PRECISAMOS CONVERSAR SOBRE O ALFRED: A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NOS FILMES DE HITCHCOCK

Abstract

A Tese Precisamos conversar sobre o Alfred: a violência contra a mulher nos filmes de Hitchcockpretende investigar a violência contra a mulher como componente estratégico ao suspense hitchcokiano. A filmografia do diretor atravessa cerca de 50 anos do século XX, se iniciando a partir de 1925, com O Inquilino Sinistro (The Lodger), e persistindo, em seus estertores finais, atéTrama Macabra (Family Plot, 1976). Nos filmes de Hitchcock, a audiência é convocada a assumir uma posição pautada por uma dualidade. Num primeiro momento, a audiência simpatiza com as mulheres hitchcoquianas em situações de perigo. Porém, a partir do uso da linguagem cinematográfica, o espectador passa a ser exposto ao pathos das cenas de dor e sofrimento dessas mulheres, o que instabiliza a misoginia que seria de antemão estimulada pela própria narrativa. Temos como operadores conceituais centrais à execução do trabalho os Estudos de Mulheres, com ênfase na Teoria Feminista do Cinema, acionando, para tanto, os trabalhos como os de Judith Butler (1993, 2010, 2010b), Donna Haraway (2004), Julia Kristeva (1988), Tania Modleski (1991, 2005), Laura Mulvey 1996, 2009) e Kaja Silverman (1988). Dentre os filmes de Alfred Hitchcock a serem analisados, encontram-se: Downhill (1927), O Ringue (The Ring, 1927),O Inquilino Sinistro (The Lodger, 1927),Chantagem e Confissão (1929), O Agente Secreto (Secret Agent, 1936), A Estalagem Maldita (Jamaica Inn, 1939), Correspondente Estrangeiro (Foreign Correspondent, 1940),À Sombra de uma Dúvida (Shadow of a Doubt, 1943), Interlúdio (1946), Agonia de Amor (The Paradine Case, 1947), Pacto Sinistro (1951), Disque M para Matar (Dial M for Murder, 1954), Janela Indiscreta (RearWindow, 1954), O Homem Errado (The Wrong Man, 1957), Um Corpo que Cai (Vertigo, 1958), Intriga Internacional (North by Northwest, 1959),Psicose (Psycho, 1960), Os Pássaros (The Birds, 1963), Topázio (Topaz, 1969) eFrenesi (Frenzy, 1972).

The Thesis “We need to talk about Alfred: violence against women in Hitchcock’s films” is intended to investigate violence against women as a strategic component to the Hitchcockian suspense. The director's filmography runs through about 50 years of the twentieth century, beginning in 1925 with The Lodger, and persisting in his final rales until Family Plot, 1976. In Hitchcock's films, the audience is called upon to take a dualistic stance. At first, the audience sympathizes with Hitchcockian women in dangerous situations. However, from the use of cinematographic language, the viewer is exposed to the pathos of the scenes of pain and suffering of these women, which destabilizes the misogyny that would have been stimulated by the narrative itself. We have as central conceptual operators to the work of Women's Studies, with emphasis on Feminist Film Theory, triggering, for that, works like those of Judith Butler (1993, 2010, 2010b), Donna Haraway (2004), Julia Kristeva (1988), Tania Modleski (1991, 2005), Laura Mulvey (1996) and Kaja Silverman (1988). Among the Alfred Hitchcock films to be analyzed are Downhill (1927), The Ring (1927), The Lodger (1927), Blackmail (1929), The Secret Agent Agent (1936), Jamaica Inn (1939), Foreign Correspondent, (940), Shadow of a Doubt (1943), Notorious (1946), The Paradine Case (1947), Strangers on a Train (1951), Dial M for Murder (1954), Rear Window (1954), The Wrong Man (1957), Vertigo (1958), Psycho (Psycho, 1960), The Birds (1963), Topaz (1969) and Frenzy (1972).