dc.description.abstract | O câncer é um grupo de doenças genéticas que têm em
comum o crescimento desordenado de células num tecido ou órgão, podendo espalhar -se para outras
regiões do organismo. É resultado de uma série de alterações em genes envolvidos na biologia do
tumor. O município de Monte Santo apresenta alta taxa de consanguinidade e frequência aumentada
de doenças genéticas, justificando a necessidade de se estudar as bases moleculares de doenças como
o câncer, que tem aumentado sua importância epidemiológica na região. O objetivo deste trabalho foi
verificar a associação entre as deleções nos genes de suscetibilidade , e o câncer em GSTM1 GSTT1
uma amostra da população de Monte Santo-BA. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética em
pesquisa e todos os pacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, antes da coleta
do material biológico. Foram selecionados 76 indivíduos com diferentes tipos de câncer e 76
indivíduos saudáveis. Para a análise molecular foi utilizado o método de PCR- e a Multiplex
visualização em gel de agarose a 2,5 % corado com brometo de etídio. O grupo dos casos foi
composto de 52,6% de homens e 47,4% de mulheres, com idade média de 61,3 anos. História
familiar de câncer (69,7%) e tabagismo (48,7%) foram associados ao risco de câncer entre os casos.
Não houve diferença significativa em relação ao etilismo. A amostra foi composta em sua maioria
por indivíduos classificados fenotipicamente como brancos ou mulatos claros. Os principais tipos de
câncer da amostra foram de próstata, mama, pele, útero e neoplasias hematológicas. Os genótipos
e tiveram frequência de 22,4% e 63,2% entre os casos, mas essa diferença GSTT1 nuloGSTM1 nulo
não foi significativa quando comparada aos controles. O genótipo combinado GSTT1 [+] / GSTM1
esteve presente em 50% dos casos e apresentou associação significativa com o risco de câncer [-]
nessa amostra (OR = 1,66; IC95% = 1,31 – 5,27; p <0,005). Não houve diferença significativa entre
as deleções apresentadas entre casos e controles quando os indivíduos foram estratificados pela
classificação fenotípica. As frequências obtidas no estudo foram compatíveis com as observadas em
outras populações brasileiras, com ou sem câncer. A elevada contribuição europeia na formação da
população de Monte Santo também pode estar relacionada com a distribuição dos polimorfismos
observada na amostra. Novos estudos são necessários para caracterizar de forma mais adequada a
suscetibilidade desta população ao desenvolvimento de câncer. | pt_BR |