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Tipo: Livro
Título: Currículo e processos formativos: experiências, saberes e culturas
Abstract: formas de saber. Não! Os textos aqui praticados buscam formas mais recíprocas de relações entre a ciência, a arte, a filosofia, os mitos e as múltiplas expressões dos saberes feitos na experiência cotidiana dos autores. Aqui são celebradas as possibilidades de outras conexões epistemológicas que produzem linguagens híbridas e atitudes narrativas com amplo potencial generativo. O substrato seminal das teias de ligações entre os autores origina-se das fecundas contribuições da etnopesquisa crítica e multirreferencial. A teoria social dos etnométodos de produção do conhecimento em educação criada por Roberto Sidnei de Macedo é a fonte fecunda que reúne e alimenta intelectuais das mais diversas origens e com as mais diversas pretensões acadêmicas. Considero as contribuições desta teoria fundamentais para avançarmos no diálogo com as epistemologias do sul por diversas razões. A etnopesquisa crítica e multirreferencial destacou com ênfase e propriedade a vinculação original entre o ato de educar e o ato de investigar no âmbito dos mais diferentes contextos socioeducacionais. O cotidiano e a experiência vivida constituem as fontes de vitalidade dos processos que abrem caminho e geram novos acessos ao conhecimento a partir da educação, ainda segundo as inspirações da etnopesquisa. Penso que diante desta dobra epistemológica encontramos inúmeros elementos para propor novos diálogos com as mais diversas teorias educacionais a partir do nosso lugar. É preciso destacar ainda que a produção intelectual de base do Formacce busca romper com as velhas dicotomias que perpassam o pensamento educacional. Aliás, a maioria dos textos apresentados questiona velhas dicotomias e lança novas proposições interpretativas a título de contribuir com formulações teóricas que não dispensam a vinculação profunda entre teorias-e-práticas. É neste sentido que o duplo: currículo e formação, constitui o limiar de criação das autorias aqui praticadas. Os caminhos orientam as formas de caminhar, assim como as formas de caminhar podem fazer os caminhos. Tomemos o currículo e a formação como, respectivamente, os caminhos e as formas de caminhar. Eles não se separam, não se pensam à parte, nem se colocam um ao outro à distância, pelo menos nas perspectivas propostas pelos textos aqui apresentados. As diferentes formas de caminhar inspiram a criação de outros caminhos, às vezes a diferenciação do caminho é que inspira novas formas de caminhar. Ir, vir e voltar constituem as atitudes básicas das posições aqui assumidas. Esta tríade performática orienta o transitar entre o currículo e a formação sob o forte sentimento de pertencer a um universo cultural em que as emoções e a razão se expõem com franqueza ao longo dos trajetos alcançados. Assim, os produtos do conhecimento nunca estão acabados, os processos de formação nunca estão concluídos e as paisagens curriculares nunca estão totalmente reveladas. No entanto a pluralidade de escolhas na feitura dos caminhos é o princípio fundamental de seguir-junto na ventura do encontro que torna possível conhecer-com. Quando a leitura de um dos textos nos sugere que há palavras por dizer, devemos exercitar os silêncios que não foram descobertos enquanto, entre um texto e outro, uma frase e outra, uma palavra e outra, as pausas nos convidaram ao exercício da paciência para a descoberta dos achados conceituais que estão presentes em toda obra. Há uma generosa riqueza de noções, conceitos, categorias e um sem número de ferramentas teóricas em todo o livro que qualquer leitura apressada pode gerar inapetência para a beleza. Para seguir os caminhos criados pelos autores, os leitores devem estar preparados para a fome de sentimento. Essa fome que de tão verdadeira dói e não se deixa dizer. É nessa fome que se ampliam as latitudes do silêncio em que conquistamos habilidades para transitar pelas longitudes das belezas que, assim como nós, vicejam no sul. É nessa fome que o leitor assumirá o seu encontro com os autores e como coautores dos trabalhos aqui expostos. O fio condutor de toda a obra, o que liga as partes ao todo (e vice-versa), é essa estética também presente nos espaços em branco dos textos e que, entre uma pausa e outra, nos faz lembrar que da nossa comunidade podemos pronunciar o currículo e a formação como os caminhos e as formas de caminhar por aí, enquanto lutamos pela criação de formas mais solidárias de estar neste mundo sob as ascendências do sul.
Palavras-chave: Professores - Formação - Brasil
Currículos
Pesquisa-ação em educação
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: EDUFBA
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/16737
Data do documento: 2012
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