22% (95% CI: 21.6 - 26.9). They remained associated with sitting time: education higher than or equal to 9 years of schooling, income greater than or equal to 3 minimum wages, individuals who had a worse perception of quality of life and workers classified as overweight and obese. Individuals aged 30 years and older and those classified as physically active were negatively associated with the outcome. The results of this study are important for understanding the factors related to sitting time among male workers. Research such as this is relevant to aid in planning and actions, which can reduce any damage caused by overtime, such as aggravation and illness, as well as health care costs. In addition, they can guide the companies with which behaviors should be elaborated, so that workers can adopt healthier habits, avoiding spending a lot of time sitting, either in their workplace or in their leisure time.