Contribuições do Estágio Interdisciplinar de Vivência para a formação médica: relato de uma experiência em área de Reforma Agrária no estado da Bahia - Brasil

Abstract

Contribuições do Estágio Interdisciplinar de Vivência para a formação médica: relato de uma experiência em área de Reforma Agrária Bahia – Brasil

Apesar das diversas tentativas de mudança na graduação médica, percebe-se que a formação ainda não está dando conta de produzir profissionais comprometidos com a mudança da realidade social, e que atendam os interesses da população. Algumas experiências relacionadas à extensão popular, como os Estágios Interdisciplinares de Vivência, se mostraram com grande potencial transformador das práticas médicas, visto que são permeáveis às experimentações que caminham no sentido de provocar mudanças e rupturas na hegemonia do saber acadêmico. Dessa forma, atividades baseadas na aprendizagem através da experiência demonstram um componente fundamental para a formação dos sujeitos e transformação da formação médica. OBJETIVOS: Analisar as contribuições do Estágio Interdisciplinar de Vivência e Intervenção para a formação médica. METODOLOGIA: Estudo feito através de uma pesquisa de natureza qualitativa, a partir do relato de experiência da autora, com utilização do diário de campo, fotografia e vídeo como instrumentos para registro das atividades. RESULTADOS: Durante o período de 13 de junho a 01 de julho de 2014 ocorreu o VIII Estágio Interdisciplinar de Vivência e Intervenção em áreas de reforma agrária (EIVI-BA). Sua organização está baseada em três momentos: formação, vivência e avaliação. Através da vivência no assentamento Santa Maria, no Município de Mata de São João (Bahia), foi possível conhecer a realidade social vivida pelos assentados, conhecer o território, compreender as relações estabelecidas entre os moradores do local e a forma de organização do MST naquele assentamento, e entender o contexto de saúde encontrado naquele ambiente. DISCUSSÃO: A partir das contribuições do EIVI-BA para a formação da autora, é possível compreender que experiências não inseridas na estrutura formal de ensino possuem um grande potencial na construção de conhecimentos necessários para uma formação médica comprometida com o cuidado. Apesar da estrutura do curso dificultar práticas como essa, os produtos gerados por experiências discentes fazem com que seja necessário reavaliar o papel que essas apresentam na mudança da estrutura da graduação. CONCLUSÃO: O Estágio Interdisciplinar de Vivência e Intervenção (EIVI) tem um grande potencial de contribuir para a formação médica, visto que permite um aprendizado através da experiência. Apesar do currículo formal ainda impedir que experiências desse tipo aconteçam com frequência, elas têm demonstrado ser um bom mecanismo pedagógico para uma formação crítica e voltada para os interesses sociais.