Resumo:
A eficácia de surfactantes químico e biológico, sozinhos e em conjunto com o fertilizante NPK, no auxílio da
biodegradação de petróleo cru foi avaliada em simulações de derrame no mar, realizadas em duas campanhas. A eficácia
destes produtos foi determinada pela avaliação da degradação do petróleo ao longo do experimento, através de análises
geoquímicas; por análises toxicológicas, através da exposição de copépodos aos tratamentos; e por análises
microbiológicas, através do isolamento de fungos e bactérias. Na primeira campanha, as análises geoquímicas mostraram
que o tratamento de petróleo em conjunto com biossurfactante apontou maior degradação, indicado pela maior redução
percentual (19%) do valor da razão ∑n-alcanos/(Pr+Ph). Na segunda campanha o tratamento contendo biossurfactante e
NPK revelou uma diminuição de 30,8% da razão ∑n-alcanos/(Pr+Ph), enquanto o tratamento contendo surfactante
químico e NPK revelou uma diminuição de 26,5% da razão ∑n-alcanos/(Pr+Ph). Portanto, os resultados geoquímicos para
tratamentos com biossurfactante apontaram maior biodegradação no final dos experimentos. Na primeira campanha os
tratamentos não foram tóxicos aos copépodos provavelmente devido às baixas concentrações, entretanto na segunda
campanha houve um grande efeito letal no tempo inicial, mas não é possível afirmar o que causou este efeito porque não
houve análise da amostra contendo apenas petróleo ao longo do experimento. As análises microbiológicas indicaram que
ocorreu aumento do número de fungos em relação às bactérias nos tratamentos contendo apenas biossurfactante e
biossurfactante em conjunto com NPK, sugerindo que a maior degradação do óleo nestes tratamentos seja pela ação de
fungos. Os resultados deste estudo em escala piloto e nas condições experimentais estabelecidas revelaram que é mais
indicado o tratamento utilizando biossurfactante conjuntamente com NPK.