Estudo do risco de contaminação de aquíferos da região de Feira de Santana como ferramenta de apoio à gestão e gerenciamento das águas subterrâneas

Abstract

As águas subterrâneas têm sua grande importância no Brasil principalmente em áreas do Nordeste, de clima semiárido. A gestão das águas subterrâneas no Brasil é papel dos estados, que aplicam os instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos a fim de oferecer água em quantidade e qualidade para todos os usos e mitigar conflitos de seus usos. Com relação à qualidade, a contaminação de recursos hídricos subterrâneos, apesar de mais lenta, é reconhecidamente de mais difícil remediação. Fontes de poluição como lixões, vazamentos de combustível, cemitérios, lançamentos difusos de fertilizantes e agrotóxicos podem penetrar no solo e aumentar as concentrações de poluentes nos aquíferos. Dependendo das características do solo e do aquífero, como a sua profundidade, os eventuais contaminantes podem adentrar com maior ou menor facilidade, o que caracteriza a vulnerabilidade da água subterrânea. Esse trabalho visou medir a vulnerabilidade dos aquíferos da região de doze sub-bacias baianas, avaliar a carga contaminante pontual e difusa que pode estar sendo imposta a estas águas, e, com isso, estimar o risco de contaminação dessas águas na área de estudo. Foram coletados dados hidrogeológicos de poços na área por meio do sistema de informação SIAGAS e os dados de fontes de contaminação obtidos por meio de diário oficial e site de órgão estadual. Foram utilizados os métodos GOD e POSH para avaliar a vulnerabilidade e a carga contaminante na área em questão, respectivamente. Por meio destas informações, foi avaliado o risco de contaminação dos respectivos aquíferos. Como resultado, foi obtido que a maior área de vulnerabilidade se encontra na área da sub-bacia do Rio Corumbataí, e as mais sensíveis se localizam na porção centro-sul entre as Sub-Bacias do Rio Corumbataí e Ribeirão do Cavaco. Foram mapeadas as regiões de prioridade de proteção na área total avaliada dividindo-se em área de proteção alta, média e baixa. No intuito destas informações poderem ser usadas como subsídio ao planejamento das águas nas bacias baianas, contribuindo na formulação dos planos de Bacia e na proteção do solo e dos aquíferos, este trabalho, como produto, apresenta um guia para órgãos ambientais executarem o cálculo e mapeamento da vulnerabilidade em suas respectivas subbacias/bacias hidrográficas de interesse.